terça-feira, 6 de julho de 2010

O nosso plantel XXIX - Éder Luís

Cada vez mais perto do fim da análise aos jogadores que compuseram "O nosso plantel" em 2009/10, e depois dos já analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes, Mantorras e Airton, chegamos hoje ao primeiro dos avançados brasileiros contratados em Janeiro: o "Chico Bento" Éder Luís.


Éder Luís chegou ao Benfica como o reforço que mais rapidamente se imporia na equipa. Devido à idade (24 anos) mas principalmente à experiência que já detinha (já tinha sido campeão pelo São Paulo em 2008, com o qual disputou a Taça dos Libertadores - Liga dos Campeões da América do Sul). Estes factos, a juntar à boa reputação que tinha no Atlético de Mineiro, pareciam ser garante de sucesso do avançado brasileiro no Benfica, onde teria a missão de ser o substituto de Saviola sempre que necessário. Foi, de resto, o primeiro reforço a ser inscrito e também o primeiro a jogar oficialmente com a camisola das águias.


No entanto, o jogador brasileiro nunca conseguiu demonstrar em Portugal as qualidades por que era conhecido no seu país. Estreou-se em Guimarães, para a Taça da Liga, num terreno quase impróprio para a prática do futebol. Não deu nas vistas, mas naquelas condições ninguém lho exigia. Foi tendo depois oportunidades nas segundas partes dos 5 jogos seguintes, até que Jorge Jesus lhe concedeu a titularidade em Alvalade, nas meias-finais da Taça da Liga. Éder Luís não aproveitou a oportunidade, mas continuou a merecer a confiança do técnico, que não hesitou em colocá-lo novamente a titular na visita ao terreno do Leixões, e curiosamente para jogar a 10, posição em que não se sentiria, à partida, muito à vontade. Acabou por ser nesse dia, contudo, que o brasileiro marcou o seu único golo oficial com a camisola encarnada, num remate de longe que bateu num central leixonense antes de entrar na baliza. Mas nem nisso o avançado teve sorte: é que esse revelou-se o dia de glória de... Di María, em que o argentino apontou 4 golos (só 3 é que contaram). Curiosamente, depois desse jogo Éder Luís só voltou a jogar 3 vezes, uma delas a titular e novamente frente ao Sporting, desta feita na Luz (e mais uma vez não deu resultado, tendo saído ao intervalo para dar lugar a Aimar, que acabaria por virar por completo o rumo do encontro). O avançado brasileiro voltou a jogar na última jornada, entrando ao intervalo mas novamente sem deslumbrar. Acabou por cumprir 10 jogos pelos encarnados: 6 (e um golo) no campeonato, 3 na Taça da Liga e uma única aparição (em que jogou apenas 2 minutos, em casa frente ao Marselha) na Liga Europa.


Esta contratação não me encheu nunca as medidas. Desconhecia por completo o jogador (embora tivesse boa reputação no Brasil), pelo que esperei para ver as suas exibições de águia ao peito na esperança de ser surpreendido pela sua qualidade. Não fui. Éder Luís, de todas as vezes que jogou, não mostrou nada de novo (e nada que muitos outros não fossem capazes de fazer, com destaque para muitos portugueses e, porque não, até o nosso Nélson Oliveira). Embarcando um pouco na onda dos muitos adeptos que pedem uma equipa mais portuguesa (e eu até nem sou muito "fanático" dessa teoria), penso que muitas vezes mais vale contratar jogadores em Portugal (muitas vezes há-os nas divisões secundárias com muita qualidade) do que dar milhões por estrangeiros que até podem ter qualidade (Éder Luís tem-na, não tenho dúvidas) mas que nem sempre se adaptam na perfeição a novas realidades. Isto já para não falar na componente mental de cada um, que como Jesus disse na entrevista à Bola, é impossível de conhecer na visualização do jogador a jogar no Brasil. De resto, depois dessas declarações do nosso treinador, fiquei com a clara certeza de que Éder Luís não iria contar nesta nova época, razão pela qual não me espantou minimamente o seu empréstimo ao Vasco da Gama. Aliás, não querendo parecer pessimista ou adivinho, não me parece que o jogador volte a vestir a camisola do Benfica. No entanto, reconheço que pode ter qualidade e espero que, caso um dia volte à Luz, tenha um papel mais activo no plantel, de modo a ficar no coração dos adeptos. Títulos já conquistou (2), coisa que muitos nunca conseguiram no nosso clube.

Qual a opinião dos leitores?

4 comentários:

Éter disse...

A prova que Jesus também se espalha ao comprido. Felizmente espalha-se muito pouco.

Bimbosfera disse...

No geral concordo... Mas nessa entrevista o próprio Jesus admitiu que nunca o pôs a jogar na posição dele, segundo avançado, daí que também haja que ressalvar isso... Podia não contar esta época, mas até é capaz de ter vindo para não colocar muita pressão nos outros dois, Kardec e Airton, e se sim, valeu bem o dinheiro, pois os outros, como já referiste no caso do Airton, que já vinha com o rótulo de "distribuidor de fruta" passou calmamente ao lado disso tudo entrando sempre muito bem em jogo e na equipa.

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com

sloml disse...

Márcio, o Éder Luís chegou a jogar várias vezes como segundo avançado, ao lado do Kardec ou mesmo do Cardozo. Também jogou outras a 10 ou mesmo a ala, é verdade, mas muitas foram como segundo avançado.

Bimbosfera disse...

Olá de novo. Sloml, só disse o que o Jesus disse na entrevista à Bola. Ele admitiu que nunca o pôs a jogar na sua melhor posição. Eu creio que ele disse segundo avançado, e o que Jesus entende por segundo avançado é capaz de ser diferente do que eu e tu entendemos pelo memso...
Posso estar enganado na posição, creio que era essa, mas seja qualq for, JJ disse que nunca o pôs na posição dele. É na entrevista em vídeo à bola, pós-vitória no campeonato. Só por isso é que defendo que será um pouco diferente do que achamos.

Abraço

Márcio Guerra