quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

JVP



Olhanense-Benfica
1 - Este jogo valia tantos pontos como o Benfica-FC Porto
O Benfica entrou mal no jogo, apático, sem dinâmica, com dificuldades em ligar o jogo, sentindo demasiado a falta de Aimar. Nunca conseguiu estabilizar o seu futebol. Numa altura em que toda a gente já fala no Benfica-FC Porto, esse jogo deveria funcionar como motivação extra, mas não foi isso que se viu. O jogo de ontem valia tantos pontos como o que há-de ser disputado com o FC Porto. Tenho dificuldade em perceber a apatia e a falta de soluções. Esta época, essa não é uma marca do Benfica, que só em Guimarães teve uma actuação parecida e acabou por marcar no tempo de compensação, só que dessa vez ganhou.


2 - A defender à zona é preciso atacar a bola
Apesar de ter jogadores altos e que jogam bem de cabeça, o Benfica sofreu dois golos de bola parada em erros flagrantes. Quando se defende à zona é preciso atacar a bola e não ficar à espera que o colega resolva. Foram assim os golos do Olhanense. Curiosamente, também foi de bola parada que o Benfica marcou, com a particularidade de se saber que o Saviola está sempre à espera do erro do adversário e normalmente coloca-se naquela zona.


3 - Solidariedade olhanense
Na primeira parte, depois de ter sofrido o golo do empate e de ter perdido Djalmir (expulso), pensou-se que o Olhanense acabaria por ser dominado pelo Benfica, pois conhecem-se-lhe de jogos anteriores algumas dificuldades defensivas, mas a solidariedade demonstrada pela equipa, que jogou em 4x1x4, permitiu-lhe suster as tentativas de avanço visitantes. É certo que do outro lado havia muito pouco Benfica para candidato ao título, mas depois da expulsão de Di María o Olhanense repôs o equilíbrio. Havia mais espaços, mas apesar de ter mais iniciativa o Benfica continuava desinspirado e desligado, mesmo com Javi García a subir no terreno e David Luiz a fazer de médio. Ao contrário, o Olhanense criava contra-ataques perigosos e bem organizados, de que a última jogada do desafio foi um espelho fiel. Mesmo em cima da hora e tendo acabado de sofrer o empate já em tempo de compensação, a equipa da casa fez um contra-ataque perfeito e só não ganha devido à falta de experiência de Tengarrinha em lances deste género (estava isolado e tropeçou antes de chutar). Neste particular da experiência deixo também um reparo a Ukra e castro. São dois jogadores talentosos e dotados tecnicamente, mas por vezes exageram no individualismo em zonas em que isso é desaconselhável. Há zonas do campo que são perigosas e eles têm de ter consciência disso.


4 - Jesus arriscou tudo
O Benfica só nos últimos minutos conseguiu criar algumas oportunidades de golo, quando já tinha em campo a artilharia toda. Porque se há coisa que se pode afirmar é que Jorge Jesus arriscou tudo para ganhar. Veja-se até nas opções que tomou. Poderá aparecer quem o critique por, depois de ter ficado sem o Di María para o jogo com o FC Porto ter tirado o César Peixoto e deixado em campo Coentrão, que estava em risco de ver o quinto amarelo, como aconteceu. Mas creio que fez bem, há momentos em que é preciso arriscar. Jesus entendeu que neste jogo precisa da velocidade e da dinâmica que ele imprime à equipa e deixou-o em campo. A seguir pensa no próximo jogo. Já agora, vai ter de pensar no FC Porto sem uma série de jogadores importantes.

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