E venha a Espanha! Como era o meu desejo secreto (ou não, visto que até já o tinha escrito aqui, no post do jogo com o Brasil), vamos defrontar os espanhóis nos oitavos-de-final. Os resultados de hoje assim o ditaram. Apesar de saber que vai ser um encontro extremamente difícil, acredito sinceramente que a nossa selecção pode bater a Roja. Basta acreditar (e basta também que Cristiano Ronaldo se lembre de que não joga sozinho). A Espanha não é nenhum bicho de 7 cabeças: a defesa não é a mais forte do Mundial (Puyol e Capdevila são bastante permeáveis, Sérgio Ramos é fácil de ser amarelado com um Cristiano Ronaldo ou mesmo um Simão em forma) e o ataque, apesar de um David Villa temível, pode ser bem anulado pelos nossos centrais (e defesa-esquerdo, já agora - que grande jogo fez o Fábio Coentrão hoje! Secou Maicon e Daniel Alves por completo e ainda os ultrapassou variadíssimas vezes). O ponto mais forte dos espanhóis é o meio-campo, mas acredito que Pedro Mendes, Raul Meireles e Tiago, se estiverem concentrados e ao seu nível, serão capazes de aguentar a tarefa. Depois é esperar que os atacantes marquem golos. Acredito sinceramente que podemos ultrapassar este obstáculo.
O jogo de hoje não foi propriamente o mais entusiasmante a que já assistimos neste Mundial. Apesar de algum querer por parte das duas equipas (mais Brasil na primeira parte, mais Portugal na segunda), ficou sempre a sensação de que ambas as equipas se contentariam com o empate, que convinha aos dois conjuntos (o Brasil passaria em primeiro, e Portugal também se apuraria). Portanto, não foi de estranhar o jogo a que assistimos. Ainda assim, sinal mais para algumas grandes exibições no nosso lado. Acima de todos, Fábio Coentrão. O melhor em campo, sem sombra de dúvidas, pelas razões já explicitadas em cima. Depois, também estiveram em bom plano os médios Raul Meireles, Tiago e depois o Pedro Mendes. A entrada de Simão para o lugar do deslocadíssimo Duda deu mais acutilância ofensiva à equipa. Os centrais estiveram irrepreensíveis. E depois, a exibição de Eduardo na baliza da nossa equipa foi, mais uma vez, portentosa. Sem dar muito nas vistas, como é seu apanágio, Eduardo vai batendo recordes atrás de recordes e é, actualmente, o melhor guarda-redes português, sem sombra de dúvidas. Palavras negativas apenas para Ricardo Costa (como é possível este jogador estar presente em 2 Mundiais, e muito menos a jogar a lateral-direito?) e Pepe, que mostrou claramente não estar ainda em condições de jogar a este nível. Espero que Pedro Mendes retome a titularidade contra a Espanha, se não o nosso meio-campo vai ter muitas dificuldades perante os médios espanhóis (e é se Pepe não acabar expulso antes do intervalo).
No Brasil, não houve um elemento que se destacasse mais que os outros. Maicon tentou umas arrancadas na primeira parte, mas foi literalmente engolido por Fábio Coentrão; Nilmar acabou por ser o elemento mais irrequieto, mas nem por isso criou grande perigo. O melhor brasileiro em campo talvez tenha sido o capitão Lúcio, o esteio da defesa do escrete. Acabou por impedir uns 2 golos de Portugal, se bem que nos descontos fez mão que podia muito bem ter dado penalty para nós. Teve sorte porque o árbitro não viu.
E assim avançámos mais uma vez para os oitavos-de-final de um Mundial (a terceira vez em 5 participações). Na minha opinião, estão atingidos os mínimos exigíveis a esta selecção. Apesar de termos chegado às meias-finais na última edição, é absolutamente irrealista estarmos a pedir que agora seja alcançado o mesmo patamar. Estar nos oitavos já é bom, mas acredito que podemos passar a Espanha (seria escrever uma página histórica para a nossa selecção). Se isso acontecer, creio que defrontaremos, nos quartos, o vencedor do Paraguai-Japão. E aí sim poderemos pensar em chegar às meias-finais. Para já, venha a Espanha. Se tivermos garra e vontade de vencer, quartos-de-final, aí vamos nós! Acreditem como eu acredito.
ONZE PARA A TAÇA
Há 14 horas
2 comentários:
Boas caro Sloml. Por acaso pensei que não falavas do Pepe, mas passaste por ele. Sim. Passaste tu e passaram quase todos os que jogaram contra nós hoje, que só com porrada é que ele os parava. Compreendo, pois o homem a nível e ritmo É ZERO. Zerinho. Nada. Demorava 2 ou 3 segundos a reagir a uma bola à sua disposição. Muito complicado. Ou seja, Pepe fica, Deco fica, Rubén chega e fica. Ficam os lesionados todos, menos o Nani. Tu que és jornalista ainda não ouviste nada sobre isso? Mesmo que «não oficial»? Era curioso saber-se a verdade.
Quanto ao jogo. Fraquinho, como contra a Costa do Marfim. Só depois de vermos que não levávamos uma série deles do Brasil é que tentámos ganhar, quando vimos que a Costa do Marfim não dava outros 7.
Aquele Coentrão é que me está a assutar. A jogar assim ainda sai pela cláusula e tudo... E, pese embora o valor, é mau para nós para esta época. Espero mesmo que fique. Se contra Maicons e afins se porta assim, este ano Jesus dá-lhe a ala toda só para ele. Faz de defesa e de extremo, que é quase o que fez hoje, pois Duda foi fraquinho, e só com Simão é que esteve mais ou menos protegido.
Eduardo esteve muito bem. Neste momento tenho que dar a mão à palmatória. Está a merecer. Queirós ainda não. Ainda tem que me mostrar muito para eu lhe dar razão e admitir que ele está certo. Vamos ver o que o futuro reserva.
Já agora, uma palavra para a Espanha/Chile. Prefiro também a Espanha. Para ser eliminados que sejamos por uma equipa de jeito, e não um Chile, por muito bem que joguem, que até nem achei assim tão bem (mau domínio e recepção de bola, a meu ver, mas garra).
Ficamos assim. Eles também não deveriam querer nenhum de nós, nem Brasil, nem Portugal. E no Euro 2004 Nuno Gomes voltou a calá-los mais uma vez... Siga a banda!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
A postura inicial foi muito defensiva, diria mesmo extremamente defensiva e injustificável face à ausência conhecida de Kaká.
A surpresa da ausência de Robinho fez Portugal perder 45 min. pois o Queiroz não foi capaz de prever um plano B para aplicar antes do intervalo.
Resultado acaba por ser justo mas fica a sensação que poderíamos ter feito mais.
Agora a Espanha, não é impossível mas precisamos do melhor Portugal.
Coentrão, de quase não convocado a estrela do Mundial e na selecção da 1ª fase.
Abraço.
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