terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Rio Ave 1 - 2 Benfica - 3ª Jornada Taça da Liga 09/10

E tudo voltou a ser como dantes. Ou seja, o Benfica voltou a apresentar um futebol mais consentâneo com o que fez durante a primeira fase da época, embora sem ser o rolo compressor que goleava em todos os campos, e a arbitragem voltou a ser prejudicial, mas a equipa foi superior e venceu, com toda a justiça, um jogo difícil, num campo muito complicado por natureza, e ainda mais este ano, em que o Rio Ave se tem exibido a um plano muito bom, como ainda há poucas semanas pudemos ver quando os defrontámos para o campeonato. Aí, só Saviola fez tremer a rede. Desta vez, Carlos Martins e Di María merecem os louros. Mas talvez não sejam os únicos...



A figura do jogo foi Cardozo. O paraguaio, apesar do golo marcado de penalty ao Marítimo, anda arredado dos golos desde a recepção à Académica, em que conseguiu um hat-trick, mas parece ter ganho mais maturidade e inteligência a nível táctico. Em Vila do Conde, num jogo em que a dupla argentina Aimar-Saviola não existiu, foi o paraguaio o armador de jogo da equipa. Depois de uma primeira parte que nada deu de relevante ao jogo, na segunda o Benfica entrou de rompante, à semelhança do que havia acontecido no jogo para o campeonato, com vontade de arrumar as contas do encontro e do grupo. E marcou logo aos 49 minutos, por intermédio de Carlos Martins, a passe de Cardozo. Foi um grande golo do médio português, mais um. Carlos Martins é um belíssimo jogador, que só peca por ser tão inconstante. Tinha potencial para ser dos melhores médios portugueses, mas psicologicamente tem muitas falhas. É pena.



Depois veio o lance que me pôs fora de mim. Eu sei que não foi falta, David Luiz faz um corte limpíssimo, mas a verdade é que só há uma palavra que possa descrever aquela acção naquele momento: burrice. Sabendo da pressão que existe actualmente em cima dos árbitros para os jogos do Benfica, sabendo da pressão que existe sobre ele próprio e a (pseudo) dureza a mais que utiliza nalguns lances, sabendo que há uma campanha a dizer que o Benfica é beneficiadíssimo na taça da Liga, e, já agora, vendo o lance com olhos de ver, era óbvio que nunca poderia entrar daquela maneira àquela bola, não só porque o lance não era de grande perigo (Bruno Gama encaminhava-se para a linha de fundo) mas porque era mais que óbvio que o árbitro ia marcar penalty. Só um jogador que não pensa é que vai cometer uma infantilidade daquelas. Mas, que se há-de fazer? Bruno Gama lá marcou o golo e o Benfica teve de voltar a fazer pela vida. E fez. Em mais um lance magistral de Cardozo (passe fenomenal), Di María fica isolado na cara de Mora e, desta feita, resolve a jogada com muita classe, ele que tantas vezes falha no momento do remate. Aqui não falhou e fez o resultado final do encontro, não sem que antes de terminar, Kardec não tivesse dado um ar da sua graça, com dois remates ao poste na mesma jogada a mostrar que pode ser melhor alternativa a Cardozo que Keirrison. A ver vamos.



No Rio Ave, o melhor elemento foi, de longe, Bruno Gama. Não me parece que seja jogador para um grande (talvez por isso não tenha singrado no Porto, onde, depois de sucessivos empréstimos, foi dispensado), mas, para uma equipa que lute pela Europa, é um belíssimo extremo. Foi o elemento mais esclarecido dos vila-condenses, apesar de Vítor Gomes também ser um excelente jogador.



E assim, sem espinhas, o Benfica garantiu a passagem à fase seguinte da taça da Liga, competição onde é o detentor do troféu. Foi pena não ter conseguido marcar apenas mais um golo, que faria com que fosse o segundo melhor primeiro classificado dos grupos, em vez do Porto, mas a falta de sorte de Kardec e a arbitragem desastrosa não o permitiram. Além do penalty mal assinalado a David Luiz, Cosme Machado não viu uma mão clamorosa de Gaspar na área do Rio Ave nem um derrube a Maxi Pereira, um em cada parte. Mas, apesar disso, o que importa é que o Benfica venceu e continua a convencer, prometendo uma continuação de época muito boa em todas as frentes. Agora, poderá ter de ir aos terrenos de Sporting ou Porto, tendo ainda a hipótese de receber a Académica. Qualquer dos jogos será para vencer, de modo a repetir a presença na final da competição. Confesso que, apesar de por um lado preferir defrontar a Académica na Luz (tarefa mais facilitada), por outro lado teria um gostinho especial em ir a Alvalade ou ao Norte vencer uma dessas duas equipas e apanhar a outra na final. Até podia não ser esse o desfecho, mas quero acreditar que vai ser. Se puder ser no Dragão, melhor ainda. Para os deixar fora da final mais uma vez. Até lá, esperemos o que o sorteio nos reserva. Venha quem vier, o Benfica terá de vencer. A história gloriosa do clube assim o obriga.

O resumo do jogo aqui:

1 comentário:

Cantinho do Morais disse...

caro sloml,

muito obrigado por ter respondido à minha questão, relativamente ao blog onde viu o meu post. já lá fui.

um grande abraço e aqui estaremos para debater, sempre, com grande responsabilidade e sentido crítico.