Rio Ave - Benfica
1 - Saviola merece ser feliz
Num jogo em que tudo mudou ao intervalo, há que salientar a justiça da vitória do Benfica. Mais uma vez num jogo complicado, a equipa de Jesus marcou na sequência de um lance de bola parada, com a particularidade de ter acontecido numa recarga. Saviola marcou num lance de execução difícil, porque a bola bateu no chão. Só a experiência e a qualidade de Saviola fizeram com que a bola não subisse. Atravessa um momento feliz e merecido na sua carreira.
2 - Bloqueios do Rio Ave resultam em equilíbrio
O equilíbrio registado na primeira parte, embora o Benfica tivesse mais posse de bola e mais iniciativa, deveu-se em grande parte à postura do Rio Ave, que bloqueou os laterais benfiquistas e preencheu bem os espaços. Como Di María não esteve em noite inspirada, foram notórios os problemas na construção do jogo ofensivo do Benfica. A equipa esbarrava na organização do adversário e não tinha ideias para criar lances de perigo. Daí não se estranhar que, embora num roubo de bola, a oportunidade de golo mais perigosa da primeira parte tenha pertencido à equipa da casa, mas Sidnei não foi feliz no remate. Há, no entanto, que deixar bem claro que a organização do Rio Ave e o bom preenchimento dos espaços que fazia não são sinónimos de jogo fechado. Pelo contrário, a turma de Vila do Conde mostrou sempre grande atrevimento e vontade de lutar pelos três pontos.
3 - Gerir longe da área
O golo do Benfica, logo a abrir a segunda parte, mudou completamente a partida. A equipa da Luz entrou muito forte, com outra atitude, mais velocidade, maior agressividade e a não permitir que o tempo passasse em vão. Rapidamente ganhou um canto que resultou num golo motivador, pois os benfiquistas continuaram à procura de situações para fazer o segundo, tendo aproveitado um certo período de algum desânimo do Rio Ave. Cardozo e Carlos Martins poderiam ter marcado, mas a nota de maior realce nesse período foi ter conseguido defender longe da área. O Rio Ave, quando reagiu, dispôs apenas de uns cinco minutos de supremacia - Adriano podia ter marcado -, fazendo um futebol flanqueado pela direita, por acção de Bruno Gama. Mas rapidamente o Benfica reassumiu o controlo e geriu a vantagem com segurança.
4 -Cardozo tem de trabalhar pé direito
Num jogo difícil, daqueles que podem vir a revelar-se decisivos para os objectivos do Benfica, Cardozo dispôs de duas situações de remate que esbanjou porque a bola lhe foi parar ao pé direito. Para bem dele e dos clubes que representar, deveria trabalhar e melhorar a eficácia do pé direito. Em jogos de poucas oportunidades, um ponta-de-lança tem de ser capaz de decidir e a verdade é que Cardozo tem desperdiçado muitas ocasiões quando a bola não vai para o pé esquerdo.
5 - Justiça para Aimar é injusta para Carlos Martins
Num jogo em que Saviola se destacou pelo golo, pela inteligência e pela forma como entende o jogo, criando desequilíbrios em pouco espaço, vou abrir espaço para comentar uma substituição. Do ponto de vista das individualidades, foi justa a entrada de Aimar, pelo que tem feito ao longo da temporada e até pela forma como pegou logo no jogo e mostrou a qualidade do seu futebol, mas foi injusta a substituição de Carlos Martins, porque estava a jogar bem, porque joga sempre bem quando é chamado, seja a titular ou a sair do banco, porque tem boa atitude e porque às vezes consegue uma coisa que é dificílima: fazer esquecer Aimar.
1 comentário:
Era isto que devia ser debatido naqueles dias seguintes da trampa que assolararam as nossas televisões, é por isso que apenas vejo na RTPN o João e o Freitas Lobo, porque esses falam de futebol.
Aliás, soube em primeira mão, que há uma praga, a maior deste século que está a assolar o país, vê tudo em A Catedral do Desporto
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