quinta-feira, 29 de abril de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O nosso plantel XVII - Di María

O próximo na lista d'"O nosso plantel", depois de Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires e Carlos Martins, é o imprevisível desequilibrador Di María.


Di María chegou à Luz em 2007/08, tendo sido uma das últimas contratações de José Veiga para o Benfica. Chegou com um ex-colega do Rosário Central, Andrés Díaz, um médio-centro de 24 anos que nunca conseguiu vingar com a camisola do Benfica. Pelo contrário, Angelito vinha rotulado de verdadeiro craque em potência e que poderia ser o substituto ideal de Simão, que se havia transferido para o Atlético de Madrid - de resto, herdou mesmo a sua camisola 20. Não teve, contudo, a sorte que a sua tenra idade (tinha na altura 18 anos) exigia. Fernando Santos foi despedido logo após a 1ª jornada e depois chegou Camacho. Entretanto o clube contratou o uruguaio Cristian Rodríguez, que fazia a mesma posição que o argentino, e num plantel que também tinha os muito jovens Fábio Coentrão - entretanto emprestado ao Nacional - e Freddy Adu para o mesmo lugar. Rodríguez acabou por se tornar o dono do lugar, sobrando para Di María alguns jogos a titular na frente, a fazer dupla com Nuno Gomes ou Cardozo. No total, o jovem argentino realizou 26 jogos no campeonato (13 como titular e outros tantos como suplente utilizado), além de ser sempre utilizado nas taças e na Europa, onde marcou o seu único golo no ano de estreia - na visita ao Nuremberga, na 2ª mão dos 16-avos-de-final da Taça UEFA. Ficou a promessa de fazer melhor no ano seguinte.


No entanto, e apesar da fantástica prestação nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, onde levou literalmente a selecção da Argentina ao ouro, pois foi seu o golo da vitória na final perante a Nigéria (um golaço!), Di María não melhorou muito o seu rendimento na época de 08/09. Na verdade, até piorou. Apesar de se ter estreado a marcar pelo Benfica em jogos de campeonato, o extremo esquerdo argentino fez menos 2 jogos que na época anterior e voltou a exibir uma instabilidade exibicional muito preocupante, realizando 24 jogos (novamente metade a titular e metade a suplente utilizado) onde nunca conseguiu superar a concorrência do espanhol Reyes, que se assumiu como o dono do lado esquerdo do ataque encarnado - e ainda havia Urreta. Acabou por vencer um troféu, a Taça da Liga, tal como o resto do plantel, competição onde foi totalista em termos de jogos efectuados e onde marcou um golo - um chapelaço em casa ao Olhanense, com Maradona nas bancadas a observá-lo. Ainda assim, voltou a não convencer os adeptos, que lhe pediam mais do que ele mostrava ser capaz de dar, nomeadamente ao nível da conclusão das jogadas, onde mostrava debilidades gritantes.


Com Jorge Jesus, porém, tudo mudou. Saiu Reyes, ficou Urreta, regressou Fábio Coentrão - que havia estado emprestado na época anterior ao Saragoça e depois ao Rio Ave -, mas o eleito para ocupar o lugar de ala esquerdo foi desde muito cedo Di María. Jesus colocou toda a sua confiança no muito potencial do argentino, que no entanto ainda não havia conseguido pôr tudo cá para fora. O que é certo é que com Jesus, Di María contrariou muito (não tudo) do que havia mostrado de negativo no passado e a sua evolução durante esta época tem sido quase absurda. Do excessivo individualismo e quase total falta de esclarecimento na hora da verdade, bem como da dificuldade em ajudar a equipa a defender, Di María passou para um verdadeiro jogador de equipa, com fintas de sonho mas com seguimento prático, ao contrário do que acontecia antes, e até na finalização mostra claras melhorias, ainda que essa continue a ser a sua maior pecha. Ainda assim, desta vez pode mesmo dizer-se que Angelito já conquistou por completo o coração de todos os adeptos do Benfica, e não só, pois têm sido uma constante as notícias durante toda a época a dar conta do interesse da grande maioria dos tubarões mundiais no concurso do jogador. Muito provavelmente, e com a participação no Mundial assegurada, é quase certo que Di María abandonará o Benfica no final da época, não devendo nunca sair abaixo do valor da cláusula de rescisão (40 milhões de euros). Sem fugir à verdade, pode dizer-se que Di María é, a par de David Luiz, a jóia da coroa do Benfica 09/10. Para já, e a 2 jogos de terminar a temporada, o argentino actuou em 25 jogos no campeonato (falhou apenas 3, um por castigo e 2 para descansar para jogos europeus), tendo já apontado 5 golos (em rigor, marcou 6, pois foi-lhe espoliado um no Mar, no terreno do Leixões, num encontro onde fez um hat-trick... ou poker, conforme queiram). Na Taça de Portugal participou no jogo em que fomos eliminados, com o Vitória de Guimarães, e na Taça da Liga, competição que voltou a vencer, jogou em 4 dos 5 jogos e apontou um golo. Na Europa, prova onde brilhou bem alto, esteve nos 14 jogos efectuados pelo Benfica e marcou 4 golos, um deles fabuloso frente ao AEK, em casa - terá sido um dos mais belos que já vi na vida: de letra, em corrida, fez um túnel ao guardião do AEK. Um golo de bandeira.


Ao contrário de muitos benfiquistas, nunca fui um grande apreciador das qualidades de Di María. Não gostei do seu estilo como que pretensioso quando chegou, onde admitiu que estava no Benfica de passagem para um grande europeu, como o Chelsea, isto sem ter ainda qualquer prova dada. A verdade é que, passadas 2 épocas da sua estadia cá, a minha opinião permanecia a mesma, razão pela qual este ano me insurgi pela teimosia de Jesus em dar-lhe a sua total confiança e continuar a apostar nele incondicionalmente para extremo-esquerdo. Para mim, Fábio Coentrão, por exemplo, era uma opção que me agradava muito, muito mais. Mas tenho de admitir que errei. Ou melhor, não errei. Se Di María continuasse na bitola das outras 2 épocas, eu estava absolutamente certo no meu cepticisimo e continuava a não lhe dar valor. A grande diferença aqui dá pelo nome de Jorge Jesus, o treinador do Benfica este ano. Foi ele que soube potenciar as qualidades de Di María, foi ele que colocou o argentino a trabalhar mais para a equipa e menos para si. Foi ele que lhe deu noções tácticas, foi ele que o ensinou a recuar para ajudar o lateral do seu lado. Assim, Di María cresceu e tornou-se um imprescindível para Jesus e para o Benfica. Agora, até eu vejo isso e até eu dou a mão à palmatória. Não tenho dúvidas de que o argentino é uma das grandes figuras do Benfica nesta gloriosa época, assim como também não tenho dúvidas que esta terá sido a sua última temporada de águia ao peito. Fica, no entanto, uma certeza: este ano, Di María encantou a Luz, e fez por o merecer. Apenas um reparo, além das falhas que ainda demonstra na hora de finalizar: não precisa de simular tantas faltas e de fazer muitas vezes as fitas que faz. Isso retira-lhe credibilidade e contribui para criar um rótulo de enganador, coisa que não é, porque sofre as faltas claramente. A questão é que por vezes exagera no teatro. E isso não é bonito. De resto, tornou-se um jogador fabuloso: a sua qualidade técnica é arrebatadora para qualquer adepto de futebol.

E os leitores, que me dizem de Di María?

terça-feira, 27 de abril de 2010

E agora algo completamente diferente...

Ponto prévio: antes de mais, quero dizer que sou algarvio e como tal tenho muito interesse e sigo com muita atenção o percurso de todos os clubes do Algarve. Este ano, e depois da época passada ter vibrado com o fantástico campeonato do Olhanense na II Liga, o que o trouxe de novo para a 1ª, tenho seguido com muito interesse e vibrado, mesmo, com a caminhada do Portimonense na Liga Vitalis. Com um dos orçamentos mais baixos da competição, a equipa de Portimão está desde o início envolvida na luta pela subida contra equipas de outros recursos financeiros (excepção feita à Oliveirense), como são os casos de Beira-Mar, Santa Clara e Feirense. Ainda assim, e a 2 jogos do fim, continua a depender apenas de si própria para subir. Se depender de mim e do meu apoio, Portimão fará companhia a Olhão para o ano na Liga Sagres.

Passada a explicação das minhas raízes, das quais muito me orgulho, passo a explicar este post, nomeadamente o vídeo que podem ver em baixo, embora ele já se explique por si só. Envolve três ingredientes apenas: uma rubrica da TVI24 chamada Bola na Barra, que consiste em desafiar todas as semanas um plantel diferente a acertar na barra da baliza desde o meio-campo. No entanto, e como poderão ver no vídeo, a prova do Portimonense ganhou um condimento extra devido ao jogador japonês que faz parte do plantel da equipa, Nakamura (o primeiro nipónico de sempre do Portimonense). Para saber o resto... vejam o vídeo, retirado do blog Portimonense 1914.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Somos campeões europeus de futsal! Parabéns, Benfica!


O Benfica, pela primeira vez no seu historial (e na história do Futsal português), conquistou a UEFA Futsal Cup, a prova equivalente à Liga dos Campeões no futebol. O feito, já de si grandioso, ganha ainda mais importância se pensarmos que a final foi jogada contra uma das melhores equipas do Mundo e a mais titulada de sempre em termos europeus, o todo-poderoso Interviú. Mas nós fomos contra todas as probabilidades e dominámos quase por completo a final, sempre guiados pela magia de Ricardinho mas também pela experiência de Arnaldo, a garra de Pedro Costa, o pragmatismo de Davi, a esperteza de César Paulo, a muita segurança (hoje) que Bebé transmitiu ao resto da equipa, a capacidade finalizadora de Joel Queiroz (que se sagrou o melhor marcador da competição, com 12 golos) e Gonçalo Alves e todos os outros (Zé Carlos, Carlos Paulo, Zé Maria, Pedrinho, Marinho, Simões e Anilton), que não têm tanta intervenção directa em campo mas que fazem parte da equipa e formam um balneário fortíssimo. E, obviamente, ao treinador André Lima, que foi o melhor jogador português de sempre da modalidade e apenas em 2 anos já ganhou quase tudo (ou mesmo tudo?) o que havia para ganhar. Para quem tanto critica a sua (falta de) capacidade para liderar o Benfica, penso que a resposta foi dada de forma bem explícita: uma vitória por 3-2 após prolongamento mas que podia ter sido bem mais robusta, não fossem as muitas bolas nos postes e trave.
Mais uma curiosidade: o Benfica é a primeira equipa do mundo a já ter sido campeã europeia em futebol e agora em futsal. Somos pioneiros em tanta coisa...


Desafio-vos a ir a estes links para ler as vénias que a Marca e o site da UEFA nos fazem. Para além de assumirem (principalmente os espanhóis) que a nossa vitória foi inteiramente justa, todos dão grande destaque ao apoio dos nossos adeptos e ao nosso símbolo, a nossa águia. Aliás, a UEFA assume que os 9400 espectadores presentes no encontro constituem um recorde mundial na modalidade. Somos, realmente, os melhores do mundo e o resto é conversa. Parabéns, campeões!

http://www.marca.com/deporte/futbol/futbol-sala/uefa-futsal-cup/2010/directo/intermovistar-benfica.html

http://www.marca.com/2010/04/25/futbol/futbol_sala/1272224977.html

http://www.uefa.com/futsalcup/matches/season=2010/round=2000067/match=2002326/report/index.html#benfica+lift+futsal+cup+lisbon

O resumo do jogo aqui:



As reacções após o encontro e a entrega da Taça aqui:







PS: Ainda não fomos hoje campeões nem de futebol nem de voleibol. O título de futebol está apenas a um ponto de distância e vai ser festejado no Dragão, como eu sempre desejei. O de vólei, confesso que me deixa mais apreensivo, porque sei a grande valia que tem o Espinho. Mas acredito que em casa não deixemos fugir o campeonato. Força para a semana, campeões!

domingo, 25 de abril de 2010

JVP


Benfica-Olhanense

1 - Olhanense entrou a perder

Um jogo que começa com um golo do Benfica aos três minutos e a expulsão de Delson aos nove fica muito complicado! O Olhanense viu-se condicionado por estes dois lances, e mais ainda por estar a jogar na Luz e perante um adversário muito forte e confiante. Apesar disso gostei da postura da equipa algarvia - tem um futebol positivo, não encarando nenhum adversário como um papão mas sim como alguém com quem tem um jogo para discutir. Na minha opinião deve, porém, melhorar os processos defensivos. Talvez isso explique a situação de algum desconforto na tabela, embora haja rivais directos na luta pela permanência que estejam bem pior. É, no entanto, uma equipa que gosta de sair a jogar e tem bons jogadores, em particular do meio-campo para a frente, onde existe muita irreverência. Embora precise dos pontos, não se limita a jogar para eles.


2 - Benfica cansou o adversário
Tendo chegado ao intervalo a vencer por 2-0, a segunda parte foi de plena tranquilidade para o Benfica. A forma como entrou e fez circular a bola - alternando a velocidade com a posse - torna-se muito cansativa para o adversário, especialmente quando este está com dez jogadores. A partir do terceiro golo, a pergunta era quanto ficaria o resultado final…


3 - Melhor em campo: Di María
Di María foi o melhor deste jogo: fez um golo e duas assistências, uma delas fabulosa e que não está ao alcance de toda a gente. Além disso, imprime velocidade no jogo e há determinado tipo de lances que só ele consegue criar, causando desequilíbrios constantemente.


4 - Cardozo em situação mais favorável do que Falcao
Na luta para sagrar-se melhor marcador, reconheço o grande trabalho de ambos os jogadores, embora em situações diferentes em relação ao colectivo. O Benfica está mais confiante, tem um futebol mais atractivo e consegue criar sucessivas oportunidades, o que favorece o Cardozo. Nesse sentido, é mais ingrata a posição do Falcao, além de que está castigado para a próxima jornada que poderia, precisamente, pôr frente a frente os dois candidatos a máximo goleador do campeonato.

Benfica 5 - 0 Olhanense - 28ª Jornada 09/10

Um ponto. Um mísero ponto, que será conquistado no Dragão, isto se o Braga vencer no terreno da Naval, porque se os bracarenses não ganharem, temos o título no bolso. Hoje demos um passo gigantesco na perseguição desse objectivo, perante um adversário que não deu metade do que eu pensava que iria dar. O Olhanense foi uma presa bastante fácil, não fez pela vida (e bem precisa), praticamente nem atacou. Se se quer manter, vai ter de fazer bastante melhor, e já na próxima semana, em casa frente ao Leixões. Continuo a torcer para que o Braga vença a Naval, pois a minha preferência vai mesmo para a festa do título no Dragão! Será a cereja no topo de um bolo muitíssimo saboroso para todos nós. E além disso, se o Braga vencer na Figueira da Foz, o Porto fica completamente arredado da Liga dos Campeões, o que também me dá muito gozo. Mal por mal, que vá lá o Braga.


A figura do encontro? Cardozo, pelo hat-trick que o recolocou no topo da lista dos melhores marcadores do campeonato. O idiota do encontro? Delson. O médio brasileiro do Olhanense conseguiu fazer um penalty escusadíssimo aos 2 minutos, no qual viu amarelo, e ter uma entrada assassina 6 minutos depois que só por si já era merecedora de vermelho. Viu "apenas" o segundo amarelo, o que mesmo assim foi uma machadada final nas aspirações da equipa, que se viu a perder por 1-0 aos 3 minutos e a jogar com 10 aos 9. A partir daí, o jogo ficou sem história, servindo apenas para ver quantos golos conseguiria marcar Cardozo. "Ficou-se" pelos 3, o suficiente para ultrapassar Falcao, numa corrida muito animada e que promete continuar ao rubro até ao fim da prova. Um deles, o 2º do paraguaio, foi originado por uma obra-prima de Di María, um lance só ao alcance dos predestinados. Hoje, o argentino esteve fantástico.


E foi dele que nasceu um dos golos do Benfica, no caso o segundo, apontado com o pé direito - caso raro no extremo -, numa jogada em que Angelito fez o que quis de uma defesa em farrapos.


Aimar faria o resultado final da partida, depois de ver a bola ser pontapeada contra si e ficar de repente em posição frontal à baliza de Bruno Veríssimo. Aí foi só atirar para o fundo das redes.


No Olhanense, não houve um único jogador com uma exibição que se assemelhasse ao medíocre. Ainda assim, o seu melhor jogador é, de longe, Castro. O Porto tem ali um grande médio, um verdadeiro diamante para lapidar.

Uma palavra final para o cartão a Falcao (estes 2 lances do Benfica-Olhanense já os comentei acima e julgo que não merecem contestação aos olhos de quem seja lúcido e que perceba de futebol; quem achar que o árbitro errou ao marcar o penalty e na expulsão de Delson é simplesmente desonesto, fanático e/ou burro). Para mim, o lance que motivou a admoestação ao colombiano tem três leituras possíveis: ou o árbitro entende que o toque do colombiano no adversário é fortuito e deixa seguir a jogada (ou, no limite, marca falta apenas); ou entende que há um movimento descuidado do jogador e merecedor de cartão amarelo; ou interpreta como agressão, e aí teria de o expulsar. No caso, o árbitro escolheu a 2ª opção. Não me choca, como não me chocaria nenhuma das outras. E atente-se a que Falcao até poderia ficar afastado dos 2 jogos finais do campeonato caso tivesse sido expulso. Assim falha apenas um jogo, que por acaso é com o Benfica, e será menos um encontro onde terá hipóteses de facturar. Admito: considero Falcao o melhor avançado do campeonato e também me parece ser uma boa pessoa, talvez o jogador mais puro do Porto. E acho que era o último a merecer falhar um jogo como o Porto-Benfica. No entanto, foi muito pouco prudente naquela jogada e arriscou-se. E correu mal. Mas tenho muita pena, admito. Ainda assim, relembro que ele esteve na Luz, na 1ª volta, e não se viu. E que esteve na final da Taça da Liga, e também não se viu. Provavelmente também não marcaria no Dragão, daqui a uma semana. Mas isso nunca saberemos.

Chegámos aos 121 golos esta noite e aos 73 pontos. É muita fruta. Agora já não há como escapar: este campeonato é nosso, salvo uma verdadeira hecatombe, e acho que já posso começar a fazer os lóbis pelos jogadores que ainda não foram utilizados na competição: Júlio César, Moreira, Roderick Miranda, Jorge Ribeiro e Mantorras. Afinal, eles também merecem, pois levaram a época inteira a treinar-se com os colegas e fazem parte do grupo. Espero que o Jorge Jesus os coloque em casa com o Rio Ave, já que não me parece credível que algum deles vá ser utilizado no Dragão. Quanto ao campeonato, não há muito mais a dizer: este já não nos escapa. Está no papo. Vamos lá, rumo ao 32º que será festejado em pleno recinto do inimigo!

PS: Em declarações ao site oficial da UEFA, o jogador do Interviú, Betão, assumiu que será muito complicado vencer o Benfica na final da UEFA Futsal Cup também devido ao apoio dos adeptos, como podem ver aqui. Até no futsal a nossa grandeza é reconhecida apenas pelo actual campeão europeu. Coisa pouca.

Os golos de hoje, com uma fantástica banda sonora por trás, aqui:

sábado, 24 de abril de 2010

RAP


Surpresa! Porto afastado do título!

RECORDAR é viver: «Ao fim da 2ª jornada da I Liga, podem tirar-se já algumas conclusões. Uma: que o FC Porto é, dos três grandes, a equipa mais consistente. (...) Outra: que, perante equipas mesmo inferiores à sua no papel, o Benfica de Jorge Jesus não vai lá. (...) Aimar, Saviola e Di María não são, como já o vêm demonstrando há muito, jogadores (digamos assim) de campeonato.»
António Tavares-Teles, 25 de Agosto de 2009.

‹‹(...) parece que (...) vira o disco e toca o mesmo: o FC Porto continua a ser o grande favorito a dominar a nova época que aí vem, a nível interno.»
Miguel Sousa Tavares, 21 de Julho de 2009.

«Eu sei que ainda é cedo para tirar conclusões, e não é meu timbre embandeirar em arco, mas gosto da nova equipa do FC Porto. Quer-me parecer que temos uma equipa muito lutadora, e na boa tradição das velhas equipas portistas, com jogadores que dão tudo o que podem e que se esfarrapam para conseguirem ganhar cada bola, cada duelo. (...) pelo que me foi dado ver, chegou mais um lote de jogadores com essas características. Teremos, pois, nesta nova época, uma equipa de combate, com diversas alternativas (...)»
Rui Moreira, A Bola, 31 de Julho de 2009.

«O Porto conseguiu três vitórias e (...) a equipa dá sinais de ter amadurecido e começa-se a esquecer Lucho e Lisandro».
Rui Moreira, 9 de Outubro de 2010.

«Ao contrário do que alguns dão a entender, o grande adversário do FC Porto no campeonato é o Braga e não o Benfica»
Pinto da Costa, Outubro de 2009.

«(...) o facto de o Porto estar mais forte, ter tantas opções e parecer mais à vontade fora de casa é muito animador (...).»
Rui Moreira, 11 de Dezembro de 2010.

«Nós vamos a partir de hoje aqui solenemente dizer-Ihe, interpretando o pensar dos treinadores aqui presentes, dos jogadores aqui presentes, que nós queremos este ano dedicar a vitoria do campeonato a si. A si, que vai ser campeão.»
Pinto da Costa, dirigindo-se a uma fotografia de Jose Maria Pedroto, e interpretando vários pensares, 7 de Janeiro de 2010.

«Caiu bem a promessa de Pinto da Costa de oferecer este campeonato a Pedroto.»
Miguel Sousa Tavares, 12 de Janeiro de 2010.

«Todos os anos tem-me dado gozo ganhar, mas este ano vai dar ainda mais. Confesso que esta época vai dar-me claramente mais gozo ganhar.»
Jesualdo Ferreira, 13 de Fevereiro de 2010.

«Somos Porto e vamos continuar a ganhar.»
Nuno Espírito Santo, 20 de Fevereiro de 2010. Oito dias antes de ganhar 3 do Sporting, 17 dias antes de ganhar 5 do Arsenal e um mês antes de ganhar 3 do Benfica.

«(...) o autoproclamado maior candidato ao título deste ano (...)»
Miguel Sousa Tavares, 16 de Dezembro de 2009. Referindo-se, surpreendentemente, ao Benfica.

«Na sequência das negociações encetadas, a Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD vem comunicar (...) ter finalmente chegado a um princípio de acordo com o Cruzeiro Esporte Clube, para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador Kleber.»
Comunicado oficial do Porto, 29 de Janeiro de 2010.

‹‹Hulk (...) não sabe jogar de costas para a área (...). Além disso, parece ter entendido mal os recados do treinador e o mais que dele se viu foi que se entreteve a adornar as jogadas, a tentar 'quaresmices' e a simular faItas.»
Rui Moreira, 25 de Setembro de 2009. Cerca de três meses antes de Hulk passar a ser o melhor jogador do mundo, depois de galardoado com a expulsão na Luz.

«Gostei de ver Hulk sentado no banco. (...) talvez lhe devessem ter explicado que fora preterido por causa dos seus tiques e individualismo, das suas inócuas simulações. Talvez assim tivesse optado por uma outra atitude, logo que surgisse a oportunidade de jogar. Em vez disso, e como tem sido costume, Hulk foi de pequena utilidade quando entrou.»
Rui Moreira, 27 de Novembro de 2009. 23 dias antes de Hulk passar a ser absolutamente indispensável e decisivo na equipa do Porto.

«Uma desilusão. (...) Desconcentrado, desconsolado, conflituoso.»
«(...) esperava-se (...) que criasse embaraços à defesa benfiquista.»
«(...) a inspiração jamais foi a desejada, sendo que, aqui e ali, até abusou do individualismo.»
A Bola, O Jogo e Record, respectivamente, apreciam a prestação de Hulk no dia em que foi castigado e passou a ser uma espécie de mistura entre Ronaldo e Messi, mas para melhor. 21 de Dezembro de 2010.

«Sempre achei e sempre o disse que, em minha opinião, as equipas verdadeiramente vencedoras não perdem tempo a discutir árbitros nem a queixar-se de arbitragens.»
Miguel Sousa Tavares, 3 de Novembro de 2009.

«(...) atentem no golo que todos concordam ter sido mal anulado ao FC Porto (...)»
Miguel Sousa Tavares, 3 de Novembro de 2009.

«O que valeu ao Benfica em Olhão foi (...) um fiscal de linha desatento à posição de Nuno Gomes no golo do empate e um árbitro atento ao facto de domingo haver um Benfica-Porto, quando se encaminhou para Cardozo, depois de expulsar Djalmir, e pelo caminho mudou o vermelho a Cardozo para amarelo.»
Miguel Sousa Tavares, 15 de Dezembro de 2009.

«(...) antes haviam sido anulados dois golos ao FC Porto, um dos quais duvidoso e o outro claramente mal anulado (...); havia sido validado primeiro golo do Leiria, também em posição duvidosa, mas com diferente critério de apreciação».
Miguel Sousa Tavares, 19 de Janeiro de 2010.

«Façam o choradinho que quiserem, esta e a minha opinião: futebol assim, com (...) árbitros que protegem o anti-jogo e os sarrafeiros, não vale a pena esperar por público nas bancadas.»
Miguel Sousa Tavares, 16 de Fevereiro de 2010.

‹‹Segundo 'A Bola', o Benfica ganhou no Funchal 'à campeão'. (...) sinceramente, não sei se o teria conseguido sem o que me pareceram dois erros de arbitragem em dois minutos (...).»
Miguel Sousa Tavares, 16 de Marco de 2010.

«(...) já lá vão quatro golos limpinhos anulados ao Falcão.»
Miguel Sousa Tavares, 16 de Marco de 2010.

P.S. Mesmo correndo o risco de, em termos humorísticos, não conseguir fazer melhor do que os intervenientes anteriores, gostaria de acrescentar o seguinte: ao que parece, Jesualdo Ferreira obteve grandes vitórias no Porto, foi importantíssimo na história do clube, mas este ano demonstrou que o seu tempo no Dragão chegou ao fim. Já Pinto da Costa obteve grandes vitórias no Porto, foi importantíssimo na historia do clube, e este ano demonstrou que o seu tempo no Dragão ainda agora está a começar. O anúncio da sua recandidatura à presidência deve, por isso, ser saudado com entusiasmo. Por um lado, permite-lhe acabar de cumprir o castigo de dois anos de suspensão por tentativa de corrupção, que seria uma pena não levar até ao fim na posse das funções nas quais foi castigado; por outro, é evidente que o máximo responsável por ter apetrechado o plantel do Porto com Prediger, Guarín, Tomás Costa ou Valeri, e o plantel do Braga com Luís Aguiar, Alan e Renteria, é o portista mais bem colocado para liderar o clube nos próximos anos. Além disso, o Porto ainda pode fazer história nesta época: a manter o terceiro lugar, é a primeira vez que um tetracampeão acaba o campeonato atrás do Braga. A boa gestão dá muitas a alegrias.

Por Ricardo Araújo Pereira, 24 de Abril de 2010 in jornal A Bola

UEFA Futsal Cup - Estamos na final!



Estamos na final da UEFA Futsal Cup, a prova de futsal equivalente à Liga dos Campeões no futebol, depois de termos ganho esta noite aos italianos do Luparense por 8-4. Como o Interviú ganhou no outro jogo ao Araz Naxçivan, iremos defrontar os espanhóis, que são "apenas" os actuais campeões europeus em título. Coisa pouca. Seja como for, esta equipa já está na história do futsal português. Agora resta-me pedir que tenham força para conseguir bater os campeões em título e levantar a primeira Champions da história do futsal português. Já esteve muito mais longe. Força, campeões!


PS: Vi no grande blog Um Zero Basta, do Dezazucr, que o Benfica está na página principal do site da UEFA devido ao feito da equipa de futsal. Mais uma razão para nos orgulharmos que pode ser vista aqui.

PS2: Ontem dei os parabéns à nossa Telma Monteiro pelo bronze nos campeonatos europeus de Judo. Hoje, dou também ao João Pina, atleta do Sporting que se sagrou campeão europeu da mesma modalidade. Não é todos os dias que se consegue um título europeu para o nosso país. Para já, este está a ser um fim-de-semana em cheio. Esperemos que continue assim.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vários apontamentos

1 - UEFA Futsal Cup



Estamos na final-four da competição, equivalente à Liga dos Campeões de Futebol, o que significa que somos uma das 4 melhores equipas da Europa em futsal, juntamente com os italianos do Luparense (que vamos defrontar nas meias-finais), os espanhóis do Interviú (possivelmente a melhor equipa do mundo) e os azeris (ou seja, do Azerbaijão) do Araz Naxçivan, que têm muitos brasileiros, tal como a própria selecção desse país. Este ano, a final-four realiza-se em Lisboa, mais precisamente no Pavilhão Atlântico, e se já tínhamos sérias aspirações a ganhar a competição de qualquer forma, jogando em casa a obrigação de vencer é ainda maior, mas a obrigação dos adeptos em ir apoiar a equipa também, num momento que é histórico para Portugal e nomeadamente para o nosso clube. Portanto, vamos todos apoiar a equipa ao Pavilhão Atlântico nos dias 23 e 25 de Abril, levando a equipa ao titulo de campeão europeu de Futsal.

Toda a informação relativa à prova aqui.



2 - Campeonato nacional de Voleibol

Ainda não tinha aqui falado desta final, pois não tenho por hábito falar das outras modalidades que não o futebol (o que é errado, admito, pois as outras modalidades também são importantes), e contava fazê-lo apenas depois de termos garantido o título ou de o termos perdido, claro. Mas, visto que este domingo se disputará o que pode ser o jogo da nossa consagração como campeões no voleibol, parece-me bem pedir aqui para que quem possa se desloque a Espinho e vá apoiar a equipa. Para quem não tem acompanhado, o Benfica chegou à final do campeonato, onde defronta o Espinho, campeão em título e equipa com mais campeonatos da modalidade (16, contra apenas... 3 do Benfica). Perante este cenário, pensava-se que o Benfica estaria derrotado à partida, dada a excelente fase regular que o Espinho fez novamente esta época. No entanto, e surpreendentemente, o Benfica venceu no 1º jogo da final (disputada à melhor de 5) em Espinho, e voltou a vencer a semana passada, em casa, o que significa que se vencer neste domingo novamente em Espinho se sagrará desde já campeão nacional de voleibol. Portanto, podemos estar perante uma época de ouro não só no futebol como também no voleibol (e no futsal, e no basquetebol - só para recordar os mais distraídos que ganhamos muito em muitas modalidades, e não somos nós que temos a fama de clube ecléctico...). Vamos todos torcer para que o Benfica consiga festejar desde já o título no vólei.



3 - Judo

A Telma Monteiro ganhou hoje a medalha de bronze no Campeonato da Europa de Judo. O ano passado havia-se sagrado campeã europeia, este ano só chegou para o bronze, mas mesmo assim é mais um grande feito na carreira da ainda jovem judoca. Muitos parabéns, Telma!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O nosso plantel XVI - Carlos Martins

O homem que se segue neste escrutínio, depois de Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim e Ramires, é um dos elementos mais importantes das segundas linhas da equipa: o irreverente Carlos Martins.


Formado nas escolas do Sporting, onde jogou durante muitos anos, Carlos Martins acabou por vir para o Benfica depois de um ano a jogar (e a brilhar) no Recreativo de Huelva, de Espanha. Rui Costa, que se havia retirado dos relvados no fim da época anterior, anunciou-o de imediato como o seu sucessor na posição 10 do clube. O que é certo é que poucos dias depois chegou Aimar, e Martins acabou por ser relegado para um papel secundário. Ainda assim, beneficiando da frágil condição física do argentino, Carlos Martins conseguiu fazer 24 jogos no campeonato, embora apenas 4 completos e muitos outros como suplente utilizado. Acabou por não marcar qualquer golo nem dar muito nas vistas na época complicada do clube. O ponto alto da época foi mesmo o papel que desempenhou na conquista da Taça da Liga, a única competição onde marcou com a camisola do Benfica (na fase de grupos, em Guimarães). Na final contra o Sporting, Carlos Martins foi o escolhido (ou pediu para o ser) para marcar o penalty decisivo. Não o desperdiçou, e festejou como um louco na cara de Paulo Bento, treinador que o havia escorraçado de Alvalade 2 anos antes. A vingança estava completa. Mas a época de Martins não havia correspondido às elevadas expectativas depositadas na sua contratação.


Para a nova temporada, parecia ser apenas mais do mesmo. Aimar manteve-se, Jorge Jesus chegou e o esquema mudou, de 4-4-2 clássico para 4-4-2 losango. Martins, que também pode ser utilizado como médio interior direito, poderia ganhar assim mais espaço para lutar pela titularidade e foi mesmo o dono desse lugar no encontro inaugural da Liga, em casa com o Marítimo. O problema é que o médio acabou por se lesionar logo aos 17 minutos, perdendo logo aí a titularidade para o brasileiro Ramires. Entretanto, chegava ao plantel outro 10/interior direito brasileiro, Felipe Menezes, o que colocava Carlos Martins em muito maus lençóis. Aliado à forte concorrência, Martins começou a padecer de longas e irritantes lesões, sobretudo a nível muscular (mas acima de tudo psicológicas) que o impediam de dar um contributo continuado à equipa (relembre-se o jogo brilhante que fez com o Paços de Ferreira, o primeiro após regressar da tal lesão contraída frente ao Marítimo, em que fez uma assistência e um grande golo... tudo em apenas 45 minutos, pois saiu ao intervalo lesionado; depois fez mais um grande jogo com o Monsanto, onde marcou 2 golos, e 2 jogos depois, com o Nacional, entra aos 73 minutos e sai 5 minutos depois, queixando-se de dores musculares: assim não há treinador que aguente...). Depois destas peripécias, Carlos Martins só voltou a aparecer nas vésperas do jogo com o Porto, na recepção ao AEK, em que jogou a... trinco, e muito bem. Acabou por ganhar a titularidade para o jogo com o Porto, onde voltou a estar em bom plano, e a partir daí tem vindo a alternar a titularidade com Aimar e Ramires, ora a 10 ora a interior direito. Fruto de algumas excelentes exibições e muitos golos do outro mundo (com destaque para o golo magnífico apontado na final da Taça da Liga - mais uma vez - frente ao Porto), Martins voltou a cair nas graças dos adeptos, que agora até já hesitam sobre quem deve ser titular, se o português, se Aimar. Ao todo, Martins tem já 28 jogos disputados e 7 golos marcados (15 no campeonato - e 3 golos -, 1 na Taça de Portugal - e 2 golos -, 4 na Taça da Liga - e 2 golos - e 8 na Liga Europa).


Confesso que aprecio muito as qualidades futebolísticas de Carlos Martins. Apesar de por vezes se entusiasmar e demorar muito tempo a soltar a bola, e dos seus passes não sairem sempre acertados, Martins joga de cabeça levantada, de passada larga, e procura sempre os caminhos mais acertados para colocar a bola perto da baliza adversária. E se é verdade que faz alguns passes falhados, não é menos verdade que muitas vezes consegue passes fantásticos que depressa se transformam em assistências para golo, tal a qualidade com que os fez e que deixam isolados os companheiros na cara dos guarda-redes adversários. A juntar a isto tem a força e colocação do remate, que chega muitas vezes a ser espantosa, e tem outra coisa que aprecio muito: garra, raça, ambição e vontade de vencer própria dos grandes guerreiros, dos grandes jogadores. Carlos Martins tem fibra de campeão. Mas como há sempre um lado mau em tudo, Carlos Martins tem também algo que muitas vezes o trai: um feitio absolutamente explosivo e intempestivo. Não consegue acatar uma decisão contrária do árbitro sem protestar, não se contém nos protestos mesmo contra colegas de equipa e não tem a mesma força psicológica que tem física. Porque desengane-se quem pensa que Martins não tem muita capacidade física. Treta. Carlos Martins tem capacidade física. O que ele não tem, e isto não se pode admitir num profissional de futebol, é capacidade psicológica para lidar muitas vezes com o esforço e com a pressão. Porque é inconcebível que um jogador com 27 anos não consiga fazer mais de 2 ou 3 jogos completos numa época, que tenha de ser sempre substituído ao fim de 60 ou 70 minutos, que nessa altura do jogo já esteja esgotado. É inconcebível. E isto acontece porque ele não tem a força mental necessária para suportar jogar em condições um pouco adversas. Se tivesse um melhor acompanhamento a este nível (mas desde sempre, não só agora mas sim desde sempre), Carlos Martins seria, sem sombra de dúvidas, o melhor 10 português da actualidade. Tinha (e tem) potencial para ser um médio extraordinário. É pena que muitas vezes pareça esquecer-se ou nem sequer acreditar nisso. É realmente pena. Mas que não há nenhum melhor que ele na actualidade em Portugal (ao mesmo nível, talvez só Nuno Assis), isso não há, e Carlos Queiroz deveria estar atento a isso, ainda para mais agora que o "seleccionável" Rúben Micael se lesionou e ficou fora do Mundial. Para suplente de Deco (e mesmo isto eu já considero abusivo, porque Deco tem sido quase toda a época suplente no Chelsea), Queiroz só pode mesmo pensar em Nuno Assis ou Carlos Martins. Para mim, iam lá os 2.

Que pensam os leitores?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

O nosso plantel XV - Ramires

Já analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García e Ruben Amorim, temos hoje o maratonista da equipa: o médio brasileiro Ramires.


Ramires foi a primeira contratação do Benfica para esta época. Assegurado o seu concurso logo em Maio, o jogador brasileiro (desconhecido entre nós) acabou por se dar a conhecer ao nosso país com a participação na Taça das Confederações, onde foi a surpresa na convocatória de Dunga e acabou por ser a revelação da selecção canarinha, que venceu a competição. Chegou depois ao Benfica e mostrou desde logo as características com que vinha rotulado (aliás, não é à toa que lhe chamavam Queniano no Brasil): rapidíssimo, muito resistente a nível físico, apesar de ser magrinho, polivalente (tanto vai atrás como vai à frente com a mesma eficácia) e relativamente goleador. À chegada teve uma declaração que não caiu bem no seio dos benfiquistas, referindo que esperava fazer uma boa época para depois sair para um grande. Agora está totalmente convertido à causa benfiquista, e a sua ideia já não é a mesma, garantidamente.


Apesar dessa declaração infeliz, o médio brasileiro acabou por conseguir conquistar o coração dos adeptos muito rapidamente, e da forma que mais interessa no futebol: dentro do campo. Revelando desde logo a sua grande disponibilidade física, Ramires foi fundamental logo à 2ª jornada, na sua estreia pelo Benfica no campeonato: em Guimarães, marcou aos 92 minutos o golo que deu a vitória ao Benfica, num triunfo arrancado a ferros e muito importante. Nos 2 encontros seguintes (goleadas ao Vitória de Setúbal, em casa, e ao Belenenses, fora) voltou a marcar e parecia que iria ser um dos goleadores da equipa na temporada, a continuar a esse ritmo. Aliás, apenas 2 jogos depois voltou a marcar, em casa frente ao Leixões. A verdade é que, para o campeonato, se ficou por aí. Só voltou a marcar mais uma vez até agora, e nas meias-finais da Taça da Liga, frente ao Sporting na goleada por 4-1 em Alvalade. Ainda assim, e porque não foi para marcar golos que foi contratado, Ramires tem feito uma temporada no mínimo a corresponder às expectativas. Se nos lembrarmos de que está a competir sem parar desde Janeiro de 2009, quando começou a época pelo Cruzeiro, ganha ainda mais relevo a época que está a fazer. Já leva 40 jogos no Benfica (23 no campeonato, um na Taça de Portugal, 4 na Taça da Liga - só falhou o 1º, frente ao Nacional - e 12 na Liga Europa). No último terço da época tem sido poupado nalguns jogos e entrado perto do fim noutros, numa gestão obrigatória, devido à época desgastante do jogador e da própria equipa, mas a sua importância na equipa é de tal ordem que nunca chegou a ser posta em causa.


Ramires foi uma das contratações mais bem conseguidas da época. Confesso que não me entusiasmei muito com as exibições de Ramires na Taça das Confederações, embora tenha sido a maior surpresa da selecção brasileira. A mim não me convenceu desde logo, não sei explicar porquê. A verdade é que a qualidade das suas exibições mal chegou ao Benfica me fez mudar completamente de ideias e perceber que Ramires pode não ser o mais fantástico nem mais tecnicista dos jogadores que temos no plantel, mas é de uma consistência e de uma qualidade táctica absolutamente admiráveis. Actuando quase sempre como médio interior direito, já chegou a jogar no lado contrário, a trinco, a 10 e até como lateral-direito. E apesar de quase nunca deslumbrar, também nunca está mal, pois não sabe jogar mal. Só há um senão: tenho quase a certeza que sairá do Benfica no final desta época, talvez depois do Mundial. O negócio da sua compra nunca foi muito bem explicado e confesso que não sei quanto do seu passe é do Benfica, quanto o Benfica pagou por ele (eu sei que foram aventados 7 milhões de euros, mas também sei que grande parte desse dinheiro não saiu dos nossos cofres) e quanto dinheiro terá o Benfica a receber quando ele se transferir. Segundo sei, Ramires foi colocado no Benfica com o intuito claro (de quem o colocou cá) de fazer uma boa época de estreia na Europa, valorizar-se e depois transferir-se para um campeonato de maior expressão. Da minha parte, claro que espero que tal não aconteça, pelo menos já na próxima época. Ramires é um jogador muito importante na equipa, de uma utilidade e disponibilidade extrema e que encaixa na perfeição no esquema que Jorge Jesus implantou no Benfica. E ainda pode ganhar 5 troféus esta época: ao campeonato mineiro ganho em 2009 pelo Cruzeiro e à Taça das Confederações conquistada ao serviço do Brasil, Ramires já juntou a Taça da Liga no Benfica e vai de certeza sagrar-se campeão nacional. E o Mundial também pode sorrir aos canarinhos...

Que acham os leitores de Ramires?

Que grande ideia

Esta, que fui buscar aqui




Digam lá que não ficou bonito?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

JVP


Académica-Benfica

1 - Parece-me que já há campeão

Depois da importantíssima vitória de ontem do Benfica, parece-me que está encontrado o campeão. Segurando uma vantagem de seis pontos, quando só há nove para disputar, acredito que tudo ficou decidido, embora se possam fazer ainda algumas conjecturas e especulações, até porque se pode dar o caso de o Benfica ir ao Dragão a precisar de um ponto, o que serviria para apimentar o jogo.
Em Coimbra, o Benfica entrou muito forte, a fazer uma pressão enorme no intuito de marcar cedo para se tranquilizar e gerir o jogo. E isso viu-se logo na pressão que fez sobre a bola de saída, que pertenceu à Académica. O golo acabou por surgir cedo, mas não surtiu o efeito desejado, pois a Académica tentou sempre reagir, foi uma equipa com personalidade, sobretudo após o 0-1. Muitas vezes deixou até que o jogo se partisse, ao passo que o Benfica juntava os sectores, baixava as linhas e tentava jogar no erro do adversário. O empate aconteceu de forma merecida, porque a equipa da casa nunca desistiu de dividir o jogo e jogou de igual para igual.

2 - À espera de que Di María resolva

Na segunda parte, o Benfica pausou mais o jogo, apostou na segurança defensiva e, como é costume sempre que tem problemas de organização ofensiva, esperou que Di María provocasse os desequilíbrios que permitissem fazer mais golos. Foi assim no segundo e no terceiro, sendo que este último matou o jogo. O segundo golo da Académica surgiu demasiado tarde para que as coisas ficassem feias para o líder. Ou seja, mais uma vez Di María resolveu um jogo que se poderia complicar num momento crucial do campeonato. Nesta altura das decisões, cada jogo vale mais do que os três pontos que se contabilizam. Para o Benfica, tratou-se de uma vitória fundamental.

3 - Weldon não é aposta de risco

A titularidade de Weldon e os dois golos que marcou não me surpreendem. Weldon não é uma aposta de risco; é um bom finalizador, um rato de área, como se costuma dizer. Talvez não tenha jogado tanto como seria de esperar ao longo da época, mas sempre que teve oportunidades, deu respostas positivas. Fez dois golos na Naval e ontem mais dois, porque tem instinto de matador e, mais importante ainda, quando a equipa precisou dele esteve lá para ajudar a resolver os problemas. Em Coimbra, não foi a figura principal, mas um actor secundário muito importante. Do principal, Di María, já ficou referido o mais importante; sempre que é preciso, endossam-lhe a responsabilidade e ele nunca vira a cara. O Benfica tem três jogadores que têm sido peças-chave - Di María, Aimar e Saviola -, mas Di María é o grande desequilibrador.
Uma referência também para Coentrão, que esteve irrepreensível a defender. E se não é fácil para um lateral de raiz ter pela frente Di María, que ajuda pouco nas tarefas defensivas, é-o ainda mais para um jogador adaptado. Mas Coentrão percebeu que tinha de se sacrificar, pois era a forma de poder jogar neste Benfica.

4 - Jesus mais cauteloso

Novidade no Benfica do último terço do campeonato tem sido a cautela adoptada por Jorge Jesus. Tem optado por esquemas mais seguros e acabou com a euforia dos dois terços iniciais, em que queria sempre marcar mais golos. Agora tem apostado em atitudes realistas. Basta atentar nas substituições que fez ontem, privilegiando o povoamento do meio-campo e a organização defensiva. Trocou Cardozo por Carlos Martins e Aimar por Ramires para reduzir espaços e controlar a reacção da Académica. Só na permuta Weldon/Kardec foi troca por troca. Há pouco tempo, Jesus não fazia coisas destas.

Académica 2 - 3 Benfica - 27ª Jornada 09/10

E já só faltam 4 pontos. Hoje foi ultrapassado mais um obstáculo na nossa corrida ao título, que se revelou bem mais duro de passar do que eu esperava. Na verdade, a Académica jogou muito bem e além disso está ainda em risco de descer de divisão, pelo que teve de fazer pela vida. Isso, aliado ao fraquejar do Benfica em certos momentos do jogo, acabou por colocar em causa uma vitória que pareceu assegurada durante praticamente todo o encontro. Ainda assim, ganhámos e estamos agora a apenas uma vitória e um empate de festejar o tão merecido título. Ainda não poderemos ser campeões em casa contra o Olhanense, porque o Braga só joga no dia a seguir, e confesso que estou a torcer para que os bracarenses vençam na Figueira da Foz. Caso isso acontecesse, o Benfica iria festejar o título no Dragão, o que seria absolutamente sórdido, irónico... e muito, muito saboroso, do meu ponto de vista! Outra coisa engraçada de hoje é que o Porto está matematicamente afastado do título. Já só falta mesmo o Braga. Ainda assim, desejo que os bracarenses continuem a ganhar, de modo a assegurarem o 2º lugar e a qualificação para a Liga dos Campeões, relegando o Porto para a Liga Europa. O Braga já só tem de vencer 2 dos 3 jogos que lhe faltam, ou nem isso, se o Porto perder em casa connosco. Dado o fantástico campeonato que tem vindo a fazer, não me parece que seja tarefa muito difícil que a equipa minhota consiga mesmo assegurar esse 2º lugar. E ainda bem.


O herói hoje voltou a ser o mesmo de há 2 semanas, na Figueira da Foz. Weldon lembrou-se agora de marcar golos e de contribuir decisivamente para as vitórias encarnadas, numa altura em que tanto jeito fazem para que a equipa se sagre campeã. Para um jogador que veio quase de borla e é dos mais mal pagos do plantel, nada mal. Os 2 golos que marcou neste jogo são verdadeiramente à ponta-de-lança, e o 2º é de uma execução primorosa. Nos momentos em que era mesmo preciso aparecer, o brasileiro apareceu e acaba por deixar uma marca indelével neste título.


Mas o protagonista do encontro pela negativa também acabaria por ser benfiquista. Hoje, Quim fez pelo menos uma boa defesa, a cabeceamento de Luiz Nunes que defendeu com segurança, mas esteve em muito mau plano nos 2 golos da Académica. Se no 1º ainda pode ter a desculpa que a bola bateu em Javi García e desviou a trajectória (embora, ainda assim, tivesse ido a meio da baliza), no segundo é totalmente mal batido, confiando demasiado no golpe de vista. Já o disse aqui muitas vezes e volto a dizer: o Benfica, se quer voltar a ser um grande clube a nível europeu e mundial, precisa de ter um guarda-redes de classe mundial e não apenas um bom guarda-redes, que é o que o Quim é: um bom guarda-redes. Enquanto não tivermos um guardião como era Preud´Homme, como são Casillas ou Buffon, não poderemos pensar em títulos europeus. Também dão os seus frangos? Dão, sim senhor, mas quando um jogador tem qualidade, ela está lá e manifesta-se sem margem para dúvidas. Repito: Quim é bom mas não é muito bom, e nós precisamos de um guarda-redes muito bom. Apesar disso, tanto o golo de Diogo Gomes (o melhor em campo da Académica, muito inconformado e com futebol nos pés - embora o golo seja precedido de falta, pois o jogador domina a bola com o braço) como o de Tiero são dois excelentes pontapés, não lhes retiro o mérito. Quim é que podia (e devia) ter feito muito melhor.


Acabou por ser Ruben Amorim a fazer o 3º do Benfica, numa altura em que se pensava que a vitória seria de caras, num grande golo a concluir mais uma grande jogada de Di María, que já havia feito a assistência para o 2º do Benfica (e de Weldon). O argentino continua a alternar o medíocre com o fantástico no mesmo jogo. Bem, desde que faça 2 lances fantásticos e acima de tudo eficazes, não me importo que seja um desastre no resto do tempo.


Continuamos a ser a melhor equipa do campeonato, a que tem mais pontos, marca mais golos, sofre menos e joga melhor. No total, e se não me falham as contas, já levamos 116 golos marcados esta época! É obra, realmente. E a continuar neste ritmo, podemos perfeitamente passar dos 120, o que seria histórico, se não me engano. Aconteça o que acontecer, esta é já uma época histórica para o nosso clube, para o seu treinador e para todos nós, que já merecíamos viver uma temporada assim. Para já, e porque ainda faltam 3 jogos, a receita continua a ser a mesma: humildade, espírito de sacrifício e de conquista, ambição pelos 3 pontos. O Olhanense está em perigo de descer, precisa dos 3 pontos e, também pelos motivos que todos conhecem, vai deixar a vida na Luz. Teremos de trabalhar o dobro deles para vencer e ficar a um mísero ponto do título. É perfeitamente possível, e se tudo correr bem é isso que vai mesmo acontecer. Acreditem, que nós todos acreditamos convosco. Rumo ao 32º!

O resumo do jogo aqui:

sábado, 17 de abril de 2010

RAP


O Porto está bem colocado para ganhar a taça dos túneis

Acho que o castigo a Vandinho é injusto, tendencioso e vergonhoso
Rui Moreira, 19 de Fevereiro de 2010

Vivemos (…) num país onde há gente com decência, competência e bom senso, como agora se comprova. (…) Infelizmente, a justiça chega tarde e a más horas
Rui Moreira

A justiça desportiva tem particularidades que podem escapar aos leigos, mas é fácil de entender pelos juristas — e pelos comerciantes, contanto que usem gravata. Aos olhos de um ignorante, uma decisão iníqua não pode, em princípio, ser mantida por gente com decência, competência e bom senso, mas um especialista em justiça desportiva sabe que o mesmo castigo pode ser infame quando decidido pela Comissão Disciplinar da Liga e justo quando confirmado pelo Conselho de Justiça da Federação. Aos outros, só lhes resta procurar compreender uma ciência que, aparentemente, não está ao seu alcance. Que se passou, então, entre aquele dia de Fevereiro em que Rui Moreira considerou injusto, tendencioso e vergonhoso o castigo de Vandinho e o dia de Março em que lhe pareceu que as pessoas que o confirmaram eram decentes, competentes e assisadas? É fácil: passaram quatro jornadas e o Porto continuava a oito pontos do Braga.

Vinte e três dias antes das agressões dos bons pais de família no túnel da Luz, Rui Moreira comunicava aos leitores d'A BOLA quanto gostava de ver Hulk sentado no banco. Segundo Rui Moreira, que certamente acompanha os jogos do Porto com mais atenção do que eu, Hulk era um jogador individualista, dado a tiques e simulações inócuas, e era costume o seu contributo à equipa ser de pequena utilidade. No entanto, menos de um mês depois, Hulk passou de suplente inútil a titular genial que só não carregava sozinho a equipa rumo ao penta porque a Liga não deixava. Que se passou, então, entre aquele dia de Novembro em que Rui Moreira defendeu que Hulk devia jogar menos e o dia de Dezembro em que ele começou a lamentar que ele não pudesse jogar mais? É fácil: o Porto perdeu e ficou a quatro pontos do Benfica.

Assim se vê a gratidão das pessoas: Rui Moreira queria ver Hulk no banco. A Liga, cumprindo um regulamento aprovado com o voto favorável do Porto, mandou-o para a bancada. Em lugar de agradecer a fineza, Rui Moreira protesta até hoje. São feitios.

Depois de ter visto a entrada de João Moutinho sobre Ramires e a patada de Miguel Veloso nas costas de Kardec, Costinha foi à conferência de imprensa dizer que o Luisão tinha sido um bocadinho bruto. Este é o mesmo Costinha cuja delicadeza em campo todos recordamos com saudade. O mesmo que, no jogo de estreia no campeonato português, pelo Porto, foi expulso (curiosamente, em Alvalade) ainda na primeira parte. Imagine o leitor que Keith Richards, o guitarrista dos Rolling Stones, convocava uma conferência de imprensa para dizer aos jornalistas que estava indignado com a quantidade de drogas que esta juventude consome. Era mais ou menos equivalente.

Há uns meses, José Eduardo Bettencourt disse que os sportinguistas ainda iriam ter saudades de Paulo Bento. Só não avisou que também ainda iriam ter saudades de Pedro Barbosa, Sá Pinto e Soares Franco. Por este andar, qualquer dia ainda suspiram pelo Jorge Gonçalves.

Valeu a pena o investimento feito pelo Porto: o plantel mais caro do futebol português está bem colocado para, esta época, ganhar uma taça ao Chaves. Trata-se, recordo, do troféu que ficará conhecido como «a taça dos túneis», porque foi no túnel de Braga que Cardozo foi castigado por não agredir ninguém, e por isso falhou o jogo em que o Benfica seria eliminado frente ao Guimarães. Perdemos uma boa oportunidade de organizar uma vigília, foi o que foi.

Por Ricardo Araújo Pereira, 17 de Abril 2010 in jornal "A Bola"

O maior de Portugal

Este post só tem uma finalidade: pedir que o Benfica continue até ao fim da época com a mesma grandeza com que o melhor artista português e enorme benfiquista actuou ontem no Maxime.

Salvé, grande José Cid!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O nosso plantel XIV - Ruben Amorim

O cliente de hoje de "O nosso plantel", depois de já terem sido analisados os percursos de Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer e Javi García com a camisola do Benfica, é o mais polivalente jogador do plantel e um produto das escolas do clube: Ruben Amorim.


Depois de ter feito grande parte da sua formação na Luz, Ruben Amorim acabou por sair para o Belenenses em idade de júnior. Cinco épocas a bom nível no Restelo valeram-lhe o reconhecimento dos responsáveis encarnados e acabou por ser contratado a custo zero para regressar a casa no início de 2008/09. Médio centro de formação, mas com reconhecidas capacidades para desempenhar outras funções (nomeadamente médio interior direito e lateral direito), o jogador lisboeta acabou por ganhar um lugar na equipa titular como médio direito no 4-4-2 clássico de Quique Flores, actuando, sempre que necessário, no lugar de Maxi Pereira como lateral-direito ou a médio centro caso Katsouranis ou Yebda não estivessem disponíveis (Binya e Felipe Bastos eram as outras opções para a posição, mas foram muito pouco utilizados - o camaronês fez apenas 7 jogos no campeonato e o brasileiro, só 2). Acabou a época com 26 jogos na Liga e dois golos marcados, tendo ainda ganho a Taça da Liga, onde foi totalista em termos de jogos efectuados - esteve nos 5 da campanha vitoriosa do Benfica.


A época actual também não tem corrido nada mal. Jorge Jesus já conhecia o jogador, que orientou durante 2 épocas no Restelo, e por isso sabia com o que podia contar, não prescindindo nunca das qualidades do médio português. Ruben Amorim continua a ser a principal alternativa a Maxi Pereira como lateral direito, mas acaba por ser mais utilizado como médio interior direito, revezando-se nessa posição com Ramires e/ou Carlos Martins, sendo que apenas uma vez jogou a trinco (em casa, contra a Académica, por castigo de Javi García). Sempre no seu estilo sóbrio mas muitíssimo eficaz, Ruben Amorim já fez 35 jogos nesta temporada, repartidos por todas as competições em que o Benfica esteve inserido: 21 no campeonato, onde marcou 2 golos (falhou 5 jogos, 4 por lesão), os 2 da Taça de Portugal, 2 na Taça da Liga (falhou a fase de grupos devido à mesma lesão, mas actuou nos jogos decisivos contra Sporting e Porto, na final, onde marcou o 1º golo, num grande frango de Nuno, e construiu a jogada do 3º, apontado por Cardozo) e 10 na Liga Europa. Como se pode ver pelos números, Jorge Jesus não passa sem ele, apesar de nem sempre o utilizar como titular (em vários destes jogos foi suplente utilizado).


Devo confessar que não acolhi com grande simpatia a contratação de Ruben Amorim na época passada. Do que via dele no Belenenses, parecia-me um bom jogador, mas nunca com qualidade suficiente para ser titular num clube como o Benfica, que luta por outros objectivos. No entanto, e apesar da época com Quique no comando não ter sido minimamente boa, o Ruben foi dos poucos que destoou da mediania, com um rendimento sempre constante. Acho até que nunca o vi jogar mal desde que está na Luz. Faz uns jogos melhores, outros piores, mas ainda não o vi verdadeiramente a fazer um mau jogo. E penso que esse é o maior elogio que se pode fazer a qualquer jogador. Como Mourinho disse uma vez de Paulo Ferreira, "certamente que nunca será o melhor em campo em jogo nenhum, mas também nunca será o pior". Não chego a tanto, porque há vários jogos em que Ruben Amorim joga o suficiente para ser considerado o melhor em campo (como, de resto, até já aconteceu esta época), mas realmente creio que ele nunca será o pior em campo, porque nunca joga mal. É um jogador muito eficiente e eficaz, cumpre com tudo o que lhe é pedido por qualquer treinador - em boa medida, é o sonho de qualquer treinador. E um jogador assim é sempre muito útil para qualquer equipa, sem sombra de dúvidas. Além do extra que é poder cumprir várias posições e sempre sem que se verifiquem quebras no seu rendimento. Os números falam bem da sua regularidade. É uma pena não ir ao Mundial, o que se deve única e exclusivamente à aversão de Carlos Queiroz a convocar jogadores do Benfica. Mas que merecia, pelas 2 épocas de muito bom nível que está a realizar no Benfica, disso não haja dúvidas.

Qual a opinião dos leitores?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pedro Ribeiro



O nosso plantel XIII - Javi García

Continuando a analisar "O nosso plantel", e depois dos já escrutinados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto e Shaffer, hoje analisaremos a época do nosso tampão do meio-campo: o espanhol Javi García.


Javi García chegou ao Benfica a meio da pré-época com a difícil missão de fazer esquecer Katsouranis. Ao mesmo tempo, o rótulo de jogador formado no Real Madrid, que deveria funcionar como excelente referência, fazia todos os benfiquistas desconfiarem do seu valor, devido ao flop Balboa, que tinha chegado a época passada nas mesmas circunstâncias. E no caso de Javi novo falhanço seria ainda mais grave, pois custou três milhões de euros a mais que Balboa (7 contra 4).


Mas a verdade é que o médio espanhol não demorou a conquistar o coração dos adeptos encarnados. Pegou de estaca na equipa, no vértice mais recuado do losango de Jorge Jesus, e levou mesmo Yebda a pedir para sair, ao perceber que não teria muitas oportunidades de jogar durante a época (tal como Felipe Bastos). Acabou por ficar com Ruben Amorim como único concorrente, e curiosamente o português só jogou uma vez nessa posição esta época - em casa, contra a Académica, por castigo de Javi. O espanhol só tem parado mesmo por lesão ou castigo, mesmo já depois da contratação de Airton. Ao todo, Javi García já fez um total de 43 jogos!!! esta temporada, distribuídos por Liga (23), Taça de Portugal (2), Taça da Liga (4 - só ficou de fora na final, contra o Porto, onde foi poupado por JJ) e Liga Europa (14, ou seja, actuou em todos os jogos do Benfica na competição, play-off incluído). Marcou 4 golos (3 no campeonato, um deles o da vitória muito sofrida frente à Naval, e um na Liga Europa, onde também fez um auto-golo). É um imprescindível para Jorge Jesus, ainda que Airton já tenha dado provas cabais de que pode substituir o jogador espanhol sem grandes problemas.


Javi foi a melhor contratação desta época do Benfica, já o disse vezes sem conta neste blog. Para além de desempenhar maravilhosamente a posição que eu considero mais importante numa equipa de futebol (talvez juntamente com o guarda-redes), Javi é um jogador com uma cultura táctica fantástica, não falha uma dobra aos colegas, está sempre no sítio certo. Funciona como um verdadeiro muro no meio-campo defensivo, servindo-se da sua fantástica capacidade táctica para recuperar bolas e ainda dobrar os companheiros, principalmente os defesas, laterais e centrais (no caso, David Luiz) quando estes se aventuram no ataque. A todos estes atributos defensivos junta-lhe um superior jogo de cabeça e uma regularidade impressionante. Quando melhorar no capítulo do remate de longa distância, tornar-se-á um dos melhores médios defensivos do mundo. Do campeonato português, é o melhor de longe. E além de todos os predicados técnico/tácticos, o espanhol tem algo que aprecio muito: a garra, a raça, no fundo a famosa mística, atributos absolutamente essenciais num jogador do Benfica. Quem não se recorda da imagem de Javi com a cabeça ligada e a escorrer sangue, no jogo de Alvalade para o campeonato, e mesmo assim o espanhol continuava no campo a lutar pela vitória da equipa? Isto é que é sentir a camisola, isto é que é a verdadeira mística. Para mim, ele é um dos grandes obreiros deste título. Já há muito tempo que o Benfica não tinha um jogador desta categoria nesta posição específica, tão importante na manobra de toda uma equipa. A sua segurança liberta os companheiros para o ataque, pois sabem que podem contar com a sua eficácia na cobertura das suas subidas. Javi García é, sem sombra de dúvidas, uma das grandes figuras do Benfica esta época e ficará sempre ligado ao 32º título encarnado, tão perto de ser conquistado.

Que pensam os leitores?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

JVP


Benfica-Sporting

1 - Título mais perto da Luz

Com seis pontos de vantagem e 12 para disputar, pode dizer-se que o título, não estando entregue, está agora mais perto da Luz. O jogo de ontem era importantíssimo, porque os jogos entre Benfica e Sporting são diferentes, qualquer que seja a posição que as equipas ocupem na tabela classificativa. A história diz-nos que não foram poucas as vezes em que aconteceram resultados inesperados, e a tradição tem algum peso em termos mentais. Daí que se possa afirmar que, depois de superar este obstáculo, o Benfica está mais perto do sonho. A vantagem é confortável, e também não é garantido que os adversários do Benfica na corrida ao título ganhem os jogos todos que faltam.

2 - Sporting perfeito para o primeiro Benfica

Numa primeira parte muito táctica, o Sporting foi mais sereno, mais rápido com e sem bola, mais organizado e esteve mais perto do golo, que podia ter acontecido bem cedo (15'), numa perdida do João Pereira. O Sporting mostrou que tinha preparado bem o jogo para defrontar aquele Benfica: pressão forte, Moutinho em cima de Javi García para que o Benfica tivesse dificuldades em sair com a bola, boas movimentações ofensivas, maior dinâmica global. O esquema explorava as dificuldades físicas do Benfica, fazendo com que a equipa reagisse mais tarde aos lances e que não tivesse linhas de passe para desenvolver o seu futebol ofensivo. Com nítidas dificuldades em ultrapassar a situação, o Benfica foi defendendo e esperando por eventuais lances de bola parada para tentar mudar o rumo dos acontecimentos, como já várias vezes aconteceu esta época. O Sporting revelou sempre grande concentração, pôs a agressividade certa em cada lance, apostou em saídas rápidas. Uma equipa perfeita para aquela forma de jogar do Benfica, que não tinha velocidade nem capacidade para aguentar o ritmo imposto pelo Sporting, e o tempo ia tornando a equipa da casa mais nervosa e receosa, como se via pela colocação dos laterais, muito mais fixos do que é costume.

3 - Aposta em Éder Luís foi "bluff"

Para surpresa de quase toda a gente, que estaria à espera de ver Weldon ao lado de Cardozo, Jorge Jesus apostou em Éder Luís como titular. Creio que se tratou de uma espécie de "bluff", sem resultados, pois Éder Luís acabou por ser vítima da forma de jogar da equipa e do baixo rendimento demonstrado. Depois do bom jogo que tinha feito frente à Naval, creio que Weldon teria sido melhor aposta, porque é um jogador veloz, que dá objectividade ao ataque e tem outra característica que pode ser importante num jogo destes: é matreiro.

4 - Aimar desinibe companheiros e muda tudo

Na segunda parte, tudo foi diferente porque entrou Aimar, que baralhou completamente o sistema defensivo do Sporting. Ao recuar no terreno para ir buscar a bola, jogou sem posição, pegou no jogo, conduziu-o pelo meio e pelos flancos, abriu linhas de passe, definiu o jogo ofensivo do Benfica, tornando-o esclarecido e objectivo. Mais do que isso, foi importantíssimo porque, com o seu modo de estar, libertou todos os colegas da inibição que a primeira parte lhes provocara. Com ele, o Benfica aumentou a pressão, foi mais forte, mais decidido, acelerou o seu jogo, passou a ganhar mais segundas bolas e obrigou o Sporting a recuar.
Ao sentir que tinha deixado de encaixar nas marcações, o Sporting retraiu-se inconscientemente - e o Benfica tomou conta do jogo.

5 - Libertação mental esconde cansaço

O primeiro golo galvanizou o Benfica, deu tranquilidade e confiança, mostrando que o cansaço físico da primeira parte tinha sido superado pela libertação mental que um golo traz num jogo desta importância. Porque o cansaço não se resume a uma simples quebra de força. A pressão de um confronto com esta responsabilidade também cansa. Enquanto o Benfica se conseguia libertar depois de marcar, porque antes não o fizera, o Sporting passou a ter problemas defensivos, porque ficou sem saber como lidar com Aimar. Perdeu organização, deixou de fazer as transições rápidas do primeiro tempo, foi manietado pelo aumento de pressão do Benfica. Depois surgiu o segundo golo e matou o jogo, desanimando um Sporting que se tinha batido com grande atitude e dignidade. Aimar é que furou os planos.

6 - Aimar sabia o que a equipa queria dele

Uma nota final para voltar a Aimar. Enquanto esteve no banco, o argentino observou atentamente o que estava a acontecer no campo, tentou perceber qual seria a melhor forma de entrar e dar a volta ao jogo. As indicações de Jorge Jesus também terão ajudado, mas a forma como jogou teve muito de leitura pessoal. Enquanto esteve no banco, Aimar não se limitou a ficar sentado à espera de entrar. Jogou entre linhas, iludiu as marcações, galvanizou os colegas. Sentiu que a equipa estava a precisar de um jogador como ele. E a partir do momento em que entrou, o rendimento de Carlos Martins, Ramires e David Luiz subiu em flecha.

Benfica 2 - 0 Sporting - 26ª Jornada 09/10

O título está cada vez mais perto. Hoje, ultrapassámos mais uma das finais que faltavam (por sinal, uma das mais complicadas) e agora os festejos estão a apenas duas vitórias e um empate de se poderem realizar - e eu acredito sinceramente que seremos campeões no jogo em casa com o Olhanense, pois o Braga escorregará, não no próximo jogo, em que recebe o Leixões e vai vencer, mas sim na semana seguinte, precisamente quando defrontamos o Olhanense. Os bracarenses vão jogar à Figueira da Foz, com a Naval, e acredito que não conseguirão vencer, o que fará com que nos desloquemos ao Dragão já campeões. Ainda assim, se assim não for, seremos campeões no Dragão, o que, assumo, me daria um gozo muito, muito especial.


O artífice desta vitória foi, acima de tudo, Pablo Aimar. El Mago começou no banco e a sua entrada ao intervalo, por troca com o incipiente Éder Luís (ainda está claramente desfasado da realidade portuguesa e benfiquista), foi o ponto de viragem num encontro que não nos estava a correr nada de feição. Aliás, admito, sem sombra de dúvidas, que o Sporting foi bem melhor na 1ª parte. Defendeu muito bem e soube sempre sair com perigo para o contra-ataque, anulando por completo os jogadores mais influentes do Benfica. No entanto, e como já referi acima, a entrada de Aimar virou o jogo por completo e o seu golo, o 2º dos encarnados, colocou um ponto final num encontro que na 2ª parte só deu mesmo Benfica. Volto a dizer: na 1ª parte, aplaudi o jogo que o Sporting estava a fazer. Mas, na 2ª parte... o Benfica foi fenomenal, de um pressing impressionante, de uma força de vontade inesgotável para chegar à vitória. E podiam ter sido mais do que apenas 2 os golos conseguidos pelas águias na 2ª parte, ainda que fosse de todo injusto para o Sporting perder por números mais expressivos. Confesso que sou absolutamente contra o Aimar jogar ao lado de Cardozo, como 2º avançado. Essa foi a opção primordial de Quique na época passada, com as consequências que se conhecem, e esta época também não tem dado grandes resultados quando Jorge Jesus entende fazê-la. Mas hoje resultou por completo.


Antes do golo de Aimar que sentenciou a partida, já Cardozo, numa altura em que se debatia com uma lesão no tornozelo, estando em grande sofrimento, havia feito o 1º do jogo, num lance pleno de oportunismo. Certamente para calar os críticos (eu incluído) que lhe viram tantas falhas nos últimos jogos. E já lidera a lista dos melhores marcadores novamente, com 21 golos, um a mais que Falcao.


O melhor jogador do Sporting hoje, na minha opinião, acabou por ser João Pereira. A jogar a médio-direito, correu, lutou e bem tentou o golo, que acabou por não surgir.
Quanto aos casos de arbitragem, dizer apenas o seguinte: admito que o Luisão poderia (deveria?) ter sido expulso pela entrada duríssima sobre o Liedson, mas assinalo com tristeza que os sportinguistas se esquecem das agressões de Miguel Veloso a Kardec e Ramires e de uma entrada igualmente dura do próprio Moutinho (que teve a lata de dizer no flash-interview que esse lance do Luisão decidiu o jogo) sobre Ramires que quase torcia o tornozelo ao brasileiro. Isto já para não falar do lance em que Cardozo se lesiona e onde há, de facto, um pontapé de Grimi na perna do Tacuara, mas isso eu também só percebi depois de ver algumas repetições, pelo que dou o benefício da dúvida ao árbitro, tal como no lance em que Daniel Carriço desvia a bola para canto com a mão. Do lance de David Luiz sobre Moutinho nem vou falar, porque o próprio capitão do Sporting não falou dele nas queixas que fez do árbitro, razão pela qual me parece quase absurdo achar que seria falta. O que quero com isto dizer é que sim senhor, o Luisão poderia ter sido expulso, mas que também é preciso ser muito faccioso para considerar que foi aí que o Sporting perdeu o jogo. Chega a ser ridículo. Parece-me que com Miguel Veloso e João Moutinho na rua o jogo também teria sido diferente. Não sei, digo eu. Mas há uma coisa em que dou razão a muitos adversários do Benfica, uma coisa que eu abomino porque acho uma autêntica palhaçada e que nalguns jogos os jogadores do Benfica usam e abusam (hoje foi um desses jogos): estou farto de simulações e de simuladores no meu clube. Hoje chegou a meter dó a forma ridícula como muitos jogadores do Benfica sistematicamente tentaram cavar faltas à entrada da área e penaltys. O Benfica não é um clube das distritais, é o maior de Portugal e não é nenhuma escola de mergulho nem de circo. Já é tempo de se parar com essa mania de se atirar ao chão para tentar iludir o árbitro. De resto, só uma coisa: o Benfica, e principalmente a equipa da 2ª parte, é de facto a equipa que melhor futebol pratica em Portugal este ano. Sem sombra de dúvidas.

E é por isso que merece ser o campeão nacional. Chega de comentários parvos e parciais, vamos falar de futebol com seriedade e honestidade. Quais túneis, quais andores e outras parvoíces do género. O Benfica é a melhor equipa do campeonato, tem mais pontos, mais golos marcados, menos sofridos, está a 7 pontos de ser campeão e joga um futebol que dá prazer ver. Qual é a questão? Não é nenhuma, claro. E o título já está ali tão perto... Para já, vamos invadir Coimbra e ficar a apenas 4 pontos da festa. Rumo ao 32º!

PS: O Chaves, um histórico do futebol português (com presenças na Europa) actualmente na II Liga (e em sérios riscos de regressar à II Divisão B), carimbou hoje o passaporte para a final da Taça de Portugal, onde chega pela primeira vez na sua história, depois de vencer a Naval nos 2 jogos da meia-final. É uma bofetada de luva branca a Augusto Inácio, treinador dos figueirenses que tinha assumido, antes deste jogo, que o favoritismo era 100% da Naval e que ia estar de certeza na final, e é um prémio para toda uma região que vibra com o seu clube e já merecia um feito assim. Eu gostaria muito que a final fosse Chaves-Rio Ave, mas obviamente não será possível, dado o resultado (3-1) com que o Porto venceu em Vila do Conde e que certamente dilatará ainda mais amanhã. Portanto, resta-me dizer que estou a 100% com o Chaves na final da Taça. Que batam o pé aos dragões e levem a Taça para Trás-os-Montes. Seria ouro sobre azul...

Os golos do encontro aqui: