Estreio hoje a rubrica "Já joguei no Benfica", um espaço dedicado a jogadores que já passaram pelo maior clube de Portugal e maior do mundo em número de sócios, cada vez mais distanciado de qualquer outro clube no mundo e sobretudo em Portugal (para termos uma ideia, o Sporting festejou nas últimas semanas a chegada ao sócio número... 100 mil).
Como dizia, este espaço estará destinado a relembrar as passagens de jogadores que marcaram (ou não) a história do Benfica. No fundo, que fizeram a história do clube (uns para o bem, outros para o mal). Em condições excepcionais, o nome da rubrica pode ganhar certas nuances, que serão facilmente justificáveis pelo contributo do jogador no clube.
O primeiro cliente da rubrica é argentino, já se retirou, era uma estrela à escala mundial, tinha o sangue quente como a maioria dos sul-americanos e jogou no Benfica em 94/95, a época em que com Artur Jorge tudo se começou a desmoronar. Falo de Claudio Caniggia.
Apelidado de El Pajaro ou Filho do Vento, pela sua velocidade, tornou-se herói da Argentina em 1990, quando um grande golo eliminou o Brasil do Mundial. Fazia uma parceria excelente com Maradona, a qual foi reeditada 6 anos depois no Boca Juniors. Caniggia jogou no River Plate, Verona, Atalanta e Roma antes de chegar à Luz e depois foi para o Boca Juniors, voltou a jogar na Atalanta, rumou para a Escócia para representar o Dundee e o Glasgow Rangers e acabou a carreira em 2004 em terras árabes, no Qatar SC e no Al Arabi.
Pela selecção da Argentina, participou nos Mundiais de 90, 94 e 2002, onde não jogou, tendo ainda assim sido expulso no banco, no jogo com a Suécia que ditou a eliminação da Argentina na fase de grupos do Mundial.
Chegou ao Benfica com 27 anos, depois de uma época inactivo por consumo de drogas quando jogava na Roma. Era um jogador de fino recorte técnico, veloz e goleador. Começou bem, com boas exibições e golos, no campeonato mas também na Liga dos Campeões, onde o Benfica chegou nessa época aos quartos-de-final, caindo apenas aos pés do Milão, depois de uma arbitragem no mínimo infeliz em San Siro e de muito azar no jogo da Luz (inesquecível o remate de Isaías que bateu nos 2 postes e voltou para as mãos de Rossi).
No entanto, com o virar da primeira para a segunda volta, o seu fulgor desapareceu. Perdeu o lugar para Edilson, passou a ser utilizado a espaços até desaparecer por completo das opções do treinador. No fim da época saiu (nunca percebi bem qual a sua situação contratual no Benfica; penso que esteve emprestado pela Parmalat, ao abrigo do acordo que tínhamos com essa empresa). Ainda assim, fez 23 jogos e 8 golos no campeonato, 3 jogos e 5 golos na taça e 7 jogos e 3 golos na Liga dos Campeões. No total, 33 jogos e 16 golos ao serviço do Benfica.
Ficou famoso o beijo que deu na boca a Maradona em 96 ao serviço do Boca Juniors na celebração de um golo, beijo que foi por eles justificado como prova de que a sua amizade não tinha quaisquer complexos.
Foi um dos maiores talentos que já passou pelos relvados nacionais. Deixou-nos com a sensação de que poderia ter dado muito mais, não fosse a fase conturbada em que por cá passou. Ainda assim, ficou o perfume do seu futebol e a certeza de que pelo Benfica passou talvez o jogador que melhor combinou com Maradona ao longo de toda a carreira deste.
Um jogador cujo nome faz a Argentina suspirar. Uma estrela mundial que passou pelo Benfica em 94/95.
Aqui ficam alguns golos de Caniggia e o vídeo que resume o que foi Jorge Coroado como árbitro:
ONZE PARA A TAÇA
Há 2 horas
2 comentários:
Boa, muito boa rubrica. Todos os dados que fazem a brilhante história do Benfica devem ser coligidos a bem do Benfica.
É um manancial histórico importantíssimo para os vindouros e actuais.
12-0!!! Ei lá que granda abada...
Ruibonga
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