Afinal, o meu feeling não estava certo e viemos mesmo para casa mais cedo. A verdade é que, com um seleccionador a sério, Portugal tinha todas as capacidades para conseguir derrotar esta Espanha. O problema é que temos um seleccionador muito, muito fraquinho. Medroso até à quinta casa, conservador no que respeita a todo e qualquer momento do jogo, deixou uma imagem terrível de Portugal no mundo. Os 7-0 à Coreia do Norte não fazem esquecer que não marcámos um único golo nos outros 3 jogos mais difíceis, tudo devido à táctica do ferrolho adoptado por Queiroz, que impediu a equipa de se libertar mais das amarras tácticas e procurar vencer os jogos. Sinceramente, nunca pensei ver Portugal jogar à lá Grécia de Otto Rehhagel, mas foi o que aconteceu neste Mundial. E justamente fomos eliminados mais cedo. Nem tudo foi mau: passámos a fase de grupos.
As primeiras surpresas (negativas) de Queiroz manifestaram-se logo no 11 inicial. Se frente ao Brasil se poderiam compreender as opções por Ricardo Costa e Pepe (experimentar o primeiro a lateral-direito e dar rodagem ao segundo), colocá-los a titulares no jogo mais decisivo do torneio só podia ser gozo. E se Ricardo Costa até foi cumprindo na primeira parte, a opção em Pepe revelou-se desastrada logo desde o início. Das surpresas, Queiroz acertou apenas numa: a titularidade de Hugo Almeida. O avançado do Werder Bremen fez um excelente trabalho a segurar os defesas espanhóis e a desgastá-los. No entanto, isso só não chegava para marcar golos. Era preciso arriscar um pouco no ataque, fazendo Simão e Ronaldo apoiarem mais o ponta-de-lança e inclusive Tiago e Meireles aparecerem mais na frente. O golpe de misericórdia de Queiroz, esse veio na segunda parte, com as substituições. Aí, o seleccionador mostrou toda a sua (pouca) qualidade. Ao retirar Hugo Almeida para pôr Danny, Queiroz mostrou aos espanhóis que estava cheio de medo e que iria, de facto, jogar para o empate, arriscando o menos possível. Com esta alteração deixámos de ter um ponta-de-lança a sério, um avançado fixo que impunha respeito à defesa espanhola, o que fez com que a Espanha se lançasse decididamente ao ataque. E foi assim que chegou ao golo, por intermédio do melhor jogador em campo, David Villa, que mesmo a jogar a extremo-esquerdo mostrou toda a sua qualidade. No golo, aproveitou a falha de marcação de Ricardo Costa. O killer instinct já todos sabemos que ele tem.
A correr atrás do prejuízo, lá teve de fazer entrar Liedson. O problema é que, para além de não termos mais nenhum avançado no banco, ainda tivemos de gastar uma alteração (entrada de Pedro Mendes) devido à terrível condição física de Pepe. Basicamente, fomos a segunda selecção do Mundial que, a precisar de vencer, fez uma troca defensiva. A outra foi a Grécia frente à Argentina (a 20 minutos do fim perdia 1-0 e só precisava de empatar o jogo; trocou de defesas-esquerdos e continuou no seu 5-4-1, com... 2 pontas-de-lança no banco...). E assim, em vez de partirmos para cima da Espanha, como devia ter acontecido, mantivemo-nos à defesa, a jogar no erro do adversário. O que obviamente não resultou. A Espanha não é a Coreia do Norte, é "apenas" a campeã europeia em título. E assim viemos embora, sem glória e com a honra um pouco em baixo, diga-se, porque marcar golos apenas num jogo (ainda que 7) em quatro possíveis não é nada abonatório. É certo que também só sofremos 1, mas sofremos no único jogo em que não podíamos mesmo sofrer, e talvez no encontro em que Eduardo menos merecia (foi o melhor em campo hoje e o segundo melhor da selecção, só batido por Fábio Coentrão, que se revelou ao mundo como um soberbo lateral-esquerdo). Só mais um aparte: a manutenção de Cristiano Ronaldo como capitão de Portugal e como o marcador oficial de todo e qualquer livre que a selecção conquiste prova a falta de coluna vertebral de Queiroz.
Posto isto, apraz-me dizer que gostaria, sinceramente, que tivéssemos outro treinador na qualificação para o Euro 2012, caso contrário vamos ter de levar com mais do mesmo na fase de apuramento (vá lá que para o Euro são apurados os 2 primeiros do grupo) e o pior será quando chegarmos ao Europeu. Mais uma vez ficar-nos-emos apenas pelos serviços mínimos. É pena, porque tínhamos matéria-prima para mais. Tanto nos jogadores que ficaram em Portugal e mereciam ter sido convocados, como nos que foram e jogaram menos do que mereciam. Um elemento positivo: Deco não vai voltar a vestir a camisola da selecção. Já vem com 7 anos de atraso.
O golo do jogo aqui:
ONZE PARA A TAÇA
Há 13 horas
2 comentários:
O pior SLOML, é que vamos ter de continuar a levar com ele pelo menos até ao próximo Euro.
Boas. Concordo com o Manuel... Lá vamos levar com o javardo, avençado dos azuis e verdes, que lhes leva lá jogadores para os valorizar...
É um camelo, a bem dizer, aquele Queirós.
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
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