"Sou benfiquista porque me apetece e ninguém tem nada a ver com isso" - António Feio
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Everton 0 - 2 Benfica - 4ª Jornada Liga Europa 2009/10
Também se ganham jogos assim. Eu pessoalmente não gosto de ver, mas o que interessa é que o JJ aos 61 minutos percebeu que bastava mesmo forçar apenas um bocadinho para ganhar o jogo e tirou o coelho da cartola. Até lá, o que vimos foi uma reedição do Benfica de Quique Flores: o mesmo esquema do Everton (4-4-2 clássico), sem número 10, com dois alas bem abertos e dois médios-centro, deixando os pobres avançados sozinhos lá na frente, com Saviola a tentar ser um 10 que obviamente não sabe ser.
De realçar os 2 recordes que o Benfica bateu: há 2 anos que não ganhava fora de casa (desde o 2-1 ao Shakthar, em 2007/08, com bis de Cardozo) e este, ainda mais importante: nunca nenhuma equipa havia ganho nos terrenos das duas equipas mais importantes de Liverpool (Everton e Liverpool) nas competições europeias. O Benfica foi o primeiro a consegui-lo. Depois dos 2-0 no Anfield Road, em 2005/06, com grandes golos de Simão e Miccoli, ontem foram Saviola e Cardozo a garantir o recorde. Histórico. E também destacar a recepção a Eusébio, o maior de sempre, ovacionado de pé por todo o estádio. Estrondoso.
Como já disse, era fácil de perceber que o Everton, embora melhor apetrechado que na primeira mão (com a dupla de centrais titular, Yobo e Distin, e com os laterais utilizados habitualmente), não dava muito mais do que o que se via: pontapé para a frente, algumas tentativas (muito poucas) de Fellaini e Bilyaletdinov pegarem no jogo e um Yakubu a lutar sozinho na frente, pois Cahill mal se viu. Gostei de Rodwell, é um miúdo que pode vir a dar que falar. É o trinco da equipa, mas o que fez em campo assemelhou-se mais a um box-to-box. Tivessem todos a mesma vontade e o desfecho do jogo poderia ter sido diferente.
E assim foi. Depois de uma primeira parte sem história (à excepção de um cabeceamento de Ramires ao poste e da lesão do mesmo, minutos depois) e 19 minutos da 2ª iguais, o Benfica acordou, Cardozo desmarcou Di María de forma magistral e o argentino fez o que melhor se lhe conhece: falhou na finalização. Com as melhorias que tem vindo a demonstrar esta época, treine mais este aspecto e teremos um grande jogador. No entanto, mal entrou Aimar, todo o cariz do jogo mudou. Com um nº 10, ainda por cima da categoria do argentino, o jogo torna-se mais fluído, as marcações dos centrais do Everton já falham, os espaços aparecem com muito mais facilidade e com eles os golos. Numa jogada algo atabalhoada até entre Di María e Saviola, El Conejo atirou e a bola só parou no fundo das redes de Howard, que até fez uma boa exibição. Estavam abertas as hostes no Goodison Park.
Com o marcador aberto e o Everton a ter de correr atrás do prejuízo, ao Benfica bastou aproveitar os espaços concedidos e Cardozo fez o 2-0 num lance de fora-de-jogo milimétrico. Em Portugal, ao ataque do Benfica era claramente anulado. Mas a execução é muito boa, de primeira e sem deixar a bola cair no chão.
Com esta vitória, o Benfica somou 9 pontos, instalou-se, agora isolado, no primeiro lugar do grupo, e viu os outros 2 adversários, AEK e BATE Borisov, empatarem e somarem 4 pontos. O que significa que basta empatar um dos 2 jogos que faltam para nos qualificarmos. Por mim, era ganhar já na Bielorrússia e carimbar a passagem á fase seguinte, para depois, tranquilamente, receber e bater o AEK com as segundas linhas. Continuo a acreditar que é possível estar presente em Hamburgo e trazer o caneco!
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