quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

JVP


Benfica-Rio Ave

1 - O Benfica da época passada nos primeiros 35 minutos…

A primeira parte dividiu-se em duas e nos primeiros 35 minutos esteve em campo um Benfica muito forte, a exercer muita pressão sobre a bola, com mais iniciativa, maior dinâmica, velocidade e criatividade no seu futebol. Foi um Benfica muito próximo daquele que vimos na temporada passada. E muito eficaz também, pois aos oito minutos já vencia por 2-0. Dava a sensação de que seria um jogo semelhante a muitos que vimos na última época. A verdade é que, ao não ter feito o 3-0, o que mataria o jogo, acabou por desacelerar e consentiu maior estabilidade e serenidade ao Rio Ave, que passou a aproximar-se mais da área benfiquista.

2 - … E uma excelente reacção do Rio Ave

Após esses primeiros 35 minutos de desconcentração e surpreendido pela entrada forte do Benfica, com o bloco muito baixo e intranquilidade com a bola, o Rio Ave conseguiu reagir, mostrou boa atitude e proporcionou um bom espectáculo. O que certamente não estaria nas previsões de muita gente, pois não é nada fácil estar a perder por 2-0 logo aos oito minutos em casa de um grande e, ainda assim, conseguir reagir! A partir daí, a equipa de Vila do Conde esteve bem melhor do que mostraram os primeiros oito minutos, até porque não é daquelas que põem o autocarro à frente da baliza mas jogam o jogo pelo jogo. Ao reduzir para 2-1, o Rio Ave colocou incerteza no resultado, pois estava gradualmente a melhorar e isso deu-lhe alguma esperança, o que justificou a sua entrada na segunda parte: mais atrevido, mais subido no terreno e à procura da sua sorte. Isso, no entanto, proporcionou o terceiro golo do Benfica.

3 - Dois momentos decisivos

O terceiro golo do Benfica, aos 52 minutos, e a oportunidade falhada por João Tomás, oito minutos depois, são os momentos que definem este jogo. Por um lado o Benfica voltou a sentir maior segurança, por outro o Rio Ave perdeu a oportunidade de fazer o 3-2 e de devolver a intranquilidade ao Benfica e a incerteza até final. Acabou por não ser assim e o 4-1 matou o jogo, apesar de o Rio Ave nunca ter desistido e de ter dado uma boa resposta, sobretudo porque conseguia colocar muitos homens na frente. A vitória do Benfica é indiscutível mas o Rio Ave merecia mais um golo para valorizar a sua atitude no jogo.

4 - Rio Ave expôs intranquilidade defensiva do Benfica

Duas razões explicam a intranquilidade defensiva do Benfica, que foi posta a nu pelo Rio Ave. Primeiro, a ausência de Luisão, que comanda a defesa e faz com que os jogadores ao lado e à sua frente sejam mais agressivos e concedam pouco espaço aos adversários. A sua voz é importante. Depois, um certo entusiasmo atacante provocou desequilíbrios defensivos que chegaram a originar situações de igualdade numérica entre defesas do Benfica e atacantes do Rio Ave.

5 - Salvio o melhor em campo

O melhor em campo foi Salvio e, de acordo com o que disse Jorge Jesus, com alguma sorte pois foi titular devido a uma indisposição de Carlos Martins. Velocidade, bons movimentos e eficácia foram os seus principais predicados neste encontro, em que mostrou pormenores de qualidade. Este jogo certamente moralizou-o e pode ter sido importante, na medida em que terá dissipado dúvidas que começavam a surgir, eventualmente até no treinador.

6 - Estranhei o segundo amarelo de Coentrão

Coentrão era um dos jogadores do Benfica em risco de suspensão caso visse mais um cartão amarelo, daí não haver nada a fazer depois de ter visto o primeiro. Confesso que estranhei o segundo e não percebi se foi precipitado, ingenuidade ou se houve alguma estratégia… É uma peça importante e embora o Benfica tenha alternativas, nenhuma terá o mesmo valor do internacional português.

7- Segurança de Roberto

Roberto foi chamado a intervir várias vezes e fê-lo sempre bem. É um guarda-redes atento, eficaz e demonstrou segurança, como que querendo provar que a má fase já está ultrapassada.

8 - Pressão para o FC Porto

A vitória do Benfica coloca sempre alguma pressão no FC Porto, a começar porque neste momento está a cinco pontos. A experiência diz-me que isto não passa ao lado dos jogadores e lembro-me do último título que ganhei no Sporting, que foi discutido com o Boavista durante dez ou 11 jornadas, a um ou dois pontos de distância. Além disto, o FC Porto tem uma deslocação complicada. O Paços de Ferreira é uma equipa difícil em casa, conhece bem o seu espaço e joga bom futebol. Em casa, dificulta sempre a tarefa aos grandes.

2 comentários:

Apanhados disse...

Um Santo e Feliz Natal e que 2011 nos traga saúde e sucesso a todos os níveis!!

São os votos do Blogue Apanhados Quânticos

Jotas disse...

A Catedral do Desporto, vem por este meio, desejar a quem nos proporcionou óptimas leituras, um Santo e Feliz Natal, com muita Paz, Amor, junto daqueles que mais gostam.