Já não vai havendo grandes palavras para descrever os jogos do Benfica, as suas exibições e os resultados finais, que continuam a aparecer quase jornada após jornada com um desnível acentuado. As razões são simples: a atitude, a garra, o querer ganhar, o nunca desistir de procurar mais e mais, o pressing constante, a pressão alta (tão em voga nos tempos de Mourinho cá em Portugal), a defesa mais segura dos últimos largos anos, a ambição e, de braço dado com todos estes predicados, a grande classe deste plantel, principalmente de uns 5 ou 6 jogadores que vão maravilhando nos relvados portugueses jornada após jornada. E, como não podia deixar de ser, a qualidade de um treinador que é o melhor treinador português da actualidade. Se me disserem que o plantel do Inter é melhor que o do Benfica, ainda mais força ganha a afirmação de que Jorge Jesus é neste momento superior a Mourinho, pois não vejo o Inter a jogar um oitavo do que joga o Benfica. Se o plantel do Inter é pior, é porque Mourinho não soube escolher os jogadores para esta época e está a perder qualidades a nível de planeamento, algo em que Jorge Jesus é exímio. Juntando-lhe o carácter guerreiro, ambicioso e vencedor, a sua leitura táctica irrepreensível, a rotação moderada e completamente acertada que faz do plantel, ficamos com a clara percepção que o melhor treinador de Portugal da actualidade é da Amadora e mora na Luz.
Tinha tudo para ser um jogo difícil, perante um adversário muito diferente do sensacional Leixões da época passada. As saídas de elementos fundamentais na estrutura da equipa da época passada, como Wesley, Diogo Valente, os capitães Elvis e Bruno China, o guarda-redes Beto (se bem que Diego seja também um bom guardião), aliado às fracas prestações individuais de Hugo Morais e Braga esta época (este também por lesão), fizeram com que o Leixões desta época volte à sua condição de equipa que luta para não descer de divisão e para isso utiliza armas por vezes nada leais.
O anti-jogo leixonense foi visível desde os primeiros minutos. A demasiada agressividade imposta em cada lance (curiosamente, ou talvez não, há 2 jornadas atrás não se viu esta atitude na equipa...) fazia perceber que o árbitro teria de produzir uma actuação corajosa e punir como mandam as leis, caso contrário os jogadores do Benfica sairíam muito mal tratados deste jogo. Foi assim que aos 27 minutos se dá a primeira expulsão, de Pouga, depois de uma entrada completamente merecedora de amarelo. Sendo que 6 minutos antes já havia visto um amarelo, numa escaramuça com Luisão, a expulsão foi justíssima e serviu para o Leixões se fechar ainda mais, na tentativa de guardar o máximo de tempo possível o empate.
O seu objectivo acabou por se desvanecer já nos descontos da primeira parte, quando Aimar marcou magistralmente um livre lateral e David Luiz apareceu sem marcação a cabecear para o primeiro do jogo.
Aos 55 minutos, Aimar é impedido por trás por Nuno Silva de fazer o golo quando se encontrava com a baliza à sua mercê em clara oportunidade de golo. Expulsão e penalty mais que justos. Cardozo marcou mais um, sendo que aos 88 minutos bisou, numa excelente jogada começada e finalizada por si num cabeceamento perfeito.
Pelo meio, Ramires fez o seu quarto golo na Liga e ainda assistiu Maxi para o 4º do jogo. 2 golos resultantes de excelentes jogadas de entendimento colectivo da equipa encarnada.
No Leixões, jogadores a destacar do jogo de ontem... não há. Foram todos muito maus. No entanto, do que se tem visto no resto de campeonato já decorrido, as figuras da equipa esta época serão Pouga e o guarda-redes Diego. O avançado camaronês emprestado pelo Sevilha acabou por ser o patinho feio da equipa ontem, ao auto-expulsar-se logo aos 27 minutos, deixando assim o conjunto leixonense em grandes dificuldades.
Com a vitória da equipa assumidamente corrupta do Porto sobre o Sporting, num jogo em que mais uma vez foram claramente beneficiados, com claros prejuízos para os de Alvalade, contamos neste momento com mais 3 pontos que o Porto e mais 6 que o Sporting. Continuamos a 2 do Braga, que continua a ganhar e com estrelinha de campeão, mas que não vai manter esta forma durante muito mais tempo. Para a semana há digressão à capital do móvel, onde mais uma vez vamos encher um estádio da nossa liga e contribuir para uma enorme receita para um clube pequeno. Só a vitória interessa. Faltam 24 finais, rumo ao 32º título. Vamos acreditar todos nesse único objectivo.
Aqui ficam os golos do jogo de ontem:
ONZE PARA A TAÇA
Há 14 horas
2 comentários:
Entrou muito bem o Benfica e aos 5 minutos já tinha mandado uma bola ao poste, obrigado Diego a uma boa defesa e visto Saviola falhar uma boa oportunidade, talvez por isso, os jogadores do Leixões, começaram a dar fruta em tudo o que mexia, não cabendo outra coisa ao árbitro senão começar a mostrar os amarelos correspondentes e que em alguns casos poderiam ter outra cor, facto esse que foi tirando a fluídez de jogo ao Benfica.
Depois veio a expulsão de Pouga, após mais uma entrada violenta sobre Di Maria, um mártir na 1ª parte, qual saco de boxe e o Leixões perdia a sua única referência atacante.
Bela crónica, caro Bruno!
Do Leixões apenas há a destacar a sarrafada como profissão. De futebol não lhes ensinaram nada. O Zé do boné, disse aos seus jogadores.
"Não vejam a bola, vejam as canelas dos jogadores do Benfica que o árbitro, como tem sido nos anos anteriores, vai fechar os olhos e vai ser compreensivo".
Teve azar o Zé. O árbitro não só viu - e não viu tudo, nem penaltis - como não foi "compreensivo" para com os "meninos" (dois já trintões) do Zé!
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