quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sporting 1 - 4 Benfica - Meias-finais Taça da Liga 09/10

Confesso que não esperava este desfecho. Achava que o Sporting iria dar tudo para não perder, e estava até um pouco preocupado com esse facto, admito. Mas a verdade é que só a vontade não chega, e este Sporting mostrou que tem pouco mais que isso. Além de Pedro Mendes, Liedson e, a espaços, João Pereira, Miguel Veloso e Izmailov, este Sporting é uma equipa banal. E é com pena que o digo, pois desde sempre vi o Sporting como um rival, mas um rival leal, não um rival como o Porto, com um crescimento sustentado no que todos sabemos. Não, o Sporting não era assim. Era o rival do Benfica dentro das 4 linhas, no bom futebol praticado. Não sei onde anda agora esse Sporting. O Benfica actuou com um ataque constituído por 2 jogadores sem ritmo, com pouquíssimos minutos nas pernas e ainda sem rotinas com os companheiros, e mesmo alguns dos outros utilizados não estão a 100% fisicamente (César Peixoto, David Luiz, Javi García, Ramires). Mas a verdade é que esse Benfica a meio gás chegou e bastou para um Sporting na máxima força (que é pouco mais que mínima), como já havia chegado frente ao Porto. Convém não o esquecer.


O momento do jogo deu-se aos 5 minutos. João Pereira, acometido de um acesso de loucura, resolveu ceifar, desde logo, as aspirações do seu clube, num belo golpe de karaté sobre Ramires. Resultado? Expulso, obviamente. Para cúmulo total, além de ter deixado a equipa em inferioridade numérica e em ainda maiores dificuldades, da marcação do livre resultou o primeiro golo do Benfica, marcado por David Luiz. Começava a derrocada em Alvalade (mais uma).


E o segundo golo foi mais do mesmo. Passividade enorme da defesa do Sporting, que nunca conseguiu travar Di María (absolutamente genial neste jogo), e Ramires a aparecer em zona de finalização, como há muito não acontecia (mais propriamente desde a 6ª jornada, na recepção ao Leixões), tendo sido acompanhado, até à boca da baliza, por... Izmailov. Onde andavam os defesas do Sporting? É a interrogação que fica.


A pouco mais de 8 minutos do fim da primeira parte, Liedson resolveu imitar Falcao e Júlio César fez de Rui Patrício. O resultado foi o golo do Sporting, perfeitamente evitável mas que se aceita apenas pelo facto de que Júlio César tem jogado muito pouco e está sem rotinas. O que não é bom para os jogos da Liga Europa, onde certamente vai continuar a ser o eleito de Jorge Jesus. Espero que não seja por ele que tenhamos problemas com o Hertha. Quanto a Liedson, é apenas e só o melhor jogador do Sporting e um dos melhores do nosso campeonato desde que cá chegou, em 2003/04. Não há mais nada a dizer. O Sporting já nem é ele e mais 10, é... apenas ele, com a ajuda de algum colega, a espaços.


Na segunda parte, mais do mesmo. O Sporting sem qualquer tipo de alma, sem se esforçar muito, também, diga-se, e o Benfica apenas preocupado em gerir a vitória. Ainda assim, é preciso referir o lance em que Sinama-Pongolle se isolava em frente a Júlio César e lhe foi assinalado, de forma errada, fora-de-jogo. Podia não dar golo, mas também podia ter sido o 2-2. Ainda assim, pelo resto que se viu do jogo, acredito perfeitamente que o Benfica, mesmo se tivesse sofrido esse golo, marcaria mais um ou 2 e vencia à mesma. E mais: era capaz de apostar que Pongolle, mesmo isolado como estava, não marcava aquele golo. Ou atirava ao lado, ou Júlio César defendia. Não posso ter a certeza disto, obviamente, mas acredito plenamente no que estou a dizer. É notória a falta de confiança do francês, e diga-se, há muito tempo que não mostra o nível que apresentou em 2001, com 17 anos, e que fez dele um dos mais cobiçados avançados da Europa. Aliás, Pongolle não marca um golo há mais de um ano. É obra.
E pouco depois, apareceu o que já se esperava há alguns minutos, mesmo sem o Benfica fazer muito por isso. Luisão fez o terceiro golo do Benfica (grande cabeceamento sobre o desamparado Carriço, que foi totalmente incapaz de travar o central benfiquista) e arrumou definitivamente a questão.


Já nos descontos, aconteceu o momento da noite. Cardozo, que tem andado arredado dos golos, e depois do que se deu em Setúbal, apontou o golo da noite, num tiro monumental de fora da área, com o seu fabuloso pé esquerdo, provando assim que continua com a pontaria afinada. Foi a sua estreia a marcar na taça da Liga, onde não havia marcado qualquer golo nos dois anos anteriores.

E, com esta vitória, assegurámos a presença na final de uma competição que vencemos a época passada. Sempre defendi que, sendo uma competição oficial, e ainda por cima sendo nós os cammpeões em título, é para lutar pela vitória, e Jesus concordou comigo. Nunca descurou chegar o mais longe possível nesta competição e ainda bem. Sem forçar muito os jogadores, fazendo a rotação que achou necessária nos 4 jogos, estamos na final, onde, muito provavelmente, vamos defrontar o Porto, numa final que acontecerá em Março e que será a antecâmara do que vai ser a penúltima jornada do campeonato, quando formos jogar ao Dragão (a não ser que nessa altura já sejamos campeões). Apenas com uma diferença: no Algarve, a grande maioria do estádio vai ser composta com adeptos do Benfica. É uma final para ganhar, claramente. Além do prestígio que dá vencer qualquer competição oficial, saberá ainda melhor se for contra o clube da fruta. Se for com a Académica, paciência para os estudantes. Para o ano há mais.

O resumo do jogo de hoje aqui:

2 comentários:

Jotas disse...

Um jogo em que só deu Benfica e que ficou marcado pela entrada bárbara de João Pereira e uma justa expulsão deste jogador que não vai mais longe pela sucessão de atitudes como esta. O Benfica venceu bem, até porque foi quem entrou no jogo com vontade de vencer, mesmo poupando e muito bem meia equipa.
Destaco César Peixoto, já com o Porto fez um grande jogo, a demonstrar que merece mais apoio dos adeptos do Benfica e que nos grandes jogos está sempre lá e Di Maria, teve momentos de pura magia e divertimento, um diabo à solta.
Sabe sempre muito bem ver e rever este resumo.

Vermelhusco disse...

Quanto ao fora de jogo do Cinema ha que dizer que naqueles casos e extremamente complicado para os fiscais de linha marcar os foras de jogo correctamente.

O Luisao punha o Pongolle em linha mas o fiscal de linha pode ter sido induzido em erro por o Cinema estar inclinado para a frente e o Luisao nao.