segunda-feira, 5 de julho de 2010

Grandes declarações do capitão


«Benfica é uma paixão que se entranha no corpo e não se consegue explicar»

- Chegou ao Benfica em 1997. Ainda se recorda desse momento, passado tanto tempo? O que sentiu?
- Sim, lembro-me perfeitamente. Foi dos momentos mais marcantes da minha carreira porque foi o concretizar de um sonho que passava por jogar no Benfica e dar o salto para um clube grande, depois de ter feito praticamente toda a formação no Boavista, que representei também os seniores. Tal como todos os jovens deste País que jogam em clubes mais pequenos do que os chamados três grandes, ambicionava melhor para a minha carreira e assim aconteceu.

- Certamente não imaginava é que passaria onze anos no Benfica. Inicia agora o 12.º...
- Quando vamos para um clube nunca fazemos grandes projecções em relação ao futuro. E hoje em dia isso ainda acontece mais do que naquela altura, pois num dia estamos num clube e no dia seguinte estamos noutro. Quando cheguei ao Benfica o meu objectivo era cumprir o contrato que tinha, ficar o máximo de tempo possível porque vir para o Benfica significava muito. Para mim era chegar ao topo. Mas não imaginava ficar tanto tempo, nem sair e voltar. O futebol é o momento.

- Sente-se hoje um símbolo do Benfica?
- Talvez me possa sentir uma referência pelos anos que levo de casa, mas infelizmente não conquistei assim tantos títulos como gostaria. Quando falamos em referências do Benfica vêm à cabeça nomes como Eusébio, Coluna, Humberto Coelho, Nené, Chalana, Bento, Shéu, Pietra, Carlos Manuel... Podia continuar a citar nomes de jogadores cujos currículos têm uma grande diferença com o meu em termos de títulos conquistados. Mas também é um facto que os tempos eram outros, o Benfica dominava praticamente a cem por cento a nível nacional e quando cheguei o clube atravessava um mau momento. Dizer que sou uma referência olhando para esses nomes, parece... [risos]

- Está a ser humilde, toda a gente concorda que é uma referência. De que forma lida com isso, dentro e fora do campo?
- É algo que eu noto nos adeptos, pelo carinho deles, e nos meus companheiros, pelo respeito que me têm por ser um dos jogadores mais antigos da casa. Procuro, ao mesmo tempo, transmitir tudo o que me foi passado.
- O quê?
- O sentimento que um jogador deve ter por este clube. Depois de estar ao seu serviço durante muito tempo, não é possível explicar. É uma paixão que se entranha no corpo e que é difícil de explicar, de colocar em palavras. Quem chega fica impressionado por ver benfiquistas espalhados pelo País, pelo mundo fora. Este é de facto um clube único. Para os novos jogadores, que se calhar não conheciam tão bem o Benfica como pensavam, há que transmitir o que é este clube, a sua verdadeira dimensão.

Nuno Gomes, in A Bola

2 comentários:

Manuel Oliveira disse...

Entranha-se e de que maneira! Até dá arrepios quando se ouve o hino do Benfica com o estádio cheio.
Grande Nuno, parabéns!
Abraço.

Bimbosfera disse...

É um senhor... Já hoje li por aí, uns têm Moutinhos, outros têm Nunos...
Já agora, parabéns ao Nuno pelo novo rebento, Nuno Maria de seu nome, e ao que parece, Nuno por parte da mãe, Maria por parte do pai, ehehehheeh!
Tirando o gozo... Grande capitão! Parabéns Nuno!

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com