quarta-feira, 31 de março de 2010

Duas entrevistas para ver... e até rever

Ponto prévio: nunca fui apoiante de Luís Filipe Vieira, e de há uns tempos para cá ainda menos.

No entanto, confesso que hoje me surpreendeu, e muito, pela positiva. Respondeu a tudo com muita elevação, com muita calma e tranquilidade, não caiu nas ratoeiras (apesar de poucas, o que também me deixou bastante surpreendido) do entrevistador e manteve sempre uma postura muito correcta. Parece que o trajecto vencedor do clube também se reflecte no discurso do presidente. E acho muito bem. Hoje, talvez pela primeira vez, posso dizer que tive orgulho em ter Luís Filipe Vieira como presidente do Benfica. Finalmente.

PS: Ao que parece, ao mesmo tempo estava o ser mais execrável deste país a ser entrevistado na RTP. Em comum, pelo que li depois nas edições on-line de vários jornais, o assunto foi comum às duas entrevistas: o Benfica. É o que dá ser o maior clube do país. Têm de estar sempre a falar de nós.




Alguns minutos depois, começou na SIC Notícias a entrevista a Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar da Liga. O que posso dizer sobre esta entrevista foi que este senhor deu uma lição de civismo e cidadania a toda a gente que o insulta apenas porque faz cumprir as leis que essa mesma gente criou. Isto é verídico, e o homem explica tudo tintim por tintim nesta entrevista. Vale a pena ver: se for adepto do Porto ou apenas anti-Benfica, para perceber que não há nada de pessoal nas decisões que o homem tomou; se for adepto do Benfica, para perceber que argumentos deve utilizar quando discutir este assunto com um anti-Benfica. Está aqui tudo.

PS: A entrevistadora, das duas uma: ou estava absolutamente corrompida, ou então é adepta do Porto desde sempre. Só faltou apontar uma pistola ao homem e obrigá-lo a dizer que é do Benfica desde pequenino. Absolutamente ridícula.

terça-feira, 30 de março de 2010

Pedro Ribeiro

Aumenta o nosso prestígio no Mundo...

... como se pode ver neste artigo de um dos mais prestigiados jornais dos Estados Unidos (e mesmo mundiais), o Wall Street Journal. É sempre bom ver o nosso clube ser reconhecido mundialmente, enquanto no nosso país cada vez mais interessam mais as novelas de bastidores do que o futebol jogado dentro de campo. É pena mas é verdade. Mas esta época temos sido grandes de mais para escapar aos olhos do mundo, como se pode comprovar por este artigo. Leiam e desfrutem.

segunda-feira, 29 de março de 2010

JVP


Benfica-Braga

1 - Benfica saiu do jogo do título com margem ainda mais confortável

Com grande pena minha e por motivos pessoais, foi-me impossível assistir ao encontro. Por esse motivo, e apesar de ter recebido informações ao longo do mesmo, prefiro analisar as consequências daquele que não tenho dúvidas em rotular de jogo do título, pois ao conferir ao Benfica uma margem de erro ainda maior (a vantagem sobre o Braga passou de três para seis pontos), numa fase em que a equipa está bem, é pouco provável que perca o campeonato. Mesmo tendo em conta os confrontos com o Sporting, em casa, e com o FC Porto, fora, para o Benfica não se sagrar campeão será também preciso que o Braga ganhe os jogos todos. Da maneira como o Benfica tem jogado, não me pareça que possa falhar a conquista do título.

2 - Quando era proibido falhar… não falhou!

Dificilmente terá influência na discussão do campeonato o facto de o Benfica estar também a disputar a Liga Europa. Já se fala disso há algum tempo mas a verdade é que num curto período de tempo eliminou um adversário de peso na prova europeia (o Marselha), ganhou a Taça da Liga ao FC Porto e venceu o Braga, dando um passo muito importante rumo ao título. Ou seja, na fase difícil que diziam que iria atravessar, o Benfica saiu vencedor e está de parabéns porque não falhou nos momentos em que era proibido falhar! As outras equipas só ajudam a valorizar as vitórias do Benfica cuja quantidade e qualidade do plantel permite estar em todas as frentes, dando oportunidades a quase todos os jogadores de actuarem em todas as competições.

3 - Presença na Champions é motivação para os jogadores do Braga

Em termos da luta pelo segundo lugar, aos jogadores do Braga a derrota de ontem provocará uma certa dose de desmoralização mas sobra claramente uma motivação extra: mesmo perdendo a esperança de chegarem ao título podem ainda alcançar um lugar na Liga dos Campeões, algo inédito na história do clube. Esse é um grande incentivo para que a equipa continue a funcionar como até aqui. A presença na Liga dos Campeões é importante para o Braga e para os jogadores em termos financeiros mas também de prestígio, pois vão mostrar-se num meio em que não são conhecidos.

4 - Braga tem um calendário mais favorável que o FC Porto

Em teoria, o calendário do FC Porto é mais complicado do que o do Braga. Sendo assim, a equipa minhota tem todas as condições para chegar à pré-eliminatória da Liga dos Campeões e se assim for será merecidamente, quer pela dimensão que o clube tem quer por aquilo que tem feito ao longo de toda esta época. Esta equipa nunca deixará de merecer a admiração de todos os que gostam de futebol, pois levou o Braga onde este nunca tinha estado: lutar pelo título e por um lugar na Liga dos Campeões.

domingo, 28 de março de 2010

Benfica 1 - 0 Braga - 24ª Jornada 09/10

Ganhámos mais uma (talvez a mais difícil) das finais que tínhamos pela frente. O Braga era, por todas as razões e mais algumas, o adversário mais duro que teríamos de enfrentar. Este jogo era aquele que tinha mesmo de ser ganho. Podia ter sido por 2 golos de diferença, para ficarmos em vantagem no confronto directo, mas esse objectivo não alcançámos. Ainda assim, ficámos com 6 pontos de avanço sobre os bracarenses e agora já só precisamos de fazer 13 pontos (4 vitórias e um empate, portanto) para sermos campeões. Se o Braga por acaso deslizar entretanto e nós não, até podemos já chegar ao Dragão com o título. A luta continua e está longe de estar ganha. Hoje demos apenas mais um passo para a concretização do grande objectivo.


Foi um jogo muito complicado, como já se previa. Apesar disso, a 1ª parte foi dominada por completo pelo Benfica, com o Braga a remeter-se à sua defesa e a apostar apenas no contra-ataque. De qualquer forma, e fruto dos muitos cuidados defensivos dos bracarenses, acabou por haver muito poucas oportunidades de golo nos 45 minutos iniciais. Ainda assim, as únicas iniciativas atacantes foram do Benfica. A melhor oportunidade acabou por ser a oferta de Filipe Oliveira a Saviola, que o argentino desperdiçou incrivelmente. Depois de um mês de Janeiro em cheio, Saviola tem vindo a cair a pique. Parece estar completamente estafado. Espero que Jorge Jesus coloque El Conejo a fazer exercícios específicos de recuperação, para que consiga voltar à forma a que nos habituou. Apesar disso, a sua mobilidade lá na frente é completamente essencial para o bom funcionamento das jogadas da equipa em frente às balizas contrárias. Já nos descontos, chegou o golo do Benfica, marcado pelo homem das grandes decisões: Luisão. Já havia sido assim em 2005, voltou a ser em 2010.


A segunda parte trouxe outro Braga (como seria de esperar, de resto, pois era a equipa em desvantagem no marcador), principalmente depois das entradas de Matheus e Luís Aguiar. O Benfica jogou mais na expectativa, nunca descurando o contra-ataque, embora com uma postura bem mais atacante que a do Braga na 1ª parte. As jogadas de perigo aumentaram de número, devido ao maior cansaço dos jogadores e consequentemente ao aumento do espaço para jogar. A melhor oportunidade nesta fase foi do Braga, num cabeceamento de Moisés que não levou a melhor direcção mas que podia perfeitamente ter dado golo, no que seria um frango monumental de Quim - continuamos a não ter um bom guarda-redes em bolas aéreas. Por muito que muita gente diga que estamos fantasticamente servidos de guarda-redes, continuo a achar que nos falta um "Schmeichel" na baliza, um guarda-redes de classe mundial para a equipa de classe mundial que já temos. De resto, destaque para a quantidade enorme (mais uma vez) de oportunidades desperdiçadas pelo Cardozo, que anda, estranhamente, com pouca confiança em si próprio. JJ, trabalha-me esse Tacuara a nível psicológico, que isso anda fraquinho! Do lado do Braga, o melhor em campo foi, para mim, o capitão Moisés. É um dos melhores defesas-centrais do campeonato. Já o colega Rodríguez (pretendido, supostamente, por Sporting e Porto)... bem, digamos que faz jus à sua alcunha no Perú: El Mono...

E assim continuamos na nossa senda de vitórias, direitinhos ao objectivo maior da nossa caminhada. Um último reparo, não à arbitragem, que hoje me pareceu, fora um outro erro naturais no futebol, muito boa; mas sobre as declarações do Mossoró. A minha opinião sobre o Mossoró é a de que é um bom jogador, muito tecnicista, veloz e por vezes decisivo para o Braga. Só que o considero também um jogador a que designo, na gíria, um "palhacinho". Ou seja, um jogador que reclama muito com os árbitros e que simula muitas faltas ou, no limite, que sofre um encosto e cai logo. No entanto, admito que as suas palavras sobre o Di María são legítimas e que ele tem razão. O Di María, infelizmente, também entra nessa minha definição de "palhacinho", não por ser um jogador duro, faltoso ou que proteste veementemente com os árbitros, mas sim por ser um apaixonado por simulações, que é algo que detesto ver um jogador fazer. Fico irritadíssimo quando isso acontece, admito. E quando é um jogador da minha equipa a fazê-lo, ainda mais irritado fico (basicamente, mando-o levantar-se e jogar à bola, e acho que todos os adeptos deviam ser assim, pedir para ver futebol e não simulações, mas é só a minha opinião). Esta é a parte das declarações do Mossoró com a qual concordo. As outras, que dizem que toda a equipa do Benfica faz isso, essas repudio-as, pois não me parecem minimamente verdadeiras. Além do que já disse do Di María, não vi mais nenhum jogador do Benfica a provocar nenhum adversário, a simular faltas, a semear confusão. Mas quando se perde obviamente há mais falatório em redor de tudo e mais alguma coisa, já sabemos que é assim. Quanto ao seu infortúnio, num lance obviamente completamente casual com o Carlos Martins, só posso desejar que não seja nada de grave. Tirando este aparte, o que interessa é que o Benfica ganhou bem, com justiça e que está cada vez mais perto de chegar ao título. Na próxima jornada jogaremos no terreno da Naval, mais um jogo complicado, mas para vencer, claramente. No entanto, o próximo compromisso é já 5ª feira: a recepção ao Liverpool, e é nesse jogo que todos os esforços têm agora de estar concentrados. Vamos mostrar que podemos repetir 2006. Rumo ao 32º (e à 1ª Liga Europa), eu acredito!

O resumo do jogo, aqui:

sábado, 27 de março de 2010

RAP


MIGUEL SOUSA TAVARES
16 DE FEVEREIRO DE 2010

O Fernando Guerra pode, pois, tomar nota desde já: dificilmente os portistas e os bracarenses irão reconhecer o mérito de um campeonato ganho pelo Benfica nestas circunstâncias

MIGUEL SOUSA TAVARES
23 DE MARÇO DE 2010

O que me incomoda, sim, é que os elogios aproveitem a tantos benfiquistas que os não merecem. Daqueles que, inversamente, nunca foram capazes de reconhecer mérito às vitórias portistas dos últimos anos

O novo clássico Benfica-Braguinha

O clube que é referido nas escutas pelo árbitro condenado por corrupção passiva como «o meu Braguinha» tem hoje o privilégio de visitar o estádio do primeiro classificado. Será uma oportunidade inédita para os jogadores do Braguinha de Augusto Duarte verem um estádio cheio de espectadores pagantes. Espero que tragam a máquina fotográfica. Confesso que não sei muito sobre a táctica do Braguinha de Augusto Duarte, mas creio que o Braguinha de Augusto Duarte vai tentar explorar as faixas laterais — e também as faixas laterais das faixas laterais, como no jogo em casa contra o Marítimo, em que a jogada do golo da vitória começou do lado de fora do campo. Não só os laterais do Benfica terão de estar atentos, como seria bom que Jorge Jesus ministrasse um treino táctico aos apanha-bolas. Sobre a equipa do Braguinha de Augusto Duarte, só tenho uma certeza: ao contrário do que aconteceu no jogo contra o Porto, Meyong vai certamente jogar de início. Julgo mesmo que o jogador terá sido poupado no Dragão para se apresentar hoje nas melhores condições. Será, creio, um jogo difícil, na medida em que o Braguinha de Augusto Duarte tem fama de oferecer um prémio de 50.000 euros aos capitães dos adversários do Benfica. Estarão motivadíssimos, os capitães do Braguinha de Augusto Duarte.
OBenfica, que nunca perdeu uma final com o Porto, venceu, sem surpresa, a Taça da Liga. É verdade que Nuno foi incapaz de segurar um remate relativamente fraco de Rúben Amorim, mas é provável que o guarda-redes do Porto estivesse a jogar lesionado por ter as falangetas doridas de redigir comunicados.

Não posso, claro, deixar de fazer uma alusão ao lamentável ambiente de violência que rodeou o jogo. Foi especialmente chocante a conduta daquele hooligan que joga no centro da defesa do Porto. Registo, apesar de tudo, a lucidez de Bruno Alves quando mostrou quatro dedos ao público. Mesmo naquela hora difícil, o central manteve a cabeça fria e foi capaz de calcular a média de golos sofridos pelo Porto nas goleadas contra Arsenal e Benfica: quatro. E fez questão de informar o público da conclusão a que tinha chegado.

Quanto à final propriamente dita, apesar de tudo foi um jogo à antiga: dantes, o árbitro perdoava a expulsão a dois jogadores do Porto e o Porto ganhava. Agora, o árbitro perdoa a expulsão a dois jogadores do Porto e o Porto perde por 3-0. Talvez tenha mudado qualquer coisa, mas o essencial manteve-se.

Tendo em conta a gravidade dos factos que foram ocorrendo fora do campo, é forçoso reconhecer que este campeonato ficará conhecido por causa de factores extra-futebol: para todos os efeitos, este será sempre o campeonato durante o qual foram publicadas as escutas do Apito Dourado no YouTube. Mas o túnel da Luz também teve algum protagonismo. Depois de a Comissão Disciplinar da Liga ter deliberado, de forma completamente absurda, que os stewards eram agentes desportivos, o Conselho de Justiça da Federação veio finalmente pôr ordem na demência e decidiu que os stewards são, na verdade, público. Como é óbvio, fez-se justiça. Parece evidente que os profissionais contratados para controlar o público são, também eles, público. Suponho que, quando um steward falta ao serviço, não seja punido: trata-se de um espectador a quem não apeteceu ir ao estádio nesse dia. E ficaria surpreendido se os stewards agredidos não fossem, eles sim, castigados: ao que pude apurar, nenhum daqueles membros do público agredidos por Hulk e Sapunaru tinha pago o respectivo bilhete. Uma vergonha que não deve passar sem punição.

Agora sim, o castigo de três jogos a Hulk parece adequado à infracção. Recordo que, em Braga, Cardozo foi castigado com dois jogos de suspensão por, como as imagens demonstraram, não ter agredido ninguém. Hulk levou mais um por espancar um segurança. É mais do que justo que as agressões efectivas sejam punidas com mais um jogo do que as imaginárias.

Há, no entanto, alguns pormenores inquietantes no acórdão do CJ da Federação. Os portistas sempre sustentaram que os castigos a Hulk e Vandinho eram igualmente injustos. Faziam parte da mesma sombria cabala que devia ser combatida à força de vigílias. Agora, contudo, dizem que foi feita justiça quando o CJ da Federação manteve o castigo de Vandinho (cuja equipa segue no campeonato à frente do Porto, a propósito). Mais: o Porto mantém que a deliberação da Liga é extremamente iníqua, profundamente injusta, manifestamente reles, deliberadamente maldosa, safadamente ruim. O acórdão do CJ, apesar de não concordar com ela, diz que é, e cito, «legítima». Quem toma decisões legítimas deve indemnizações a alguém? A justiça chega tarde mas chega confusa.

Por Ricardo Araújo Pereira, 27 de Março 2010 in Jornal A Bola

sexta-feira, 26 de março de 2010

O nosso plantel XI - César Peixoto

Voltando à rubrica "O nosso plantel", destinada a analisar os jogadores que compõem o plantel desta época do Benfica, e depois de já terem sido analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor e Roderick Miranda, o escrutinado será o defesa-esquerdo César Peixoto.


César Peixoto chegou ao plantel já com a preparação da época em andamento e a pedido de Jorge Jesus, que o havia treinado na época anterior, no Braga. Chegou com o rótulo de polivalente: um jogador que podia desempenhar igualmente bem as funções de defesa-esquerdo, médio/extremo esquerdo e até de número 10, posição que desempenhou no desastre de Poltava. A partir daí, teve utilizações residuais como médio esquerdo mas acabou por se fixar definitivamente como lateral. Foi a primeira opção para essa posição no primeiro terço da época.


No aquecimento do jogo com o Nacional, à 8ª jornada, Peixoto lesionou-se. Sem Shaffer (o seu concorrente directo) nos convocados, Jorge Jesus decidiu inovar e colocou Fábio Coentrão a lateral. Os resultados foram muito satisfatórios, o que fez com que o jovem natural das Caxinas passasse a ser o concorrente directo de Peixoto, perdendo Shaffer o lugar nas escolhas de Jesus. Desde então, Peixoto e Coentrão têm vindo a alternar na posição, embora o primeiro, já com quase 30 anos e notoriamente mais lento, tenha vindo a perder terreno nessa luta privada. Neste momento, Peixoto tem 28 jogos efectuados nesta época: 14 no campeonato, 1 na Taça de Portugal (em Monsanto, onde marcou o seu único golo ao serviço do Benfica), 10 na Liga Europa (só não jogou em Goodison Park com o Everton e em Marselha) e 3 na Taça da Liga, troféu onde inscreveu o seu nome na lista de vencedores. Pode ter sido o primeiro de 3 esta época...


Não gosto muito de César Peixoto. Nos primeiros anos da sua carreira, quando começou a dar nas vistas com grandes exibições a extremo-esquerdo no Belenenses, augurava-lhe um grande futuro. Depois, já no Porto, não teve a sorte do seu lado. As sucessivas lesões fizeram a sua carreira estagnar e nem os empréstimos a Vitória de Guimarães e Espanhol (onde não jogou um único minuto, por estar... lesionado) deram novo alento à sua carreira. Depois de uma época inactivo, e após ficar sem clube, o Braga acolheu-o e César Peixoto voltou a ser titular de uma equipa que joga para a Europa. No entanto, os seus predicados mudaram. Deixou de ser um jogador veloz e com uma técnica estonteante com a bola no pé para ser mais calculista, mais frio, mas também mais lento. A jogar variadíssimas vezes como médio interior esquerdo ou a lateral, Peixoto fez 2 épocas de bom nível, não suficientes (na minha opinião) para ganhar a transferência para novo grande, desta vez o Benfica, já com 29 anos. Porém, foi Jorge Jesus que assim quis, confiando na fiabilidade que lhe transmitia a polivalência do jogador. Como eu disse algumas vezes aquando da sua contratação, não fui a favor (e a minha opinião mantém-se inalterada), mas se formos campeões não me importo minimamente que ele jogue. E a verdade é que ele não tem deslumbrado (como eu nunca pensei que fizesse) mas vai cumprindo. Apesar de tudo, a sua lentidão e pouca simplicidade nos processos conseguem exasperar-me por completo. Escrevi isto na crónica ao jogo de Berlim, com o Hertha: "Esteve muito bem com o Sporting, mas foi uma nulidade com o Belenenses e hoje. Falhou tudo o que tinha para falhar, leva que tempos a voltar ao seu lugar cada vez que sobe no campo (vejam o resumo da primeira parte com o Belenenses: Peixoto é sempre o último a posicionar-se quando é para defender, já os seus colegas estão há que tempos nas respectivas posições), e não faz a mínima ideia do que significa o termo defesa em linha: hoje, nas duas flagrantes situações de golo do Hertha, foi ele a colocar o último jogador alemão em jogo. Não pode ser. Digam o que disserem, prefiro mil vezes o Jorge Ribeiro em campo. Mil vezes". E mantenho a minha opinião (disse preferir o Jorge Ribeiro porque é o outro lateral-esquerdo de raiz que está no plantel; preferir por preferir, preferia o Shaffer, mas isso fica para outro post). O que não me impede de dizer que Peixoto tem sido um jogador útil para o Benfica. Mas claramente não tem o mesmo estofo dos colegas. Arrisco-me a dizer com toda a segurança: do 11 habitual, quando está ele a lateral-esquerdo, é, sem dúvida, o elo mais fraco, o elemento que destoa. Mas só lhe desejo todo o bem do mundo, e que sempre que seja chamado à acção, me cale e dê alegrias a todos nós, benfiquistas.

Qual a opinião dos leitores?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Isto é que me interessa...

... quero é ver futebol de encantar no campo, e para isso nada melhor que ver o Benfica a jogar. E parece que no estrangeiro também concordam comigo.

"Com uma equipa bem armada e enorme potencial ofensivo, o Benfica é uma das surpresas agradáveis da temporada. Di María é um punhal pela ala esquerda, Javi García dá equilíbrio e é perigosíssimo nas jogadas de bola parada. E o paraguaio Cardozo explodiu definitivamente como um dos avançados-centro do momento. Uma grande equipa. E pelo seu historial não pode deixar de ser a grande favorita à conquista da Liga Europa"
Editorial, "As" (Espanha, 20-3-2010)

"Os talentos do Benfica espalham-se por todo o lado. O jogo dos portugueses, na verdade, é tão perfeito como o penteado do treinador Jorge Jesus, considerado como o melhor técnico lusitano depois de Mourinho.
Mathieu Grégoire, "Le Parisien" (19-3-2010)

(retirado do grande O Benfica como paixão)

PS: Mas não podia deixar passar mais esta. Vejam este grande post do magnífico Céu Encarnado e tirem as vossas conclusões. Um senhor idóneo e que o sistema nunca conseguiu corromper, han? É caso para dizer: "Genial, presidente, genial!". Sem palavras.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Pedro Ribeiro



Corrupção e tráfico de influências no seu melhor

É esta a imagem que o FC Porto vai ganhando no estrangeiro (finalmente acordaram). Informação retirada do grande blog Magalhães-SAD-SLB.

Curiosamente, hoje saiu a notícia da redução do castigo a Hulk e Sapunaru de 4 e 6 meses, respectivamente, para... 3 e 4 jogos. Isto é uma das maiores vergonhas de sempre do futebol português. Ambos os jogadores agrediram stewards, e a pena de suspensão são míseros 3 e 4 jogos. O Cantona, quando agrediu um adepto em Inglaterra, levou 9 meses de suspensão. Isto é a justiça que temos em Portugal. É curioso que a Comissão Disciplinar da Liga já os havia castigado com penas abaixo das mínimas previstas pela lei (Hulk devia ter levado os 6, no mínimo) e agora é o Conselho de Justiça da Federação (o mesmo que tentou salvar Porto e Boavista aquando do Apito Final - e constituído maioritariamente por adeptos do Porto) a revogar os castigos. Também curiosamente, Hulk e sapunaru agrediram stewards - 3 e 4 jogos. Vandinho, por tentativa de agressão ao adjunto do Benfica, levou 3 meses e não lhe foi revogado o castigo. Porque é que me parece que há aqui alguma coisa que não cheira bem? Eu nem costumo falar destas coisas, mas esta decisão vem numa altura em que o Porto está praticamente sem atacantes, depois das lesões de Varela e Rodríguez. Está, também, em sérios riscos de falhar a Champions, o que significará um enorme rombo financeiro nas contas do clube. Uma coisa aliada à outra, e temos aqui tudo: o Braga continua enfraquecido sem o Vandinho, o Porto fica (supostamente) mais forte com o Hulk, e o 2º lugar para o Porto fica, à partida, mais próximo. Uma equação muito simples. E isto só continua a acontecer em Portugal porque este país é cada vez mais uma autêntica vergonha. Nunca disse isto, porque adoro o meu país, mas há alturas em que tenho mesmo vergonha de ser português.
Ainda assim, e só para relembrar algumas pessoas mais distraídas: o último jogo de Hulk nas competições nacionais foi na Luz, a 20 de Dezembro. O Porto perdeu por 1-0 com o Benfica e ficou a 4 pontos dos 2 primeiros, Braga e Benfica. Portanto, já nessa altura a equipa estava em 3º - a mesma posição que ocupa neste momento. Hulk jogou nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, contra o Arsenal. O score, todos sabemos qual foi. A contribuição de Hulk nesses 2 jogos? Igual a zero. Aliás, a contribuição de Hulk em toda a época foi pouco mais que zero. Podem espernear, podem gritar que perderam o título por causa do infame castigo a Hulk, que todos sabemos a verdade: o Porto está muito mais fraco este ano e enfraquece ainda mais quando esse jogador está em campo. Mas mesmo que assim não fosse, mesmo que ele fosse a estrela da equipa, o que fez é indesculpável e tinha de ser punido. Uma vergonha é esta decisão do corrupto CJ da Federação, cujo presidente é um ex-guarda-redes do Porto. Isso é que é uma vergonha. Só espero que os adeptos do Braga percebam esta golpada (mais uma) dos corruptos. Tenham atenção a isto, porque é importante: não foi a CD da Liga (e o famigerado Ricardo Costa) que baixou os castigos aos portistas e manteve o do Vandinho. Foi o CJ da Federação, recheado de portistas, que revogou os castigos ao Hulk e manteve o do Vandinho. O que significa que isto é uma tentativa não de enfraquecer o Braga para o título ficar entregue ao Benfica, mas sim de fortalecer o Porto para ver se ainda chega ao 2º lugar. Percebam bem isto. Realmente assim será complicado para equipas como o Braga conseguirem chegar mais longe. Uma equipa que tem feito um campeonato, reitero, extraordinário. Em condições normais, o Benfica já era campeão há muito tempo, com a época estrondosa que tem efectuado. O problema é que tem tido um super Braga a oferecer resistência, e merecem um grande aplauso por isso. Mas é indiscutível e indesmentível: o melhor futebol é praticado pelo Benfica, sobre isso nem pode haver discussão. Mas que o Braga merecia o 2º lugar, oh se merecia! O problema é que no Porto não estão dispostos a deixar que isso aconteça. Ponham-se a pau, bracarenses: o perigo não vem de Lisboa, vem do Porto. Tenham atenção a isso, e por favor, nunca defendam uma aliança com o crime e a corrupção. Por favor. Continuem a apoiar apenas o Braga e não se aliem ao Porto contra o Benfica, porque só sairão prejudicados. O Benfica sentiu isso no tempo do Damásio, e com o Sporting é isso que vem a acontecer desde que o Dias da Cunha saiu. Contentam-se com migalhas e não ganham nada porque o polvo não deixa. Braga, não caiam nessa asneira. Eu gosto muito do Braga, acho que é um grande clube. Não se tornem iguais ao Porto. Por favor.

O Benfica na Taça da Liga - 2009/10

A inauguração da rubrica "O Benfica na Taça da Liga" é, como não podia deixar de ser, destinada a relembrar o percurso vitorioso do Benfica nesta competição esta época. Com efeito, podemos facilmente verificar que o Benfica não concedeu grandes veleidades nesta competição, apesar de ser, à partida, o troféu menos cotado de todos os que a equipa disputou. Ainda assim, a equipa soube valorizar esta Taça, e assim a mesma está agora nas nossas vitrinas, abrilhantando ainda mais a nossa vastíssima sala de troféus.


A nossa caminhada nesta prova começou com uma vitória caseira frente ao Nacional, por 1-0. Num jogo longe de ter sido brilhante, Saviola acabou por fazer o único golo, já aos 81 minutos, depois de um passe sublime de Nuno Gomes, que tinha entrado segundos antes. Apesar da exibição menos conseguida, ficaram os três pontos, importantíssimos devido a ser esse o único jogo na Luz na fase de grupos.



O segundo jogo foi em Guimarães, num terreno absolutamente impróprio para a prática de bom futebol. O Benfica esteve a perder, tendo conseguido o empate nos últimos 15 minutos, por Fábio Coentrão. No fim deste encontro ficámos empatados com o Rio Ave, com 4 pontos, mas em 2º no grupo devido a uma pior diferença de golos, ficando assim obrigados a ir ganhar a Vila do Conde para passar às meias-finais da competição.



E a verdade é que fomos mesmo a Vila do Conde ganhar. O primeiro golo foi apontado por Carlos Martins, logo a abrir a segunda parte. Depois sofremos o 1-1 num penalty inexistente, mas voltámos a mostrar a nossa superioridade através de Di María. Isto num jogo em que Cardozo foi, de longe, o melhor em campo, coroando essa exibição com assistências para os 2 golos do Benfica. E assim passámos às meias-finais.



Nas meias-finais, tivemos de defrontar o Sporting em Alvalade, como todos bem se recordarão. E não o fizemos por menos. Uma vitória por 4-1, facilitada pela expulsão de João Pereira logo aos 5 minutos, ainda por cima numa altura em que o Sporting estava nas ruas da amargura. Os golos foram de David Luiz, Ramires, Luisão e Cardozo. Com o Porto a vencer a Académica no dia seguinte, previa-se desde logo uma final escaldante.



E eis-nos na final da competição. Um jogo equilibrado... apenas nos cartões: 4 para cada lado. De resto, uma vitória concludente do Benfica, perante um adversário sem soluções, sem ideias e sem controlo emocional. Os golos de Ruben Amorim (num grande, grande frango de Nuno), Carlos Martins (num grande, grande... balázio do médio!) e de Cardozo apenas deram a expressão natural ao que se passou dentro de campo. Foi uma vitória incontestada do Benfica, num troféu que fez por merecer, como se pode ver por todo o percurso da equipa na competição, onde concedeu apenas um empate e, mais que isso, nunca colocou equipas carregadas de habituais suplentes. Fazendo trocas residuais, com maior destaque nas meias-finais e final onde acabou enganar os adversários com as trocas efectuadas, Jorge Jesus mostrou valorizar a competição e, acima de tudo, deixou bem claras as suas intenções: está num grande clube, o maior de Portugal, e por isso quer ganhar tudo. E eu estou com ele nessa demanda, que esperemos que se continue a verificar.



Os vencedores desta Taça da Liga (sabemos que vencedores são todos os elementos que compõem o plantel, mas nem todos actuaram na competição; portanto, os vencedores oficiais serão apenas os que actuaram nem que fosse só um minuto): Quim, Júlio César, Moreira, Maxi Pereira, Rúben Amorim, Luisão, David Luiz, Roderick Miranda, César Peixoto, Fábio Coentrão, Javi García, Airton, Ramires, Felipe Menezes, Di María, Urreta, Aimar, Carlos Martins, Saviola, Cardozo, Éder Luís, Alan Kardec, Nuno Gomes e Weldon. 24 dos 30 jogadores que estiveram inscritos no nosso plantel esta época. Do actual, Miguel Vítor, Sidnei, Luís Filipe, Mantorras e Jorge Ribeiro não foram utilizados. Dos que já saíram, Shaffer e Keirrison também não o chegaram a ser.

Depois da vitória estrondosa, vieram os momentos mais saborosos: a festa do plantel, feita no relvado e já fora dele, com particular destaque para as celebrações no autocarro. Para todos desfrutarmos.

PS: Jorge Jesus dedicou a vitória ao seu pai, Virgolino Jesus, antigo jogador do Sporting. Espero que o estado de saúde de Virgolino melhore, de modo a poder comemorar, de boa saúde, os triunfos do filho no fim desta época desportiva e de muitas outras que estão para vir. Que o nosso treinador tenha fé e esperança e que continue a dedicar todas as vitórias ao seu progenitor. Nós estamos com ele.







terça-feira, 23 de março de 2010

Sumaríssimo?


Esta imagem é elucidativa da falta de educação de alguns jogadores daquela equipa. Fica um magnífico post do Espaço Vermelho para tirarem as vossas conclusões. Será que agora não há lugar para sumaríssimo?

segunda-feira, 22 de março de 2010

JVP


1 - Valia mais do que um clássico normal

O Benfica-FC Porto de ontem foi para além de um clássico normal. Tratava-se de um jogo especial em que o Benfica tentava dar continuidade ao bom momento que está a viver e à série de bons resultados conseguidos, com especial destaque para a vitória em Marselha. Depois desse feito, ganhar ao FC Porto era um aliciante suplementar. Do lado dos portistas, o sentimento era inverso, uma oportunidade para ajudar a esquecer desaires e tentar provar que a equipa não é pior do que a do Benfica e que tudo poderia ser diferente sem as vicissitudes da época. Nesta altura, ganhar esta taça a este adversário servia para relativizar os maus resultados e para fazer as pazes com os sócios. Juntando a tudo isto a rivalidade, está explicado o porquê se um jogo tão tenso, em que os nervos estiveram sempre à flor da pele.

2 - Nervosismo surge após o almoço

Um jogo como o de ontem nem sempre é fácil de encarar, porque mexe com os jogadores. Mais com uns do que com outros, dependendo da personalidade de cada um, mas só se começa a sentir a tensão no próprio dia. Depois do almoço começa a aparecer o nervosismo, porque os jogadores vão para os quartos descansar, vêem televisão, porque há sempre directos, e vão começando a perceber o entusiasmo dos adeptos, as expectativas. Há casos em que isso perturba os jogadores. O jogo de ontem terá sido mais difícil de encarar por parte do FC Porto, que tem feito uma época fraca e não está habituado a lidar com situações de desvantagem. Daí termos visto, principalmente durante a primeira parte, jogadores muito concentrados no jogo, é verdade, mas com uma "pica" especial, demonstrada em algumas reacções, em protestos, na forma de jogar. Dava para perceber desde o primeiro minuto que a tensão era muito grande.

3 - Segundo golo mais importante que o primeiro

O Benfica tinha motivos para entrar em campo mais tranquilo e confiante, pois as coisas estão a correr bem e a confiança serve até para iludir algum cansaço que possa existir. E o desenrolar da partida permitiu aos benfiquistas aproveitar os erros do FC Porto e geri-los de forma inteligente. A equipa portista até conseguiu reagir bem, e Falcao teve um lance em que podia ter empatado a partida, mas, para mim, mais determinante do que a infelicidade do primeiro golo foi a obtenção do segundo, de bola parada, mesmo em cima do intervalo. E se já não estávamos a assistir a um jogo bonito, porque foram muitos os passes falhados, a partir desse tento a questão ficou fechada, com o FC Porto cada vez mais nervoso e o Benfica mais tranquilo na sua gestão.

4 - Um frango daqueles dói

Ainda por cima numa final, é impossível passar ao lado daquele lance infeliz de Nuno, um frango. Um lance daqueles dói. O FC Porto até entrou bem no jogo, demonstrando que queria ganhar e estava disposto a assumir a iniciativa. Quando o golo aconteceu, a equipa estava por cima, a tensão era grande, mas estava a ser bem utilizada. Sei do que falo e por isso reafirmo que sofrer um golo daqueles dói mesmo.
Gostei de ver a atitude do Bruno Alves, que foi imediatamente confortar o Nuno, dar-lhe moral, mas a verdade é que aquilo perturbou a equipa, que lutou sempre até ao fim, mas os jogadores tinham no subconsciente que, num jogo tão especial, depois de acontecer uma coisa daqueles dificilmente conseguiriam dar a volta ao resultado.


5 - Problema maior do FC Porto é o Benfica

As substituições de Jesualdo Ferreira ao intervalo entendem-se. Rúben Micael não estava nos dias dele, e era preciso dar novo fôlego ao meio-campo. Quanto a Miguel Lopes, penso que tenha saído por já ter cartão amarelo, pois na primeira parte, quando o FC Porto esteve por cima carrilava o seu futebol pelo corredor direito. Só que nesta altura, por causa das lesões e dos castigos, as soluções que o FC Porto tem no banco não são as que o treinador gostaria de ter. Jesualdo Ferreira pode ainda queixar-se de ter perdido Varela na véspera do jogo e Rodríguez durante a segunda parte, pois esta é uma época em que tudo acontece à equipa. Mas continuo a insistir na ideia de que, para além das razões conhecidas, o maior problema do FC Porto esta época têm sido o Benfica e o Braga, mas principalmente o Benfica.

6 - Jesus fez aposta de risco

Jesus disse na conferência de Imprensa que confia em todos os jogadores e tem-no demonstrado. Mas ontem, ao deixar de fora quatro jogadores importantíssimos, correu sérios riscos. Agora é fácil dizer que a aposta foi boa, mas à partida, tendo como adversário o FC Porto, abdicar de Javi García, Ramires, Saviola e Cardozo no onze inicial foi arriscado. É sabido que Airton e Rúben Amorim cumprem e entram bem na equipa quando são chamados, mas jogar com eles ou com Javi e Ramires não é a mesma coisa. E Kardek não teve hipóteses para se mostrar. O primeiro golo facilitou a gestão. De resto, elejo como melhores os irreverentes Carlos Martins e David Luiz. O brasileiro joga como um avançado e tem melhorado bastante a segurança defensiva.

Benfica 3 - 0 Porto - Final Taça da Liga 09/10


Já está!!! O primeiro título oficial da época já está conquistado! Ao contrário de outros, que sempre menosprezaram esta taça, eu defendo, desde o início da mesma, que o Benfica devia dar importância a esta competição, visto que é um troféu oficial, e o Benfica é uma equipa habituada a somar glórias, a vencer competições, pelo que não se pode dar ao "luxo" de se pôr a desprezar troféus oficiais, seja uma taça com 40 anos ou com apenas 3. Por isso critiquei muito o Camacho quando desprezou esta competição, fazendo o Benfica ser eliminado pelo Vitória de Setúbal, que acabaria por... vencer a 1ª edição da Taça da Liga, na final frente ao Sporting. O ano passado o Benfica olhou para esta competição de outra forma e venceu-a. E este ano, mesmo rodando jogadores em vários jogos, a equipa nunca descurou a vitória do troféu e acabou por o conseguir, dando para já a hegemonia total do Benfica nesta taça: em 3 anos, ganhámo-la por 2 vezes. Isto é Benfica, é assim que tem de ser. Se o Porto tivesse desprezado a Supertaça nos primeiros anos em que ela foi jogada, certamente agora teria muito menos Supertaças (e títulos) no seu palmarés. É nisto que todos temos de pensar quando dizemos praí que esta e aquela taças não são importantes. Mentira! Para o Benfica, todos os troféus oficiais importam. Porque o Benfica é um clube que cresceu a vencer, que se tornou grandioso a nível mundial porque vencia tudo. Não pode agora andar aí a dizer que só quer ganhar campeonato e Liga Europa ou dos Campeões. Tem de querer ganhar tudo. Qual foi o primeiro troféu ganho pelo Mourinho no Chelsea? Exacto: a Taça da Liga. E assim criou uma dinâmica de vitória na equipa que o levou a vencer 3 meses depois o campeonato. E é isso que tem de (e vai) acontecer este ano no Benfica. A primeira competição está no papo. Agora é lutar para garantir o mais cedo possível o campeonato e, se os nossos jogadores conseguirem, lutar para o brilharete na Liga Europa. Eu acredito, porque sempre acreditei nesta equipa e principalmente neste treinador. Para mim, e posso dizê-lo com toda a propriedade porque o digo desde há muitos anos, Jorge Jesus é, logo depois de Mourinho, o melhor treinador português desde há muitos anos. De longe. Só pecou por tardia a sua chegada ao Benfica. Este título, e os outros que aí virão, são todos obra sua.


JJ arriscou no 11 inicial... em parte. Para a baliza, escolheu o mais experiente, o guarda-redes da Liga Sagres, muito provavelmente aquele que ainda lhe dá mais garantias: Quim. A defesa foi a mesma de Marselha, sendo que no meio-campo apareceu a grande novidade: Airton no lugar de Javi Garcia. Jesus deu assim ao jovem brasileiro uma prova enorme de confiança, que foi aproveitada a 100%: voltei a nem dar pela falta de Javi. Depois, Aimar jogou como fazia no ano passado: atrás de Kardec (que substituiu Cardozo), num esquema, apesar de tudo, bem mais dinâmico, que implicava o apoio ao brasileiro também de Di María e até Ramires. O jogo em si foi totalmente controlado pelo Benfica, a partir do momento em que chegou ao golo - aos 9 minutos. Até aí, o Porto estava a atacar mais, embora sem qualquer clarividência - que fraquinho está este Porto... Até que chegou aquele remate fraco, inofensivo, do meio da rua de Ruben Amorim... e aquele frango monumental de Nuno, a colocar o Benfica na frente sem nada de especial ter ainda feito no encontro. Como eu havia lembrado no meu post anterior, ser o Nuno a titular era um muito bom prenúncio para nós, pois ele já havia estado na nossa última vitória na Taça de Portugal. Acertei na mouche.


A partir daí, a tendência do jogo mudou completamente. O Benfica, em vantagem, sentiu-se como peixe na água e bastou-lhe gerir os acontecimentos, nunca arriscando em demasia e sem chegar sequer a ter de imprimir no jogo a velocidade e a atitude demonstradas no encontro de Marselha. Aliás, este Porto perderia por 3 ou 4 com aquele Marselha, não tenho quaisquer dúvidas. Enquanto o Benfica fazia o seu jogo e deixava o tempo correr, controlando totalmente a partida, os jogadores portistas iam demonstrando, num sem número de ocasiões, que estavam completamente de cabeça perdida, uns com os outros, com o adversário, com o árbitro, enfim... Uma vergonha. Em cima do intervalo, Carlos Martins foi rasteirado por Raúl Meireles e logo se percebeu que dali iria sair bomba do 17 encarnado. O que ninguém esperava era que saísse tão perfeita! Que grande golo marcou Carlos Martins! Daqueles tiraços só ao alcance de bombistas do calibre de Martins - e que feliz que ele é nas finais da Taça da Liga! A continuar assim, podemos estar descansados quanto aos nossos números 10: tanto Aimar como Carlos Martins são extraordinários. Só Queiroz é que não vê o momento extraordinário de forma, física e psicológica, de Martins. Mas vai Ruben Micael e estará tudo bem. Ou não...



Com 2-0 ao intervalo, e com os ânimos quentinhos, pedia-se a Jorge Jesus que fosse prudente e reduzisse ao mínimo o risco, pois o próximo jogo será mais uma finalíssima, a recepção ao Braga, e havia o perigo de algum jogador ser expulso, nomeadamente Maxi Pereira e Aimar, que já tinham visto o amarelo na primeira parte. Mas JJ não tirou nenhum dos 2 ao intervalo, optando por aguentar um pouco mais para ver no que dava a 2ª parte. Mas deu mais do mesmo, com o Benfica a controlar e a criar perigo nalgumas situações, mas sempre sem forçar muito, pois nem valia a pena. Aimar acabaria por sair aos 62 minutos, mas Maxi até actuou o jogo todo, nunca sendo sequer ameaçado por Alvaro Pereira ou Rodríguez. Já nos descontos, uma jogada fantástica de Ruben Amorim (para mim, o melhor em campo), com uma tabelinha perfeita com Saviola pelo meio, deu a Cardozo a possibilidade de também picar o ponto e consumar a goleada encarnada. Estava escrita mais uma bela página de uma história que cada vez encanta mais quem a segue.


No Porto, não houve um único jogador que tivesse uma prestação positiva. Foi um jogo péssimo de todos, sem excepção. O menos mau talvez tenha sido Fernando, que regressava de lesão após mês e meio, salvo erro. Por ele, o Porto não tinha perdido por tantos. Nota negativíssima para Bruno Alves. Eu até sou dos que já defendeu algumas vezes o central do Porto, mas começa a ser demais aquilo a que assistimos jogo após jogo. Escudando-se na desculpa de que a maneira de jogar do Bruno Alves é assim, que é muito viril, muito impetuoso, os seus defensores vão alimentando a ideia de que ele pode ter as entradas que quiser, fazer as faltas que quiser, chamar o que quiser a adversários e árbitros, provocar tudo e todos, que nada lhe acontece, porque é a sua maneira de jogar. Hoje, aquilo a que assistimos foram cenas lamentáveis de alguém que é o capitão de uma grande equipa e que devia ser um exemplo para toda a gente, para as crianças que o seguem. Mas não é. O que eu vejo em todos os jogos é uma falta de desportivismo e de lealdade gritante de Bruno Alves para com todos os intervenientes no jogo, desde adversários a árbitros. Ele chama tudo a toda a gente (hoje viu-se claramente insultar o árbitro e o Alan Kardec variadíssimas vezes), ele agride tudo e todos (hoje foi "só" o Kardec e o Cardozo), pega-se com tudo e todos, enfim, é uma vergonha. E é inadmissível que um clube supostamente tão grande não ponha cobro aos seus profissionais e os deixe fazer estas cenas lamentáveis sem qualquer tipo de punição. Repito: é lamentável. Assim como foram lamentáveis as cenas a que fomos assistindo durante a tarde e antes e no intervalo do jogo. Curiosamente, os vídeos que houve e as notícias a descrever os incidentes falaram todas de agressões e provocações de adeptos do Porto (nomeadamente da claque criminosa dos Super-Dragões) a adeptos encarnados e não o contrário. Eu só pergunto: será que os adeptos do Porto que gostam verdadeiramente do seu clube, de futebol, de desporto, se revêem nesses actos? E se se revêem nos actos do seu capitão? Dêem-me o vosso feedback, para eu tirar esta dúvida, por favor.

Posto isto, resta-me dar os parabéns a toda a equipa, ao treinador e à estrutura directiva do Benfica, que planeou esta época de modo a proporcionar aos seus adeptos uma equipa ganhadora, ambiciosa, com jogadores de grande qualidade, um treinador formidável e um futebol espectacular, que faz os adeptos sonharem mais e mais a cada jogo que passa. Uma já cá canta, essa é que essa. E o Benfica voltou a fazer a festa no Algarve, perto da minha cidade, tal como no ano passado, quando estive lá no estádio. Este ano não pude, vibrei pela televisão, mas o sentimento foi o mesmo. Este foi o primeiro troféu ganho pelo Benfica desde que tenho este blog. Espero que, ainda nesta época, possa festejar aqui mais dois. Seria muito bom sinal. Agora, e porque o Benfica nunca pára, é começar já a pensar na recepção ao Braga, naquele que poderá ser o jogo do título. Se ganharmos, os 6 pontos serão quase a garantia de que o título de campeão nacional, o 32º da nossa história, não fugirá. Eu acredito nessa vitória, tal como sempre acreditei na de hoje e na da passada 5ª feira, em Marselha (e, já agora, como acredito que iremos eliminar o Liverpool...). Rumo ao 32º! E viva o Benfica e a conquista da 2ª Taça da Liga!

PS: Farei um post amanhã com todo o percurso da equipa nesta Taça da Liga, onde estarão também as imagens e vídeos desta final, bem como de toda a festa que ocorreu depois do encontro. Neste post, e para não fugir ao esquema da crónica normalmente feita depois de cada jogo, optei exactamente por fazer uma crónica normal. O post da euforia e do percurso vencedor fica para amanhã. Para já, aqui fica o resumo com os golos deste jogo:

domingo, 21 de março de 2010

A Taça da Liga é nossa! Parabéns, Benfica!

A 2ª Taça da Liga do nosso historial!

O Benfica na Taça de Portugal - 2003/04

Para dar força ao nosso clube em dia de final de uma taça, no caso a da Liga, inauguro a rubrica "O Benfica na Taça de Portugal", destinada a relembrar os maiores feitos do Benfica na Taça de Portugal em toda a sua história. Desta vez, e ao contrário do que tem sido hábito, começo com a conquista mais recente nessa competição: a Taça de Portugal de 2003/04, com José Antonio Camacho ao comando de uma equipa que tinha perdido Miklós Fehér meses antes e que aproveitou assim para lhe dedicar um título (e também ao júnior Bruno Baião, falecido pouco depois do húngaro). Foi também uma final vencida a um super-Porto de Mourinho que havia acabado de garantir o bis no campeonato com uma superioridade estonteante e que se sagraria campeão europeu uma semana depois. Foi, portanto, um enorme feito, essa conquista da Taça de Portugal nessa época. E é com o mesmo espírito de conquista, de ambição mas também de humildade que teremos de enfrentar a final desta noite, que não sendo da mesma competição, é igualmente importante para criar a dinâmica de vitórias de troféus nesta equipa, que apesar do futebol fantástico que tem vindo a apresentar esta época... ainda não ganhou nada. O meu feeling é que hoje vamos ganhar o 1º título da época. Que os jogadores se inspirem no caminho triunfal do Benfica na Taça de Portugal de 2003/04 (dos jogadores que levantaram esse troféu, ainda estão no actual plantel Luisão, Moreira e Nuno Gomes; eles que relembrem como foi ganha essa final aos colegas, para que hoje se repita o mesmo cenário: a nossa vitória!).


A caminhada do Benfica na prova começou com uma vitória sobre o Estrela da Amadora por 3-1, na Luz, com golos de João Pereira, Tiago e Roger, conseguidos apenas nos últimos 15 minutos do encontro.

Na quinta eliminatória, defrontámos, em Coimbra, a Académica. Vencemos por 1-0, com golo de Luisão.

O Benfica ficou isento nos oitavos-de-final, voltando a jogar nos quartos, em casa com o Nacional da Madeira. Vencemos por 2-1, num jogo em que Argel foi o herói improvável: apesar de não ter marcado qualquer golo, o central brasileiro entrou aos 78 minutos para... ponta-de-lança, com o Benfica a perder por 1-0, e galvanizou os colegas para a reviravolta no marcador. Que chegaria, primeiro por Tiago, aos 85 minutos, e dois minutos depois por Sokota. A equipa estava assim nas meias-finais da prova.

Nas meias-finais, defrontámos, novamente em casa, o Belenenses. Uma vitória por 3-1, com golos dos mesmos intervenientes: Sokota (2) e Tiago.

A final, essa foi contra o Porto. Como já disse acima, uma equipa acabada de se sagrar bi-campeã nacional, com um percurso irrepreensível no campeonato, e que uma semana depois se sagraria também campeã europeia. Aliás, apesar de na semana seguinte ter essa importantíssima final com o Mónaco, José Mourinho não poupou nenhum jogador da equipa habitualmente titular, com excepção do guarda-redes (fez descansar Vítor Baía, dando a titularidade a... Nuno, que também estará hoje na baliza portista - bom prenúncio...). O Porto marcou primeiro, por Derlei, em cima do intervalo, mas o Benfica chegaria ao empate aos 59 minutos de jogo, pelo improvável Fyssas, naquele que foi o seu único golo com a camisola encarnada.


A vitória do Benfica só surgiria já no prolongamento, através da cabeça de Simão.


O Benfica levantava assim a 24ª Taça de Portugal do seu historial, quebrando um jejum de 8 anos sem a conseguir vencer (e de 7 sem ir sequer à final). Que estas imagens e vídeos inspirem os nossos jogadores para mais uma final gloriosa esta noite.


Os titulares na final:


Os festejos dos 2 capitães, naquela que foi a passagem de testemunho de Hélder a Simão:


O resumo do jogo, num vídeo feito pelo Memória Gloriosa, aqui:



A festa dos adeptos pelo país fora, aqui:







PS: Dos outros jogos, não coloquei quaisquer fotos ou vídeos porque simplesmente não encontrei nada de nada na net.

PPS: Muitas das fotos foram retiradas do grande Vedeta ou Marreta.

sábado, 20 de março de 2010

RAP


'Welcome' to Algarve

Sendo o Algarve praticamente solo inglês, tenho expectativas mais ou menos elevadas para a final da Taça da Liga. Todos sabemos o que acontece ao Porto quando tem de jogar em Inglaterra contra equipas que vestem de vermelho e branco. Provavelmente por isso, a Liga tomou medidas com o intuito de equilibrar o desafio: a nomeação de Jorge Sousa é um sinal claro de que se pretende um jogo bastante nivelado. Que diriam os portistas se um antigo elemento dos No Name Boys fosse nomeado para arbitrar uma final entre Benfica e Porto? Haveria certamente vigílias lacrimejantes e pungentes comunicados. Que dizem os benfiquistas quando Jorge Sousa é nomeado para arbitrar o jogo de amanhã? Encolhem os ombros. E dizem que o jogo de Marselha, com a arbitragem que teve, foi um bom treino para esta final. É assim que se chama público aos estádios: a maior parte dos Super Dragões vai assistir à partida na bancada, mas um deles terá o privilégio de ver o jogo mesmo no relvado. Ninguém pode acusar a Liga de não saber promover o espectáculo — que terá, aliás, outros motivos de interesse. Depois das escaramuças com José Lima, no intervalo do Sporting-Porto, e com Vilas Boas, no intervalo do Académica-Porto, com quem irá desentender-se o treinador-adjunto José Gomes no intervalo da final? Como é que os stewards da Luz conseguirão provocá-lo de forma infame a 300 quilómetros de distância? Quantos jogos de suspensão serão aplicados aos jogadores do Benfica que não agredirem ninguém, como aconteceu com Cardozo no Braga-Benfica (arbitrado por Jorge Sousa)? Tal como sucedeu no ano passado, irá algum portista sugerir que o Porto perca o jogo por falta de comparência, ou esta época já lhes apetece disputar este troféu? Que inquietação.

Foi uma excelente quinta-feira europeia para os portugueses: o Benfica passou aos quartos-de-final da Liga Europa e Simão Sabrosa também. Aconteceu, em todo o caso, um episódio triste: por uma daquelas coincidências inexplicáveis, dois dias depois de Salema Garção ter instigado os adeptos do Sporting a criarem um ambiente hostil ao Atlético de Madrid, vários sportinguistas apedrejaram os adeptos espanhóis. Quem diria? No entanto, tenho a certeza de que as pedras foram trazidas de Alcochete por sócios do Benfica, os mesmos que, naquele jogo decisivo do campeonato de juniores, atiraram pedras aos inocentes sportinguistas que nunca tinham visto um paralelepípedo na vida. Entretanto, Costinha parece ser o director desportivo de que o Sporting precisava: Sá Pinto tentou expulsar Liedson do clube e não foi capaz, mas Costinha mostrou mais talento e, ao que parece, conseguiu mesmo afastar definitivamente Izmailov. A generalidade dos directores desportivos tem a responsabilidade de recrutar jogadores para a equipa que dirige; no Sporting, compete ao titular do cargo expulsar os que lá estão. É, sem dúvida, um clube diferente.

Que azar teve o Marselha: no espaço de uma semana passou de equipa que, finalmente, mostrou ao Benfica o que era ter pela frente um adversário a sério, com excelentes jogadores de nível mundial, a equipa composta por coxos que, afinal, qualquer um eliminava. Quanto aos benfiquistas, apesar da liderança do campeonato, do melhor ataque, da melhor defesa, do melhor marcador e dos quartos-de-final da Liga Europa, continuam a não embandeirar em arco. Quem quiser saber o que é embandeirar em arco, leia o que se escreveu na semana em que o terceiro classificado ganhou ao Arsenal em casa com um frango e um golo à chico-esperto. Euforia ridícula é aquilo, como os factos viriam a demonstrar com alguma dureza.

Por Ricardo Araújo Pereira, 20 de Março in Jornal A Bola

Vieira e a Sport Tv

Como o prometido é devido, chegou a altura de falar sobre as "pressões" de Luís Filipe Vieira à Sport Tv, como alguém lhe chamou já aqui neste blog.

A minha opinião sobre o assunto, eu já a fui dando a responder aos vossos comentários, mas vou dizer agora tudo de seguida.
Eu acho que ele fez muito bem em mandar essa carta ao Joaquim Oliveira. Acho que, se um qualquer consumidor tem o direito de se queixar e de reclamar quando não está a gostar do produto, ou quando o produto tem defeito, então o presidente de um clube (no caso, o nosso) também terá o direito de reclamar se acha que o canal não está a cumprir com os princípios que deveria cumprir, como a imparcialidade, a honestidade, a transparência. Nós, os bloggers, mas também muito do comum adepto já haviam identificado esses problemas há muito tempo (a parcialidade das realizações, a quantidade enorme de repetições quando os lances são a beneficiar o Benfica, o número reduzidíssimo de repetições quando é a prejudicar-nos e exactamente o inverso nos jogos do Porto; os comentários absolutamente parciais; as linhas de fora de jogo transviadas para colocar os jogadores do Porto em jogo e os nossos fora-de-jogo; e muito mais situações destas). Portanto, acho que a tomada de posição de Luís Filipe Vieira só peca por tardia, pois já devia ter acontecido há mais tempo.

Se acho que era viável e possível o nosso canal transmitir os nossos jogos, pelo menos os caseiros? Não sei, sinceramente, pois economia e finanças não é a minha praia. Mas acho que o canal poderia (deveria?) servir para isso. No entanto, se querem a minha opinião sincera, eu prefiro claramente ver jogos numa tv imparcial e que fale de futebol como deve ser do que ver na Benfica Tv com comentários carregados de fanatismo. Isso chega a roçar o ridículo. Prefiro mesmo ver de forma imparcial, porque gosto de ouvir falar quem sabe. Adeptos a darem a sua opinião e a mostrar o seu amor ao clube, isso é noutros tipos de programas. Na transmissão de jogos, acho que os comentadores, relatadores e realizadores devem ser imparciais. É o mínimo exigível. Se assim fosse sempre, não haveria qualquer tipo de problema.

Respondendo ao anónimo que tentou subverter o que o LFV fez, insinuando que tal seria uma pressão e um atentado à verdade desportiva, bem, a resposta já a dei acima. LFV na carta pede imparcialidade e transparência nas realizações e nos comentários. Não pede que passe a ser tudo apenas em tons de vermelho. Portanto, penso que está respondida a sua questão, anónimo.

Se queriam saber a minha opinião ou posição em relação a qualquer outra questão que envolva este assunto e que eu não tenha abordado aqui, digam-no na caixa de comentários.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sorteio da Liga Europa - Quartos-de-final (e meias-finais também)

Calhou-nos um dos adversários mais difíceis em prova: o Liverpool. Uma equipa que dispensa apresentações e que, embora não esteja a fazer uma boa época, é sempre o Liverpool. No entanto, temos 2 coisas (pelo menos) a nosso favor: o nosso momento actual de forma, que está a assustar os ingleses (ver estes posts do Céu Encarnado e do Benfiquistas desde Pequeninos), e o alento moral que nos dá pensar da última vez que apanhámos os Reds, eram eles campeões europeus na altura, e a classe com que os despachámos. Vai ter de ser assim de novo.

Depois, caso consigamos eliminar o Liverpool, jogaremos contra o Valência ou o Atlético de Madrid. À partida não há muitas dúvidas que será o Valência, mas o Atlético é capaz do melhor e do pior e não é de descartar que os colchoneros consigam até ultrapassar o Valência. Não seria nada do outro mundo. No entanto, o que interessa agora é passar o Liverpool. O resto virá depois. E eu acredito que vamos conseguir passar, tal como acreditava (e muito) com o Marselha. Tal como acredito que poderemos estar na final de Hamburgo. Rumo à 1ª Liga Europa!

Marselha 1 - 2 Benfica - Oitavos-de-final Liga Europa 09/10

Épica. Foi épica a vitória de hoje à noite, num encontro que ficará na história do Benfica, como muitos outros no nosso passado recente e mais antigo já ficaram. O jogo de hoje foi uma demonstração de que esta equipa é, sem sombra de dúvidas, uma das mais empolgantes da Europa e que tem condições para concluir esta época com muitos, muitos sucessos. E já é, sem sombra de dúvidas também, a melhor equipa do Benfica que já vi desde que acompanho futebol com olhos de ver. Ou seja, desde a época 1992/93, e nessa época também jogávamos muito bem. Mas este ano... bem, este ano somos quase imparáveis. Hoje, até conseguimos, pela primeira vez na temporada, dar a volta a um resultado negativo, perante uma grande equipa, que hoje foi absolutamente banalizada pelo nosso futebol. Em suma: podemos estar a assistir a um momento histórico na vida do Benfica. E eu estou a fazer parte dele.


O jogo resume-se a três palavras: Benfica a dominar. Porque foi mesmo assim que tudo se passou, tanto na primeira como na segunda parte. O Benfica esteve sempre no meio-campo adversário, controlou todo o encontro, fez os franceses colocarem apenas 2 homens no ataque, com os outros 9 sempre atrás da linha da bola. Onde andou Lucho? Ninguém sabe. Os nossos jogadores foram verdadeiros heróis, sempre em busca de ter a bola, de procurar o golo, de ir para cima do adversário. Sinceramente, se não fosse pelos cânticos que vinham das bancadas serem em francês, eu diria que estávamos a jogar em casa, caso tivesse de tentar adivinhar pela qualidade praticada dentro do campo. Nunca imaginaria que o Marselha estava a jogar no seu terreno. Ridiculamente, com toda a sorte do mundo, os franceses chegaram ao golo ao minuto 70, pelo seu capitão, Niang. Uma partida do destino, mas a verdade é que acreditei desde o momento em que vi a bola entrar que a eliminatória não estava perdida, que ainda íamos empatar e depois vencer no prolongamento, se não fosse antes. E não me enganei. Passados apenas 4 minutos, Maxi Pereira voltou a fazer das suas (em Marselha já não o devem poder ver) com um grande remate que voltou a bater Mandanda. Faltava pouco para dar a volta e eu continuava a acreditar.


E digam lá, quem diria que seria Alan Kardec a fazer o golo 100 do Benfica esta época e, mais importante, a dar a passagem aos quartos-de-final? Quase ninguém, aposto eu. Mas a verdade é que Jorge Jesus mostrou mais uma vez que afinal a estrelinha também o acompanha. Quando aos 86 minutos fez entrar o brasileiro, alguém pensou que estava ali o herói do jogo? Eu não pensei, nem pouco mais ou menos, até porque até agora pouco mais tinha visto dele que um novo Keirrison. Mas só pelo golo que marcou hoje já valeu a contratação e os 4 ou 5 anos que tiver de contrato. Que fique quanto tempo quiser.


O Marselha surpreendeu-me muito. Pela negativa. Depois da grande equipa que vi jogar na Luz, nunca pensei que aparecesse tão cauteloso e a jogar no erro do Benfica. Podia resultar, como podia dar asneira. Deu asneira. Os jogadores que mais gostei na equipa francesa hoje foram Niang, pelo trabalho que dá a uma defesa, embora não me pareça nada apurado tecnicamente; Brandão, pelo trabalho que dá e pela técnica que tem, ao contrário de Niang; e Edouard Cissé, pelo bom trabalho de sapa que faz, sem se dar por ele (muito ao jeito do velho Paulo Assunção, não deste do Atlético de Madrid, ou do Javi García). Para mim, foi ele o melhor em campo do Marselha nesta noite.

Foi uma vitória à Benfica. À Benfica dos tempos áureos, da raça, do querer, da vontade de ganhar e de jogar bom futebol. Um futebol de deixar esse mundo fora a salivar, pela beleza técnica, pela qualidade artística e também táctica. Foi um jogo espectacular de todos os jogadores, excepto de um. Não gostei minimamente do Cardozo hoje, admito desde já. Foi, claramente, um jogador a menos na equipa. Apesar de ganhar muitos dos duelos nas alturas, não acertou uma tabelinha, não fez mais de 2 passes em condições e nem a rematar isolado frente ao guarda-redes (supostamente uma das suas funções, pois é um matador) conseguiu acertar na baliza. Acho que o Cardozo atravessa um nítido abaixamento de forma e não é do ponto de vista físico. Ele não está muito bem a nível psicológico. O Jesus que trabalhe bem esse aspecto, porque precisamos do nosso matador de volta. De resto, um jogo de gigante do Maxi Pereira, do Fábio Coentrão (a calar-me, a mim e a todos os que acham e achavam que nestes jogos importantíssimos é preciso um defesa esquerdo que saiba defender melhor, que não dê tantos espaços; hoje esteve irrepreensível e está um fantástico jogador), do Luisão e do Javi. Um bom jogo do Carlos Martins, do Di María e do Ramires, pese embora este continue estafadíssimo: o homem precisa mesmo de descansar. Está esgotado e isso nota-se, embora com o seu esforço e abnegação a cada jogada ele o disfarce muito. O Saviola esteve muito apagado, a fadiga também já se vai notando muito. Se calhar estes 2 deviam descansar no domingo. Já o Cardozo tem de jogar, para ver se marca e espanta os fantasmas que o parecem estar a atormentar. De Júlio César, não há muito para dizer, não teve grande trabalho e no golo a falha é da defesa, ele fez a mancha muito bem. De resto, acho que se notou uma melhoria abismal quando o Aimar entrou em campo (como já tinha acontecido, por exemplo, em Liverpool, com o Everton). Se aquele homem estivesse sempre em condições físicas, éramos muito mais demolidores. Uma última palavra para David Luiz. No geral, esteve muito bem. Mas continua a alterar esse muito bem com lances de burrice pura, dignos de infantis. Exacto, estou-me a referir ao lance em que quer fintar o Koné e acaba por perder a bola, deixando-o em boa posição para marcar. Enquanto fizer coisas assim, nunca será dos melhores da rua dele, quanto mais do mundo. Em relação ao jogo, está tudo dito. Tudo o que eu tinha previsto/pedido se concretizou até agora: vencemos o Paços, vencemos o Nacional e eliminámos o Marselha, não descurando até agora nenhuma das competições oficiais. Assim é que eu gosto de ver o meu Benfica, a lutar por todas as competições oficiais. E a verdade é que continuamos na luta pelas 3. Para os próximos jogos, já sabem os meus pedidos: encarem o jogo de domingo como aquilo que é na verdade, uma final e frente a um grande rival, por todos os motivos e mais alguns. É um jogo para ganhar, sem qualquer tipo de dúvida. E depois é descansar um dia e voltar ao trabalho para preparar mais uma final, desta feita a do campeonato. Se vencermos esse encontro dificilmente perderemos o título. Mas, para já, vamos desfrutar um pouquinho do grande jogo a que assistimos hoje. Fez-se história em Marselha (e finalmente conseguimos lá nova vitória épica para fazer esquecer uma história de uma mão que durou 20 anos...). Uma palavra para o sorteio: o melhor que nos podia calhar em sorte era o Standard de Liège. É, sem dúvida, o clube mais fraco dos quartos. Mas também gostava que nos saísse o Fulham, por duas razões: é muito parecido com o Everton, mas pior, e acabou de eliminar a Juventus (tendo eliminado também a Roma na fase de grupos), o que nos daria ainda mais prestígio caso os eliminássemos. Depois há ainda as 2 equipas alemãs, que não me parecem nada de mais: Hamburgo e Wolfsburgo. E o Atlético de Madrid, que não tenho dúvidas nenhumas em como seria massacrado pelo Benfica, devido ao nosso ataque demolidor. O Sporting não passou apenas pela defesa hedionda que tinha hoje em campo. Com Tonel e Carriço no centro e Grimi (apesar de tudo, 30 000 vezes superior a Pedro Silva) a lateral esquerdo, os leões tinham eliminado este Atlético à vontade. Assim, não deu. Sobram Valência e Liverpool, os verdadeiros papões (junto connosco) desta Liga Europa. Se calharmos com um deles, será uma final antecipada. Se não, já estamos nas meias-finais, não tenho grandes dúvidas. Rumo à 1ª Liga Europa (e à 2ª Taça da Liga... e ao 32º!), eu acredito!

PS: Eu havia prometido, no post de homenagem ao Julinho, que o luto do blog daria lugar novamente ao vermelho vivo do Benfica e da alegria caso nos qualificássemos hoje, algo que o próprio deveria querer muito. Missão cumprida, Julinho.

Os golos do encontro (com comentários em inglês) aqui:







O resumo do jogo aqui:

quinta-feira, 18 de março de 2010

Morreu um dos nossos

Julinho

Esteve no Benfica de 1942 a 1953


1919 - 2010

Descansa em paz


PS: Pelo Julinho, que muito nos deu (3 campeonatos, 2 Taças de Portugal e principalmente uma Taça Latina, a antecessora da Liga dos Campeões, conquistada com um golo seu), espero que vençamos hoje, e que tiremos o luto deste blog para o transformar num dia de alegria. Ele, lá do céu, ficará tão feliz quanto nós.

O Benfica na Europa - Taça UEFA 1982/83

Respondendo ao repto lançado neste post do Coluna d'Águias Gloriosas, inauguro hoje uma nova rubrica no Gloriosa Chama Imensa, destinada a recordar os melhores e mais grandiosos (e os piores também, que neste blog não se pretende apagar nenhum momento da história do Benfica) momentos do Benfica na Europa. E como hoje temos uma "finalíssima" para ser ganha em Marselha, em jogo a contar para a Liga Europa, vamos relembrar a melhor campanha de sempre do Benfica na antecessora da Liga Europa, a Taça UEFA. Uma competição que o Benfica nunca venceu, mas onde chegou por uma vez à final. Foi na época de 1982/83. E a vitória fugiu por apenas um golo...



(clicar nas imagens para se verem melhor)

Apesar de sermos presença assídua na Taça dos Campeões Europeus (nas décadas de 60 e 70 falhámos muito poucas edições), na época de 82/83 tivemos de ir à Taça UEFA, devido a termos terminado a temporada anterior em 2º lugar, a 2 pontos do Sporting. A primeira eliminatória foi contra o Bétis de Sevilha. Na Luz, vencemos por 2-1, com golos de Nené e Padinha. Em Sevilha, o resultado foi o mesmo, mas, segundo consta, a equipa só acordou depois de um valente puxão de orelhas de Eriksson (o treinador de então) aos jogadores (como podem ver neste post do blog Malta da Tropa que Curte Bola, entretanto já inactivo, e neste do Memórias Encarnadas, um blog muito bom que descobri ao fazer a pesquisa para este post mas que infelizmente também me parece estar inactivo), onde dizia, entre outras coisas, que tinham de jogar fora da mesma forma que jogavam em casa, ainda por cima sendo superiores ao adversário e tendo a necessidade de marcar para virar a eliminatória a seu favor. O discurso de Eriksson acabou por dar frutos: o Benfica virou o resultado na segunda parte, com golos de Carlos Manuel e Nené, mais uma vez.
Como não consegui encontrar qualquer vídeo com os golos destes jogos na net, coloco estas imagens que retirei, tal como as de cima do plantel dessa época, do Memórias Encarnadas, referentes aos dois golos encarnados no jogo da 2ª mão, em Sevilha:





Na eliminatória seguinte, calhou-nos em sorte o Lokeren, da Bélgica, que apesar de pouco sonante, apresentava um ataque temível, composto pelo polaco Lato e pelo dinamarquês Elkjaer-Larsen. Ainda assim, os belgas acabaram por ser despachados de forma mais simples. 2-0 na Luz (Nené e Pietra) e 2-1 na Bélgica, com um bis de Filipovic. Desta eliminatória, não consegui encontrar nem fotos, nem vídeos, infelizmente.

Nos oitavos-de-final, defrontámos o Zurique, da Suíça. À partida, não parecia tarefa árdua. E não foi. Depois de um empate a uma bola em terras helvéticas (golo de Filipovic), despachámos os suíços na Luz com um concludente 4-0, com um golo de Filipovic, outro de Diamantino e 2 de Nené. Também não vi nada de imagens e vídeos deste jogo na net.

E eis que, chegados aos quartos-de-final, nos saiu a pêra mais amarga que poderia ter saído: a toda-poderosa Roma, com jogadores como Tancredi, Vierchwood, Prohaska, Carlo Ancelotti, Falcão, Bruno Conti, Pruzzo, Di Bartolomei e Gianinni. Ainda assim, os nossos jogadores, comandados por um treinador jovem e ambicioso (e que havia ganho a mesma competição na época anterior, no Gotemburgo), não se amedrontaram e conseguiram um feito heróico, ao vencer em Roma por 2-1, com mais um bis de Filipovic. Em casa, um empate a uma bola (com novo golo de Filipovic...) carimbou a passagem às meias-finais da prova, deixando para trás uma equipa recheada de estrelas e que haveria de vencer o campeonato italiano nessa época.

Os golos do Benfica nos dois jogos, aqui neste vídeo feito pelo SLB do blog Não Se Mencione o Excremento:



Ultrapassado o papão Roma, apanhámos o Universitatea Craiova, equipa romena que tinha estado nas duas épocas anteriores na Taça dos Campeões Europeus, ou seja, tinha sido campeã da Roménia 2 épocas seguidas, isto numa altura em que o futebol romeno estava em crescendo, o que se viria a confirmar com o título de campeão europeu do Steaua de Bucareste três anos depois e com a chegada da mesma equipa ás meias-finais da mesma prova em 87/88, onde foi eliminada pelo Benfica. O Universitatea Craiova era, portanto, uma equipa a respeitar e um osso duro de roer. Além disso, já havia eliminado a Fiorentina, o Bordéus e o Kaiserslautern. Não iria ser tarefa fácil. E não foi mesmo, como o comprova o empate a 0 no jogo da 1ª mão, na Luz. Na Roménia, o jogo começou mal para nós, com o Bento a oferecer a vantagem aos romenos logo nos primeiros minutos, com um frango após um livre directo. No entanto, logo no início da 2ª parte, Filipovic (quem mais poderia ser?) empatou a partida e colocou o Benfica na final da UEFA pela primeira vez (e única) na sua história.

Os dois golos da partida, neste vídeo, também feito pelo SLB do Não Se Mencione o Excremento:



E assim acabámos por chegar à final, onde voltámos a defrontar uns belgas, no caso o Anderlecht (que, curiosamente, havia eliminado, logo na 2ª fase, o... Porto, com um resultado total de 6-3: depois de ganhar 4-0 na Bélgica, perdeu 3-2 nas Antas), uma equipa onde pontificavam Morten Olsen, na defesa, Vercauteren, no meio-campo, e no ataque o espanhol Lozano, que depois foi para o Real Madrid, e o belga Vandenbergh, que havia sido Bota de Ouro da Europa 3 épocas antes. Na altura a final era jogada a 2 mãos, como se se tratasse de uma eliminatória normal. O Benfica acabou por perder por 1-0 em Bruxelas, num jogo marcado por um falhanço escandaloso de Diamantino que poderia ter mudado muita coisa... Na segunda mão, na Luz, começámos a vencer, com um golo de Shéu, mas poucos minutos depois os belgas empataram, por Lozano, e o Benfica não conseguiu de maneira nenhuma dar a volta ao filme. Acabámos por perder a Taça UEFA em plena Luz, mesmo sem ter perdido o jogo. Ainda assim, restava o consolo de ter voltado à final de uma prova europeia, 15 anos depois da última presença numa final da Taça dos Campeões Europeus. Se tudo correr bem, poderemos continuar a sonhar em repetir uma prova como esta... se possível, com outro desfecho! Que o JJ e os nossos jogadores estejam inspirados hoje!

Os golos dos dois jogos da final, aqui:



O resumo do jogo da 2º mão, aqui:



Só os golos desse jogo, aqui: