FC Porto-Benfica
1 - Benfica incapaz de lidar com a pressão
Boa vitória do FC Porto num jogo intenso em que os donos do terreno tiveram mais iniciativa, como se previa que acontecesse. Tiveram mais bola, foram agressivos do princípio ao fim e determinados durante todo o jogo. Ao contrário, o Benfica entrou a tentar manter-se organizado na defesa, à espera de ver o que o jogo dava. Mas a verdade é que a equipa nunca se libertou da pressão que a partida envolvia. Na primeira parte, até conseguiu criar mais lances de perigo durante os primeiros 20', mesmo que o domínio pertencesse ao FC Porto. A bola de Di Maria à barra e um remate instintivo de Javi García foram disso bom exemplo.
2 - De bola parada, claro
Muitas foram as vezes em que já aqui referi a importância das bolas paradas em jogos tensos e equilibrados. Desta vez foi o FC Porto a tirar proveito de uma arma que o adversário também costuma saber usar. Bruno Alves apareceu bem, mas marcou num local em que o Benfica não podia falhar. Quando se defende à zona, todos os espaços têm de estar preenchidos, mas a defesa benfiquista preencheu-os mal e amontoou-se demasiado perto de Quim. Nesses lances, é imperioso atacar a bola, até porque estar demasiado perto do guarda-redes só serve para lhe estorvar a acção. O golo moralizou o FC Porto, que passou a ganhar mais segundas bolas e passou a impressão para o exterior de que estava mais forte no jogo, o que intensificou a dificuldade benfiquista para lidar com o ambiente e a responsabilidade do jogo.
3 - FC Porto foi sempre melhor
A segunda parte começou bem e mal para o FC Porto. Bem porque Farías esteve perto de marcar logo depois do intervalo, mal porque Fucile foi expulso no minuto seguinte, o que mudou a forma de jogar dos portistas, que tiveram de recuar numa primeira reacção, aproveitada pelo Benfica para ameaçar primeiro e marcar logo a seguir. Só que quando parecia que o Benfica tinha tudo para controlar o jogo e se tornar campeão nacional, não foi capaz de o fazer, e não só permitiu ao FC Porto fazer o 2-1 como deixou o adversário empolgar-se. Mesmo com dez, os portistas jogaram com nervo para não permitirem que o rival festejasse em casa deles, mas fizeram-no de forma inteligente, com transições rápidas e bem conduzidas. Apesar de o Benfica ter conseguido alguns lances de perigo, o FC Porto foi melhor, mais determinado, teve mais vontade de ganhar. Mesmo com dez, a equipa da casa foi mais atrevida e organizada. Podia até ter marcado mais num lance muito bonito em que Guarín rematou à barra.
4 - Jesualdo rápido a reagir
A resposta de Jesualdo Ferreira à expulsão de Fucile não só foi determinante como rápida. Meteu Miguel Lopes, porque não podia ficar sem lateral-direito frente a Coentrão (esteve muito bem) e Di María (o maior desequilibrador do Benfica) e, ao recuar Guarín, ficou a jogar em 4x3x2, segurando bem o meio-campo sem nunca perder a noção de atacar. Também a entrada de Rodríguez apara o lugar de Farías, logo a seguir ao 2-1, era uma aposta esperada, porque o extremo ajudava mais no meio-campo e libertava a criatividade, velocidade e capacidade física de Hulk para conduzir os ataques. A inteligência de Guarín e Belluschi - que golaço! - até fazia crer que o FC Porto estava a jogar de igual para igual.
5 - Benfica tem de esquecer o Dragão para pensar no título
Apesar do desaire de ontem, o Benfica continua a ter 90 por cento de possibilidades de ser campeão, porque joga em casa no último jogo e só precisa de um ponto. É certo que perdeu alguns jogadores importantes para esse jogo, mas se há plantel com duas opções válidas para cada lugar, é o do Benfica, embora tenha de apresentar uma ala esquerda totalmente nova, porque vão faltar Coentrão e Di María. A pressão continuará a ser inimiga, mas como o empate é suficiente, o Benfica terá de fazer um jogo inteligente, esquecer o que se passou frente ao FC Porto e concentrar-se unicamente nesse encontro. O Rio Ave não tem nada a perder, vai jogar desinibido e pode tornar-se um opositor perigoso. A equipa da Luz vai ter de atacar esse jogo com tranquilidade e pés bem assentes na terra, consciente de que só precisa de um ponto e não tem necessidade de correr riscos.
1 comentário:
Boas! Penso que há pouco a dizer. Um erro, da defesa do Benfica, uma jogada «assim-assim», uma jogada de bom recorte técnico, e é isso... Infelizmente, isso...
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
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