Hoje, depois dos guarda-redes e dos laterais-direitos, temos o primeiro dos defesas centrais da equipa, e logo o patrão da defesa encarnada: Luisão.
Luisão chegou ao Benfica já com a época 2003/04 a decorrer. Curiosamente, marcou um golo logo na estreia, no empate a 3 bolas com o Belenenses. Os seus concorrentes à titularidade eram de peso: os portugueses Hélder (capitão de equipa) e Ricardo Rocha, mais o internacional brasileiro Argel, muito querido pelos adeptos devido à garra com que se empenhava a cada lance. Ainda teve de lutar pelo lugar no 11 e no coração dos adeptos, que o olhavam com desconfiança pela pouca capacidade técnica e alguns erros cometidos, próprios da inexperiência fora do Brasil (e já agora, também da idade com que cá chegou: apenas 22 anos). Acabou a primeira época com 15 jogos e 3 golos na Liga e uma taça de Portugal ganha.
Na época seguinte, Luisão ganhou de vez a titularidade. Com a saída de Hélder e o declinar de Argel, o Girafa ganhou lugar no 11 ao lado de Ricardo Rocha. Os outros concorrentes ao lugar (Alcides e Amoreirinha) eram muito jovens e inexperientes e nunca constituíram verdadeira ameaça na luta pela titularidade, o mesmo se aplicando a André Luiz, reforço de Inverno que fez apenas um jogo. Luisão foi uma das pedras-chave na conquista do campeonato, marcando inclusive o golo designado por muitos como golo do título, na penúltima jornada, a Ricardo, do Sporting. Luisão terminou a época com 29 jogos e 2 golos marcados no campeonato.
Nova época, mesmo patrão da defesa. As saídas de Amoreirinha, Argel e André Luiz foram colmatadas por outro internacional brasileiro, Anderson, mas nem assim Luisão perdeu o lugar, entretanto já cimentado pela boa relação com os adeptos encarnados, que o viam como um elemento essencial na coesão do balneário. A época não foi famosa a nível interno, pois o Benfica, campeão em título, ganhou apenas a supertaça, mas fez boa figura na Liga dos Campeões, chegando aos quartos-de-final, onde foi batido pelo que viria a ser o campeão europeu, o Barcelona, depois de ter eliminado o Liverpool, então campeão europeu, em dois jogos épicos. À vitória por 1-0 na Luz, conseguida com golo de... Luisão, os encarnados juntaram novo triunfo, dessa feita por 2-0, em Liverpool. No final da época, os números de Luisão foram ainda melhores que na época anterior: 31 jogos e 1 golo.
Nova época, novo treinador, defesa... na mesma. Os centrais mantiveram-se para esta época, sempre com Luisão a comandar, até que Ricardo Rocha saiu em Janeiro. A sua venda foi colmatada pela aquisição de David Luiz, que haveria de se estrear a titular precisamente devido a lesão de Luisão, que o colocou de fora dos relvados alguns meses. O internacional brasileiro acabou, por isso, por fazer apenas 17 jogos em toda a temporada, marcando 2 golos. Ainda assim, foi ganhando estatuto no plantel e entrou pela primeira vez na hierarquia dos capitães, atrás de Simão, Nuno Gomes e Petit.
2007/08: época conturbadíssima, com entradas e saídas em barda, também no centro da defesa. Alcides e Anderson abandonaram o clube, chegando para os seus lugares Edcarlos e Zoro (sendo que Miguel Vítor ainda actuou em alguns jogos logo no início da época, devido a lesões de Luisão e David Luiz). Luisão, como já foi referido, começou a época lesionado e realizou apenas mais dois jogos que na temporada anterior, tendo marcado mais um golo, numa época em que fez duplas com Edcarlos, David Luiz e ainda Zoro, mas onde esteve francamente desinspirado. Talvez a sua época menos conseguida desde que está na Luz (e a do Benfica também).
Com a chegada de Quique, chegou também novo central brasileiro, Sidnei, e sairam Edcarlos e Zoro, tendo ainda Miguel Vítor subido à principal equipa. Luisão, apesar de continuar a ser fustigado por lesões, conseguiu regressar paulatinamente às exibições de anteriormente e voltou a assumir o comando da defesa encarnada, nos 21 jogos em que participou. Apontou ainda dois golos, vencendo a taça da Liga.
Para esta época, nova mudança de treinador, mas os mesmos centrais, o que pode ajudar a compreender as melhorias que se verificam no Benfica actual, também ao nível da defesa. Luisão tem feito uma dupla quase intransponível com David Luiz, tendo falhado apenas um jogo no campeonato, na deslocação ao terreno do Sporting. Apontou ainda um golo, na goleada ao Vitória de Setúbal. Apesar de ser oficialmente o sub-capitão do plantel, acaba por desempenhar esse papel na maior parte dos jogos, devido à perda de titularidade do titular desse estatuto, Nuno Gomes.
Não tenho uma opinião definitiva formada acerca de Luisão. Ou talvez até tenha. Confesso que nunca fui muito adepto do futebol do central brasileiro. Não via nele um líder, um patrão da defesa, alguém que fosse capaz de pôr ordem na casa, ou seja, não via nele qualidade suficiente para ser o mandão da defesa nem do balneário (muito menos capitão). Esta época tem-me feito ver as coisas de outra forma. Luisão parece-me agora mais maduro, mais líder, mais de confiança. Em rigor, parece-me mais jogador. O que é bom sinal. Se me conseguiu convencer, é porque melhorou mesmo em relação ao passado. Assim espero que continue toda a época, que seja campeão com o Benfica e ganhe a Liga Europa e que faça um brilharete no Mundial. Seria sinal que um jogador do Benfica seria titular do Brasil no Mundial, o que é excelente. Estou a torcer por ele em todos os parâmetros.
E os leitores?
Regresso...
Há 33 minutos
1 comentário:
A sua liderança é imprescindível ao Benfica, acho que este é o melhor elogioque lhe posso fazer.
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