Estamos quase no fim desta análise ao plantel do Sport Lisboa e Benfica nesta época, mas ainda faltam alguns jogadores. O de hoje, e depois dos já analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola e Cardozo, é o avançado brasileiro Weldon.
Weldon chegou ao Benfica já com a pré-época em andamento, a pedido expresso do treinador Jorge Jesus, que já tinha sido muito feliz com os seus golos em 2007/08, então no Belenenses. Custou apenas 180 mil euros ao clube, num dos negócios mais vantajosos dos últimos anos na Luz. Era visto como um avançado útil, muito veloz e razoavelmente tecnicista. Uma espécie de irmão gémeo de Suazo, mas com menos nome e, acima de tudo, muito mais barato. À partida, não parecia ter muitas hipóteses de singrar, dada a forte concorrência (Saviola, Cardozo, Nuno Gomes, Keirrison e ainda Mantorras). A seu favor tinha o facto de ter sido contratado pela vontade do técnico. A verdade é que cedo deu razão ao pedido de Jesus. Começou logo a marcar na pré-época e prolongou essa fome de golos para os primeiros jogos oficiais da temporada. Na primeira jornada, na recepção ao Marítimo, o Benfica massacrou mas esteve a perder até aos 86 minutos. Aí, surgiu Weldon a empatar, impedindo a derrota e reduzindo a frustração dos adeptos ao mínimo. Dias depois, o mesmo cenário. O brasileiro marcou apenas dois minutos depois de entrar em campo e já se perfilava como um dos melhores marcadores dos encarnados na época. No entanto, o azar bateu-lhe à porta e após esse jogo, só voltou à equipa quase um mês depois. Devido à falta de ritmo decorrente do facto de jogar poucos minutos (dada a fantástica época que Saviola e Cardozo vinham a fazer), Weldon acabou por perder destaque e influência na equipa, passando a fazer apenas aparições residuais na maior parte da época.
Mas tudo mudou na jornada 25. Sem que nada o fizesse prever, Jesus deu a titularidade ao brasileiro na visita à Figueira da Foz, relegando Éder Luís e Nuno Gomes para o banco (e com Saviola lesionado). Aos 12 minutos, o Benfica já perdia por 2-0 e parece que esta aparição de Weldon ia redundar em mais um fracasso. Puro engano. O brasileiro marcou dois golos em 3 minutos, empatando o jogo com apenas 19 minutos jogados, o que deu ainda muita margem de manobra à equipa para conseguir virar o resultado por completo (acabou por vencer por 4-2). Nova lesão tirou o jogador da malfadada visita a Liverpool, mas acabaria por ser aposta novamente na visita à Académica. Em boa hora, pois voltou a fazer 2 golos na primeira parte, contribuindo decisivamente para a vitória do Benfica por 3-2. Com a recuperação de Saviola, Weldon acabou por voltar a perder o lugar nos últimos jogos da época, mas o seu contributo para o triunfo encsrnado no campeonato já estava dado. Terminou a época com 19 jogos efectuados (12 no campeonato, 4 na Liga Europa, 2 na Taça de Portugal e 1 na Taça da Liga) e 6 golos marcados (5 no campeonato e 1 na Liga Europa), cotando-se como um dos melhores marcadores do Benfica na temporada.
Foi, portanto, uma aposta bem ganha de Jorge Jesus. Weldon não teve um rendimento minimamente constante, houve vários jogos da época em que fez exibições absolutamente desastradas (caso da recepção ao Belenenses, em que entrou ao intervalo e fez uma 2ª parte rídicula - na altura vaticinei-lhe o fim da sua estadia no Benfica, admito), mas acabou por ser absolutamente fulcral na conquista deste título. À conta dos seus golos, o Benfica conseguiu directamente... cinco pontos, precisamente a vantagem final dos encarnados sobre o Braga. Portanto, os 180 mil euros gastos na compra de Weldon acabaram por ser o negócio mais rentável da temporada para o Benfica. Ainda assim, e agradecendo tudo o que deu ao Benfica (que foi muito, como já vimos), continuo a considerar que Weldon não tem valor para jogar no Benfica. É um elemento útil, mas pouco mais. No entanto, se o objectivo de ganhar a Liga dos Campeões se tornar mesmo real, e tendo em conta que ainda haverá o campeonato, a Taça de Portugal e a Taça da Liga para ganhar, porventura até seria bom mantê-lo no plantel, pois poderá ser útil para, por exemplo, os jogos da Taça de Portugal e da Liga, além das visitas a campos como o da Figueira da Foz e de Coimbra para o campeonato, onde poderia ser fulcral, tal como foi este ano. Talvez ainda possa ser muito útil por isso. De qualquer forma, a minha opinião inicial mantém-se: acho que Weldon não tem o valor suficiente para actuar nesta equipa (e já não vai para novo). Se aparecesse uma oferta de, por exemplo, 2 ou 2,5 milhões de euros, eu vendia-o na hora. Fazíamos um lucro brutal com este jogador, tanto em termos desportivos como financeiros. Mas se ficar, desejo-lhe tudo de bom, se possível que seja ainda mais decisivo do que o foi este ano.
E os leitores, que pensam do avançado brasileiro?
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