sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pedro Ribeiro

RAP



Jorge Jesus não tem mão na equipa

Lamento muito, mas um adepto não deve apenas dizer bem. Sobretudo quando é fácil. Apesar do bom futebol, das vitórias, do imenso receio que o Benfica inspira aos adversários, da profunda satisfação que todos os benfiquistas sentem quando vêem a equipa jogar, nem tudo corre bem. Um treinador deve exercer um controlo perfeito sobre a equipa e Jorge Jesus, por muito que me custe admiti-lo, não consegue. São já várias as conferências de imprensa em que o treinador do Benfica lembra que a equipa não pode golear sempre. Os jogadores, num acto de indisciplina recorrente, e que mereceria castigo sério, continuam a desmenti-lo. Quando chegou ao Benfica, Jorge Jesus disse que os jogadores iriam jogar o dobro do que haviam jogado no ano passado. Neste momento, os jogadores jogam o quádruplo do que Jorge Jesus pensava que eles iam jogar. É muito feio faltar ao prometido.


As falsas expectativas que o treinador do Benfica lançou no início da época tiveram efeitos muito negativos até na minha vida pessoal. Quando soube que o Benfica jogaria o dobro do que havia jogado no ano passado fiquei contente, mas não demasiado. O Benfica não jogava assim tanto para que a perspectiva de passar a jogar apenas o dobro fosse especialmente apelativa. Por isso, cometi a imprudência de marcar compromissos profissionais para dias de jogo do Benfica. Não pude ver no estádio a goleada ao Everton e fui forçado a acompanhar a goleada ao Belenenses apenas na televisão. Tivesse Jorge Jesus sido rigoroso e eu teria metido licença sem vencimento até ao fim da época.


Muito embora o Benfica seja, neste momento, uma máquina de triturar equipas e fazer golos, muita gente adverte ainda para os perigos que podem resultar do entusiasmo dos benfiquistas. Pelos vistos, o entusiasmo benfiquista é perigoso. Quando as outras equipas perdem, o adversário joga melhor. Quando o Benfica perde, a culpa é do entusiasmo dos sócios. Não se percebe a razão pela qual os outros treinam: segundo esta curiosa teoria, basta entusiasmarem-nos o terceiro anel para estarmos em apuros. O mais interessante é que o mesmo entusiasmo, tão contraproducente, também é apontado como um factor que nos beneficia. Sportinguistas e portistas queixam-se de que a onda de entusiasmo contagia os jornais e empurra o Benfica, o treinador do Braga lamenta que o Benfica seja levado ao colo pela euforia dos seus próprios adeptos. Em Portugal, ser levado ao colo pelo entusiasmo dos adeptos é crime, ser levado ao colo pela arbitragem é dirigismo brilhante. O treinador do Braga, por exemplo, nunca se queixou disso. Calha sempre estar a olhar para o chão.


Por Ricardo Araújo Pereira, 24 de Outubro 2009 in Jornal "A Bola"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

JVP



Benfica-Nacional

1 Benfica ganha a guerra do corredor

Benfica e Nacional, embora utilizando esquemas tácticos diferentes, entraram em campo com o adversário estudado e ambos apostados em explorar os corredores, com a particularidade de terem apostado numa luta em que a superioridade foi do Benfica. Apesar da falta de rotina e de ter jogado devido à lesão de César Peixoto, Coentrão esteve muito bem, teve uma grande atitude e ajudou a equipa a ganhar essa batalha, pois se é verdade que o Nacional tentou jogar nas costas dele, foi na mesma ala, mas nas costas de Patacas, que o Benfica começou a resolver o jogo. Jesus sabia que Patacas sobe bastante - é óbvio que um lateral, num esquema de três centrais, tem de subir - e pôs Fábio Coentrão e Di María (na foto) a explorarem esse flanco, tendo beneficiado da lentidão de Halliche, que era quem tinha de dobrar o lateral. Aliás, o problema da velocidade, ou falta dela, afectou os três centrais do Nacional. Mesmo na primeira parte - o resultado ao intervalo era de apenas 2-1 - já se tinham visto vários lances em que as dobras da defesa da equipa madeirense eram deficientes. Basta atentar no número de vezes que Cardozo apareceu sozinho. E toda a gente sabe que, se há característica que Cardozo não tem, é a velocidade. Só que o desacerto era grande e constante, pois quando Saviola saía para receber a bola, ninguém o acompanhava, deixava de haver marcação.

2 Benfica mais perigoso quando o Nacional atacava

Mesmo num jogo muito táctico - e convém reforçar a ideia de que este jogo tem de ser partido entre a primeira e a segunda parte -, o entendimento entre Saviola e Aimar foi perfeito: complementam-se e contam ainda com o apoio de Ramires, sempre preocupado em cumprir tacticamente o que lhe é recomendado, mas muito objectivo na forma de jogar.

Para combater o Benfica, e apesar de bem posicionado no terreno, ao Nacional faltava agressividade defensiva, pois concedia demasiados espaços. Ou seja, mesmo quando conseguiu manter o resultado equilibrado o Nacional estava melhor a atacar do que a defender, porque depois desequilibrava-se e era surpreendido pelas transições rápidas do Benfica. Ou seja, o Benfica era mais perigoso, quando era o Nacional que estava no ataque. Se juntarmos a isto a desconcentração na bola parada que deu o segundo golo, percebe-se que, a partir dali, as coisas não seriam fáceis para os visitantes.

3 Espaço para Aimar e Ruben Micael

Quando se defrontam duas equipas onde há jogadores de reconhecida qualidade, acontecem sempre coisas interessantes, como foram os casos dos primeiros golos de ontem. Há jogadores como Aimar e Ruben Micael, que, se tiverem liberdade e conseguirem espaços para jogarem com a bola no pé de frente para a baliza adversária, constroem magníficas jogadas de golo. Numa dessas situações, Aimar iniciou o lance do primeiro golo ao lançar Coentrão com um passe a rasgar a defesa. Pouco depois, foi a vez de, em situação idêntica, Ruben Micael, que também tem muito bom passe, isolar Edgar Costa para o tento do empate. Dois lances magníficos em que sobressaiu a qualidade dos jogadores.

4 Penálti acaba com o jogo

A segunda parte tem uma história curta. O Benfica entrou muito bem e houve logo um penálti. Esse foi o momento do jogo, porque a partir daí o Benfica arrancou para a goleada, ao mesmo tempo que desmoralizava e desorganizava o adversário. Em favor do espectáculo, há a registar o facto de a equipa da casa nunca desacelerar. Mesmo com uma vantagem tranquila, o Benfica quer sempre mais e mais. É nestas alturas em que sentem o jogo seguro e pretendem avolumar o resultado que os desequilibradores aproveitam para dar espectáculo, com pormenores técnicos e habilidades individuais de que o público gosta. Esta equipa sabe entusiasmar os adeptos.

5 Aimar e Saviola nem precisam de falar

Num jogo em que os destaques individuais vão para Di María e Coentrão - que foram quem mais mexeu no jogo -, há também a realçar o grande momento de Aimar e o facto de se entender às mil maravilhas com Saviola. Na primeira parte, ambos tiveram jogadas perfeitas. E, para um jogador, não há nada melhor do que entender-se com o companheiro que joga perto sem que precisem de falar. A ligação Aimar-Saviola é perfeita.

Outra coisa que está a acontecer na equipa da Luz é que os resultados vão permitindo substituições de modo a manter um elevado número de jogadores motivados e prontos a entrarem a qualquer momento. Basta ver o caso de Coentrão, que foi um dos melhores em campo e, sem a lesão de César Peixoto, provavelmente só iria entrar na segunda parte. Mas, como está moralizado, entrou e foi dos melhores. Também já tinha acontecido em Paços de Ferreira com Carlos Martins. Nesta altura, os jogadores sabem que, se trabalharem bem e estiverem motivados, vão ter oportunidades.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Benfica 6 - 1 Nacional - 8ª Jornada 09/10

Tão polémica quanto justa. A vitória do Benfica, curiosamente, até poderia ter sido mais dilatada, não fosse a falta de qualidade gritante do árbitro da partida. Os madeirenses vieram à Luz para provocar e tentar o pontinho. Aliás, Manuel Machado é um mestre nas duas coisas, como se tem visto tão bem na Liga Europa. O que ele gosta é de tentar ganhar o pontinho. E acaba sempre por se dar mal.

O pequeno grande Saviola voltou a mostrar que está de regresso aos bons velhos tempos, com mais um jogo soberbo. Aliás, novamente bem secundado por Di María e, desta vez, pela surpresa que veio do banco e se chama Coentrão. Não tenho medo de o dizer: aposte Jorge Jesus mais vezes no miúdo a lateral-esquerdo e descobrimos o dono do lugar por muitos anos no Benfica e na selecção nacional. Até o Mundial está mais próximo para o Fabinho.



Cardozo marcou o primeiro, passava pouco do quarto de hora. Uma jogada conduzida por Coentrão, que cruzou rasteiro para o Tacuara fazer o que melhor sabe: golo.

O Nacional empatou (da maneira que se sabe), mas o Benfica continuou a carregar e, com muita naturalidade, chegou ao segundo golo aos 40 minutos, da maneira que só Saviola sabe fazer. Um golo com marca registada.



Na segunda parte só deu Benfica. Aos 49 minutos Aimar cava um penalty e Cardozo bisa na partida, fuzilando Bracalli.



O 4-1 aparece 15 minutos depois, na sequência de um contra-ataque superiormente gizado pelos jogadores do Benfica. Cardozo é o único que falha inicialmente, com uma recepção de bola muito deficiente, mas acaba por emendar a mão e assistir Saviola para o bis do argentino. Pelo meio, já um golo havia sido mal anulado ao argentino.



Neste lance, Ruben Micael fica a pedir falta e que faz desesperar os responsáveis do Nacional pela suposta falta de fair-play do Benfica. O lance está aqui, tirem as vossas conclusões:



Aos 86 minutos, David Luiz marca um livre directo (uma novidade), Bracalli defende para a frente e Nuno Gomes aproveita para facturar. O capitão a dizer presente.



Para finalizar, mais uma traulitada em Ramires, mais um penalty, e mais um golo de Cardozo, o seu 11º da competição. Se tivesse marcado os penaltys que falhou com o Marítimo e em Guimarães, já lá iam 13. Não marcou, paciência. Eles chegarão, mais cedo ou mais tarde.



No Nacional, apesar do golo de Edgar Costa, Ruben Micael foi o jogador que mais se destacou. Pela positiva e pela negativa. Foi o único que mostrou pormenores de classe, que marcam a diferença, fez um passe à Aimar para o golo nacionalista e remou contra a maré.





Pela negativa os seus comentários no fim do jogo. Como posteriormente já vieram dizer o seu treinador, o seu capitão, o seu adjunto, nada de anormal se passou no túnel ao intervalo a não ser umas normais trocas de palavras e um encontrão de Jesus a Cléber. Ora, no fim do jogo viu-se Jesus e Cléber a sair abraçados, portanto tudo ficou sanado. Ruben Micael tentou apenas lançar achas para a fogueira. Não conseguiu. Aliás, o seu treinador e o seu capitão afirmaram já mais que uma vez que a vitória do Benfica nem se põe em causa. Também era o que mais faltava. 6-1 merece alguma discussão? Assim como 5-0 ao Leixões, 8-1 ao Vitória de Setúbal, 4-0 ao Belenenses, 3-1 ao Paços, e mesmo os resultados tangenciais, já para não falar das goleadas na taça de Portugal e Liga Europa. Este Benfica só vai parar em Maio no Marquês de Pombal. E eu vou lá estar!

Vejam os golos aqui:

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Benfica 5 - 0 Everton - 3ª Jornada Liga Europa 09/10

Mais uma noite histórica na Luz. O Benfica goleou o Everton e bateu recordes que duravam há muitos anos: desde 70/71 que uma equipa inglesa não sofria 5 golos na Europa; desde 98/99 que o Benfica não marcava mais de 4 golos numa competição europeia; e esta foi a maior derrota europeia de sempre dos toffees. Como se vê, o Benfica continua a pulverizar recordes esta época, quase jogo após jogo.



O jogo começou numa toada mais morna, com o Benfica a assumir as despesas do jogo e o Everton a tentar sair em contra-ataques rápidos. No entanto, aos 14 minutos o festival Saviola começou. O avançado argentino foi o melhor em campo (mais uma vez) e continua a espalhar o seu brilho nos relvados portugueses, particularmente na Luz. Neste jogo, foi muito bem secundado por Di María, ambos com exibições magníficas. O primeiro golo é prova disso mesmo.



O início da segunda parte foi absolutamente demolidor. O Benfica marcou 3 golos em 6 minutos e acabou logo aí com o jogo. Os 2 de Cardozo foram resultado de jogadas magníficas, mais uma vez, de Saviola e de Di María. O de Luisão foi algo caricato, num canto superiormente apontado por Aimar.



A finalizar, mais uma obra-prima de Di María e Saviola, com o último a bisar e a igualar Cardozo no número de golos na Liga Europa (4 cada).



No Everton, não houve um jogador que fizesse uma exibição positiva. Esperava muito mais de Fellaini, de Cahill, e mesmo dos avançados Jô e Yakubu. O melhor acabou mesmo por ser o (surpreendentemente) suplente Saha, que entrou e mexeu com o ataque toffee, enviando mesmo uma bola ao poste, num lance à ponta-de-lança, ele que já havia marcado por 2 vezes ao Benfica, nos tempos do United.



Foi um jogo à Benfica de Jorge Jesus, e já vão faltando as palavras para caracterizar o futebol desta equipa. Este ano, tem sido um regalo ver os jogadores do Benfica em campo e o seu treinador no banco. Eu acredito em muitas vitórias esta época. As 4 competições oficiais podem perfeitamente ser ganhas. Vamos todos acreditar!

PS: No outro jogo do grupo, o BATE bateu mesmo o AEK e assim subimos ao primeiro lugar do grupo, com os mesmos pontos do Everton, enquanto os outros 2, depois de um duelo fratricida, ficaram nos últimos lugares, com 3 pontos cada. Se o Benfica vencer daqui a 2 semanas em Liverpool, a qualificação fica quase garantida.

Vejam os golos aqui:

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

RAP



A minha pátria já está no Mundial

Bom, não estará completamente, mas para lá caminha. Não quero parecer demasiado optimista. É certo que faltam ainda uns dois jogos decisivos mas, em princípio, em breve fica tudo resolvido e a minha nação estará na África do Sul: Luisão e Ramires já se apuraram, Aimar e Di María (e, quem sabe, Saviola) também, Óscar Cardozo está igualmente qualificado, Quim, César Peixoto e Nuno Gomes podem estar quase, assim como Maxi Pereira, e o seleccionador de Javi Garcia já disse que o tem debaixo de olho. Vai ser um Mundial em cheio, talvez como o de 1990, em que também estivemos presentes. Decorria a fase de grupos quando o meu primo me telefonou: «Estás a ver o jogo do Benfica?» Claro que estava. Boa parte das pessoas chamava-lhe Brasil-Suécia, mas era o jogo do Benfica: Ricardo Gomes, Mozer, Valdo, Schwarz, Thern e Magnusson como titulares, e Glenn Stromberg ainda entrou, para dar ao jogo um cheirinho a velhas glórias. Foi um belo desafio dos meus compatriotas. Espero que o próximo Mundial me traga mais desses.


Talvez a maioria dos leitores não compreenda, mas sempre senti que o meu país é o Benfica. Sou português, claro, até porque o Benfica é português. Sou lisboeta, até porque o estádio da Luz fica em Lisboa. Mas a minha pátria é o Benfica. Sempre achei que pertencia mais ao país de Schwartz, Valdo e Filipovic do que ao de Fernando Couto, Jorge Costa e Sá Pinto. Os jogadores do Benfica são meus compatriotas; os da selecção nacional, nem sempre. Muito provavelmente, o leitor considerará que sou estranho, mas eu sinto-me muito mais compatriota de Ruben Amorim ou Fábio Coentrão do que de Liedson ou Pepe. É absurdo, eu sei, mas é assim.


Tenho estado a fazer uns tratamentos e aguardo resultados positivos em breve. Todos os dias, escrevo 10 vezes num caderno a frase «O Benfica não é obrigado a golear todos os jogos». E depois leio e finjo que acredito. Tudo isto serve para tentar moderar o entusiasmo, que é injustificado. O calendário tem sido favorável ao Benfica. Ainda não defrontou Porto, ou Sporting, o que já aconteceu com os outros. O Benfica limitou-se a dar três ao facílimo Paços de Ferreira (que empatou com o Porto) e dar quatro ao muito macio Belenenses (que empatou com o Sporting). Tudo jogos fáceis, claro. O avanço do Benfica não significa nada. Basta-me repetir esta frase um bom número de vezes e pode ser que passe a acreditar nisso. Os sportinguistas e portistas já conseguiram. Deve ser uma tarefa simples.

Ricardo Araújo Pereira - Edição 17 de Outubro 2009, Jornal A Bola

domingo, 18 de outubro de 2009

Monsanto 0 - 6 Benfica - III eliminatória Taça de Portugal

A festa da taça chegou a Monsanto. O Benfica foi jogar com o clube da pequena aldeia onde moram pouco mais de 900 pessoas e deu-se a anunciada festa, a que se juntou a romaria de adeptos benfiquistas vindos de Lisboa.



No campo, mais do mesmo. A equipa monsantense lutou, foi aguerrida, deu tudo o que tinha, mas não conseguiu contrariar o maior poderio de uma equipa que é, actualmente, um colosso a nível mundial.

O Benfica jogou a primeira parte a velocidade de cruzeiro, um pouco à imagem da segunda parte em Paços de Ferreira. Com um 11 quase totalmente renovado (excepção feita a David Luiz e Javi Garcia), é normal que os automatismos não estivessem totalmente assimilados pelos jogadores e que as individualidades se superiorizassem ao colectivo. E foi numa jogada individual que apareceu o primeiro golo do jogo, o único da primeira parte. Uma jogada de Felipe Menezes, que passou por 3 adversários e, com alguma sorte num ressalto à mistura, enviou a bola para o fundo das redes do guarda-redes René.



Ao intervalo a vantagem era magra e a atitude para a segunda parte foi outra. Carlos Martins deu-me razão mais uma vez, provando toda a sua qualidade, e marcou 2 golos de belo efeito, sendo que o segundo é portentoso.



Com a equipa do Monsanto esgotada fisicamente, o Benfica foi controlando, sempre à espreita de mais golos, e nos últimos 10 minutos apareceram mais três, sendo que a maior festa foi feita aos 69, quando Mantorras se estreou nesta época. Saviola, pleno de oportunidade, tornou-se o primeiro jogador esta época a marcar em todas as competições.



César Peixoto (que fez um jogo, no meu entender, desastroso) marcou um golo de belo efeito num livre directo.



E Fábio Coentrão finalmente conseguiu dar com as balizas adversárias. Esperemos que a malapata acabe e que a partir de agora a veia goleadora apareça com muito mais frequência.



A equipa do Monsanto ainda mostrou alguns predicados na primeira parte, mas depois o ritmo decaiu claramente. De realçar que o jogador Guti chama-se na verdade Paulo Sereno e foi dos quadros do Benfica até chegar aos séniores, onde jogou na equipa B. Também de enaltecer neste clube a presença de Marçal, brasileiro que foi campeão nacional em 00/01, ao serviço do Boavista, e que na época seguinte foi treinado por... Jorge Jesus no Vitória de Setúbal. Ontem ficou no banco.

E assim se vai escrevendo a caminhada do Benfica na taça de Portugal, a verdadeira festa do povo, que se espera seja triunfal e dure até Maio, com a conquista da 25ª, no Jamor. Eu acredito!

Podem ver os golos aqui:

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O nosso plantel II - Moreira

Depois do titular na Liga Sagres, chega-nos o (provável) titular da taça de Portugal: Moreira.



Moreira é um produto das escolas do Benfica. Começou a competir nos semi-séniores em 99/00 no Benfica B, onde esteve 2 épocas. Em 01/02, ainda com 19 anos, foi chamado por Jesualdo Ferreira para a titularidade da baliza encarnada, entrando para um lugar que era de Robert Enke, que se tornou persona non grata por recusar renovar o contrato para ir para o Barcelona a custo 0. O miúdo (tantas vezes comparado a Casillas, do Real Madrid - eu comparo-o mais a Valdés, do Barça) acabou por ainda fazer 10 jogos numa época em que o Benfica terminou em 4º, ficando fora das competições europeias pela segunda vez consecutiva (não fossem muitos erros de arbitragem e teria ficado em 3º. Em 4º ficaria o Porto. Que aconteceu na época seguinte? O Porto, que ficaria fora da UEFA, ganhou a competição...).



Na época seguinte, o treinador manteve-se, mas só até Dezembro. Aí, chegou Camacho e o futebol da equipa melhorou significativamente, tendo o 2º lugar final sido uma consequência visível dessa melhoria. Moreira, com a concorrência de Bossio e Nuno Santos, realizou 31 jogos nessa época. Estava a afirmar-se como o dono da baliza encarnada e tinha apenas 21 anos no fim da época.



2003/04 continuou como havia terminado a época anterior: com Camacho ao leme e Moreira na baliza. Nesta época o Benfica revalidou o segundo lugar e ganhou a taça de Portugal, e Moreira apenas cedeu o seu lugar a Bossio na última jornada da época, para descansar para a final da taça. Fez assim 33 jogos no campeonato. A chegada de Zach Thornton também não o fez tremer. O gigante americano nem jogou na equipa principal. Moreira fez uma grande época, com um jogo marcante na Noruega, onde defendeu tudo o que pôde e pôs, literalmente, a equipa na eliminatória seguinte, tendo sido convocado para o Euro 2004.



Nova época, novo treinador, novos concorrentes à titularidade, mesmo guarda-redes. Trappatoni chegou, Quim e Yannick também, e na baliza continuou... Moreira. Mas não por muito tempo. A goleada sofrida no Restelo (onde foi o melhor em campo) fez com que Trap desse a baliza a Quim até ao fim do campeonato, com excepção do jogo no Algarve com o Estoril, em que Moreira voltou a defender as redes encarnadas. O Benfica foi campeão e chegou à final da taça, que havia de perder com o Vitória de Setúbal. Com Moreira na baliza. O jovem guardião acabou a época com 15 jogos efectuados no campeonato.



Em 2005/06, inicia-se o calvário de Moreira. Koeman chega e concede-lhe de novo a titularidade, tendo inclusive jogado na final da Supertaça com o Vitória, mas o jovem lesiona-se à 6ª jornada e não mais volta a jogar nessa época. Em Janeiro chega Moretto, que se assume como titular e deixa Moreira como 3º guarda-redes.



2006/07: Moreira, com Fernando Santos, faz apenas um jogo. Quim é o titularíssimo nesta época. Moretto faz apenas um jogo, tal como Moreira.



A época seguinte, com Santos, Camacho e Chalana, não existe para Moreira. Nem se chega a estrear. Quim domina as redes e Butt faz apenas um jogo na Liga.



Quique chega e o cenário mantém-se: Quim é o titular. Mas a meio da época tudo muda, com os deslizes do internacional português com o Vitória de Setúbal e em Atenas. Moreira volta a ser titular... mas também não dura muito. Em Março há a final da taça da Liga, Quim é o herói e recupera o lugar também no campeonato. Moreira termina a época com 14 jogos efectuados. Moretto joga apenas na taça.



Nova época, novo técnico, e enfim Moreira parecia regressar finalmente aos bons velhos tempos, com boas exibições na pré-época e a titularidade quase garantida. Nem a chegada do guarda-redes Júlio César, pedida por Jorge Jesus, beliscou essa convicção. Até que... aparece de novo Quim em grande plano, na Eusébio Cup, ganhando novamente ao sprint o lugar de titular. Resultado: 7 jogos no campeonato... 0 jogos para Moreira. Jogou apenas um jogo oficial, na UEFA, em Poltava, onde também não esteve em bom plano. Provavelmente jogará sábado, em Torres Novas, com o Monsanto, obedecendo à lógica de Jorge Jesus em rodar os guarda-redes em todas as competições. Vamos ver como se sairá o produto das escolas, que até se estreou na selecção em Agosto.



Considero Moreira um bom guarda-redes, mas sinceramente nunca o vi como uma solução para o Benfica nem vejo nele qualidades de guarda-redes de topo. Ainda por cima, as lesões gravíssimas que tem sofrido ao longo da carreira fizeram-no estagnar o seu crescimento qualitativo. Penso que já não evoluirá mais e, de acordo com as notícias que têm vindo a público afirmando que o seu contrato não será renovado, acho que é o melhor para a sua carreira. Assim terá espaço para crescer noutro clube, ser titular e quem sabe tornar-se melhor guarda-redes, mais completo e mais mandão, que na minha opinião é o que lhe falta, atitude e cara de mau, que assuste os avançados, além de problemas nas saídas dos postes, mas esse alarga-se aos seus companheiros também. Espero sinceramente que seja feliz na nova etapa da sua vida (a acontecer), pois tem um percurso de muito tempo na Luz, com um campeonato, uma taça e uma supertaça ganhas, e merece um agradecimento por tudo o que deu pelo Benfica.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A verdade acima de tudo

Vejam isto. São dois documentos históricos importantíssimos.

http://otribunaldaluz.blogspot.com/2009/10/fcporto-protegido-pelo-antigo-regime.html

http://vedetadabola.blogspot.com/2008/04/vinte-anos-de-mentira-de-a-z.html

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pedro Ribeiro

Prosseguindo a odisseia de personalidades que defendem dignamente o nome do Benfica...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O nosso plantel I - Quim

Estreio hoje mais uma rubrica neste blog, desta feita um espaço que será dedicado a analisar os jogadores que compõem o nosso plantel e que no fim desta época poderão ser vencedores das 4 competições em que participam.

O primeiro cliente desta rubrica é o guarda-redes titular do campeonato: Quim.



Quim está no Benfica desde 2004/05. Proveniente do Braga, onde era o dono da baliza há vários anos, com estatuto de internacional A, vindo do Euro 2004, chegou com Yannick para suprir as saídas de Bossio e Zach Thorton e lutar pela titularidade com Moreira. Começou a época como suplente de Yannick e logo depois passou a ser a sombra de Moreira. Trappatoni preferia o jovem guarda-redes e Quim esteve praticamente uma volta inteira sem jogar. Depois do desaire no Restelo, onde o Benfica perdeu por 4-1, o treinador italiano fez a troca na baliza (curiosamente, Moreira até foi o melhor benfiquista em campo, impedindo uma goleada com contornos ainda mais dramáticos). Quim ganhou o lugar e apenas o cedeu a Moreira no jogo no Algarve com o Estoril. Acabou a época com 19 jogos efectuados na Liga e com o título de campeão no bolso.



Na época seguinte o treinador mudou e logo Quim voltou a sentar-se no banco, como suplente de Moreira. Koeman defendia que, numa posição em que os 2 jogadores tivessem a mesma valia, jogaria sempre o mais jovem e assim a sua opção recaíu em Moreira. Infelizmente, o menino da cantera benfiquista lesionou-se gravemente logo à 5ª jornada e Quim voltou aos postes. No entanto, as lesões apanharam também o internacional português, que teve de ser substituído durante alguns jogos pelo júnior Rui Nereu. Quim chegou a jogar lesionado durante essa fase, até que Moretto chegou e passou a ser o titular da baliza encarnada. O número 12 do Benfica acabou a época com apenas 7 jogos efectuados na Liga.



Nova época, novo treinador e finalmente Quim é a aposta inicial. Fernando Santos, em detrimento de Moretto, devolve a titularidade ao internacional português, que a perde apenas num jogo, por lesão. Acaba a terceira época no Benfica com 29 jogos efectuados.



2007/08 é a época mais conturbada de Quim no Benfica, mas um denominador é comum na equipa encarnada: o guarda-redes. Quim é aposta de Fernando Santos, Camacho e Chalana, acabando com 30 jogos efectuados, sendo por isso totalista de jogos no campeonato. Moreira e Moretto foram meros figurantes.



Quique Flores também lhe confiou a titularidade, até ao fatídico jogo com o Vitória de Setúbal, que juntamente com os 5 golos sofridos na Grécia, diante do Olympiakos, e os 6 em Brasília, pela selecção, fizeram com que o técnico espanhol optasse por Moreira. Subitamente, em Março, na final da Taça da Liga, foi Quim o escolhido e... 3 penaltys defendidos e a taça na mão. Quim foi o herói benfiquista e não mais largou a titularidade até final da época. Ao todo, foram 16 jogos na Liga. Moretto não jogou no campeonato.



Jorge Jesus chegou ao Benfica e apostou inicialmente em Moreira, tendo depois pedido à direcção a contratação de Júlio César, sendo Moretto o dispensado. No entanto, uma grande exibição de Quim na Eusébio Cup, a antecâmara do campeonato, nomeadamente com a defesa de 3 penaltys frente ao Milan, valeram a Quim a aposta do treinador. Desde então, é totalista no campeonato, com 7 jogos efectuados.



Já por diversas vezes demonstrei aqui a minha opinião sobre Quim. Sempre o considerei um bom guarda-redes, nas muitas épocas que jogou no Braga e nas que já leva de Benfica. Sempre foi um jogador injustiçado pela maioria dos adeptos, que nunca viram com bons olhos a escolha em Quim em detrimento do preferido Moreira. E sempre foi superior a Moreira. É um guarda-redes internacional e experiente, sendo neste momento, a par de Nuno Gomes, o mais velho jogador do plantel. No entanto, penso que actualmente já não serve para um clube grande. Transmite pouca segurança nas poucas vezes em que é chamado a intervir, nomeadamente em bolas aéreas (sendo que nesse campo é imitado pelos seus suplentes). Considero que Moreira é relativamente inferior (estagnou na sua evolução com tantas e tão graves lesões) e Júlio César será o futuro da baliza encarnada. Contudo, Jorge Jesus apostou nele e, enquanto as coisas correrem bem, a sua titularidade não é contestada por ninguém. Esperemos que se mantenha sempre assim até ao fim da época, era bom sinal para o Benfica.

E os leitores, o que acham?

domingo, 11 de outubro de 2009

RAP



Desta vez Pinto da Costa tem razão.

É muito raro, e portanto trata-se de um facto que merece ser celebrado: Pinto da Costa tem razão. Nos intervalos de receber árbitros em casa para fornecer aconselhamento matrimonial aos seus paizinhos e de atropelar fotógrafos do JN, Pinto da Costa consegue além disso tirar algum tempo a esta vida preenchida para enriquecer o País com declarações. As declarações costumam ser de dois tipos: ou são declarações de José Régio que chegam ao domínio público em segunda mão, habitualmente em cerimónias especiais, através daquilo que Pinto da Costa julga ser declamar (um castigo que nem os versos de Nel Monteiro mereciam, quanto mais os do pobre Régio), ou são declarações da lavra do próprio Pinto da Costa — que são frequentemente mais poéticas. As últimas, pelo menos, soaram-me a poesia.


No aniversário do Futebol Clube de Infesta, o presidente do Porto tomou a palavra para falar, evidentemente, do Benfica. É o tema que vem mais a propósito, até porque, para dizer a verdade, o Benfica vem sempre a propósito. E foi nessa altura que Pinto da Costa proferiu as palavras a que qualquer pessoa de bom senso, não sendo sectária, deve dar razão: «Ao contrário do que alguns dão a entender, o grande adversário do Porto no campeonato é o Braga, e não o Benfica».
Há muito tempo que venho dizendo o mesmo: é com o Braga que o Porto vai ter de discutir o segundo lugar do campeonato. Com cuidado, porque o Nacional (e até, quem sabe, o Sporting) pode intrometer-se nesse interessante combate, mas sobretudo será uma luta a dois entre o Braga e o Porto. Que isto seja óbvio apenas para mim e para Pinto da Costa é que eu acho estranho. Em abono da verdade, devo dizer que Pinto da Costa percebeu tudo isto primeiro do que eu. Quando, por exemplo, agradeceu Falcao ao Benfica, estava já a planear esta estratégia de confronto com o Braga: recrutar um reforço que estaria bem no banco do Benfica (marca quase tantos golos como o Cardozo!) é o modo ideal de atacar o Braga. Para se superiorizar ao Benfica, teria de contratar um ponta-de-lança que marcasse mais do que o titular do Glorioso, claro.

A aposta de Pinto da Costa no segundo lugar é, portanto, correctíssima, e comprova-se a toda a hora: a notícia segundo a qual o presidente do Porto vendeu mais de 15.000 acções da SAD do Porto indica justamente que o futuro não é tão risonho como nos anos anteriores. É melhor vender tudo enquanto ainda vale alguma coisa e, quem sabe, investir em títulos que valham mais que os do Sporting e Porto juntos. Eu sei de uns que correspondem à descrição, e até tenho alguns. Mas não estou vendedor.

Por Ricardo Araújo Pereira in A Bola, 10 de Outubro 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Já joguei no Benfica III - Valdir

Do sempre apetecível Rio de Janeiro chegou ao Benfica Valdir, o último bigodaças que passou pela Luz. Um jogador que não era muito tecnicista, podendo até dizer-se que era um pouco trapalhão com a bola nos pés, mas mostrou nos poucos meses de águia ao peito que, embora também falhasse os seus golinhos, se podia contar com ele na hora de balançar as redes adversárias.



Valdir fez um total de 13 jogos e 6 golos no Benfica (10/4 no campeonato e 3/2 na taça), sendo que esteve apenas 2 meses na Luz.

Chegou em Abril de 1997, numa fase muito conturbada da vida do clube: a terrível fase final da época de 96/97, em que Manuel José afundava a alta velocidade o barco que Paulo Autuori tinha deixado sem comandante. Tinha 25 anos e vinha rotulado de matador, tendo passado por grandes clubes do Brasil (Vasco da Gama e São Paulo). No final da época, com a desculpa que não havia dinheiro para o manter (desculpa facilmente refutável, pois 2 meses depois chegaram à Luz Nuno Gomes e Paulo Nunes, o que demonstra que afinal havia dinheiro), regressou ao Brasil, onde ainda jogou no Atlético Mineiro (por 2 vezes), Botafogo, Santos e novamente no Vasco, até emigrar para a Arábia, onde encerrou a carreira em 2007/08, com 36 anos (jogou 3 épocas no Al-Naasr do Dubai e por último uma no Al-Nassr da Arábia Saudita).

O momento mais importante da sua estadia no Benfica acabou por ser o golo que marcou ao Porto nas meias-finais da taça, em que o Benfica venceu na Luz por 2-0, chegando assim ao Jamor para jogar a final com o Boavista (o Benfica era o detentor do ceptro). Valdir jogou essa final, mas não foi feliz, assim como a sua equipa, que perdeu por 3-2 e viu a taça ir para o Norte. Esse foi o último jogo de Valdir em Portugal.

Valdir não se tornou um símbolo do Benfica, não merece uma estátua e muito provavelmente até muitos adeptos benfiquistas já nem se lembrarão dele. Mas deixou por cá o perfume do seu futebol algo atrapalhado mas certeiro. No fundo, o que se exige a um goleador.



PS: João Vieira Pinto, há uns meses no Domingo Desportivo, elogiou-o, dizendo que gostou muito de fazer parceria com ele e que se tratava de um excelente avançado. Penso que isto diz tudo da sua qualidade.

Vejam alguns golos de Valdir no Benfica aqui, assim como a entrevista depois do primeiro jogo com a camisola da águia:







terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sondagem 3

A terceira sondagem do Gloriosa Chama Imensa refere-se a mais uma das grandes dores de cabeça do técnico benfiquista para esta época: quem deve ser o dono da lateral-esquerda da defesa do Benfica, Shaffer ou César Peixoto?



Shaffer chegou da Argentina como um perfeito desconhecido. Já mostrou credenciais no que a atacar diz respeito (pessoalmente nunca vi ninguém cruzar tão bem) mas continua a denotar algumas falhas a defender. É um jogador mais rápido e incisivo nas suas acções (a tradicional garra sul-americana vê-se nele a léguas).



César Peixoto tem um carácter e uma forma de jogar completamente diferente. Diria quase antagónico. Joga a um ritmo muito mais lento, pauta o jogo de forma muito mais pausada e ainda não está no mesmo andamento do resto da equipa. Curiosamente, os predicados defensivos e atacantes são os mesmos. É bem melhor no ataque (o que é normal, dadas as suas origens atacantes) e não tem tanta consistência a defender.

Diga o leitor de sua justiça. Qual dos galos deve ocupar este poleiro?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Paços de Ferreira 1 - 3 Benfica - 7ª Jornada 09/10

Uma primeira parte demolidora construiu a vitória esta noite na Mata Real. A segunda parte foi ao ritmo de passeio. O Benfica conseguiu a 6ª vitória consecutiva. Melhor só o Braga. O Sporting está a 8 pontos, o Porto a 3 e, mais importante neste momento, vencemos num terreno onde o rival mais directo já perdeu pontos.



O Benfica entrou de rompante, como em tantos outros jogos esta época, e logo aos 4 minutos chegou ao golo, por intermédio de David Luiz, a corresponder de cabeça a um canto de Carlos Martins. Foi mais um golo de bola parada, a confirmar o grande trabalho que JJ tem feito neste particular na equipa.



A pressão benfiquista continuou e foi com naturalidade que aos 22 minutos um grande remate de Carlos Martins só parou no fundo da baliza de Cássio. Contrariando muitos benfiquistas que não vêem qualidades em Carlos Martins, eu sempre o defendi e sempre soube que é um jogador com uma técnica refinadíssima, que apenas é traído pelas constantes dificuldades físicas (e pelo muito mau feitio). Mas de pés... do melhor.



O terceiro golo, marcado a poucos minutos do intervalo, é uma maravilha da autoria do melhor marcador do campeonato. Já lá vão 8 em 7 jogos.



No Paços, apesar de Maykon ter marcado o golo e de uma ou outra boa iniciativa de Ciel, o melhor jogador continua a ser Cristiano. É muito estranho como não é titular esta época, terá certamente a ver com o episódio da chegada tardia na pré-época. Um jogador com uma qualidade técnica fora de vulgar, sentido de baliza, remate fácil, poderia ainda melhorar a nível físico, mas é sem dúvida o melhor jogador do Paços.



Foi uma vitória mais tranquila do que se pensava inicialmente, até devido às ausências já anunciadas de Di Maria (substituído por um Coentrão hoje um pouco apagado), Aimar (superiormente rendido por Carlos Martins; na 2ª parte notou-se o completo desenquadramento de Menezes com o restante plantel) e Maxi (rendido por Ruben Amorim, que também já fez melhores jogos, mas cumpriu). O Benfica soube tornar o jogo fácil de modo a poder abrandar o ritmo na 2ª parte e gerir o esforço dos jogadores. A 2ª parte foi jogada a ritmo de cruzeiro e o Paços soube aproveitar esse facto para se acercar com mais perigo da baliza de Quim. Marcou um golo, teve mais uma ou outra situação de perigo, mas nunca colocou verdadeiramente em causa a superioridade das águias. E assim continuamos a 2 pontos do líder Braga. Faltam 23 finais, rumo ao 32º! Eu acredito!

Vejam os golos aqui: