Depois dos já comentados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar e Felipe Menezes, entramos hoje no domínio dos que marcam golos: os avançados. E o primeiro elemento desse sector a merecer destaque será El Conejo Saviola.
Chegado ao Benfica em moldes parecidos aos de Javi García, Saviola trazia nome, muito por culpa da parceria de sucesso que fez com Aimar no início das carreiras de ambos, no River Plate, e que lhe deram uma fama nunca confirmada por inteiro na Europa, apesar de ter representado Barcelona, Real Madrid, Mónaco (onde chegou à final da Liga dos Campeões) e Sevilha (com quem ganhou a Taça UEFA). No patamar mais alto ficou-lhe sempre a faltar mostrar mais e melhor. E era debaixo dessa desconfiança e de quem lhe apontava estar já na fase descendente da carreira e de vir apenas ganhar balúrdios para a Luz que Saviola chegou ao Benfica. Contratado para fazer dupla com Cardozo, como Jesus deixou bem claro logo desde o primeiro amigável, com o Sion, El Conejo teve de lidar com concorrentes que nunca estiveram à altura (Weldon, Nuno Gomes e até Keirrison, numa primeira instância - Mantorras não existia - e depois Éder Luís e Kardec). O pequeno jogador nunca se atemorizou e desde cedo mostrou ter ainda todas as suas qualidades intactas e ser capaz de fazer uma grande dupla com o Tacuara.
E os números não mentem. Saviola terminou a época com 27 jogos no campeonato (e 11 golos), 2 jogos na Taça de Portugal (e 1 golo), 4 jogos na Taça da Liga (e 1 golo) e 11 jogos na Liga Europa (e 6 golos), sendo, inclusive, o único jogador do plantel a ter marcado em todas as competições em que o Benfica participou. Estreou-se a marcar logo ao segundo jogo oficial com a nossa camisola, na recepção ao Vorskla Poltava, e apesar de não ser um goleador, fez uma dupla temível com Cardozo, que valeu mais de um terço dos golos do Benfica no campeonato. Saviola tem ainda a particularidade de encantar as plateias com alguns dos golos que faz. Sublimes os que marcou à Académica, ao Rio Ave, ao Belenenses. Decisivo o que marcou ao Porto na Luz, e que nos lançou definitivamente para o título. El Conejo mostrou que ainda tem intactas todas as qualidades que lhe fizeram chegar aos melhores clubes de Espanha: velocidade, capacidade técnica fantástica, esperteza e intuição para se colocar no sítio certo para finalizar (nomeadamente dentro da área em lances de bola parada, onde apesar de ser muito baixinho marcou muitos golos) e muita mobilidade, o que haveria de se revelar o complemento ideal para o tipo de ponta-de-lança que é Cardozo. Saviola foi, sem grandes dúvidas, um dos jogadores mais importantes do Benfica nesta temporada.
E ninguém me tira da cabeça que tudo poderia ter sido diferente na eliminatória com o Liverpool se El Conejo tivesse jogado. Como não pôde jogar, por causa da maldita lesão com o Braga, nunca saberemos como poderia ter sido caso estivesse em campo. Mas a sua maior vitória foi mesmo conseguir calar os críticos típicos dos inícios de época, e calá-los como melhor sabe: dentro do campo. Saviola foi dando show atrás de show, não um show tão exuberante como os de Di María, mas também não tão discreto como os de Cardozo. Um show muito próprio, que tinha sempre como espectador principal o amigo de sempre: El Mago Aimar. A chegada do Conejo à Luz até teve o condão de voltar a despertar Aimar para os seus melhores dias de novo, e notava-se claramente que ambos jogavam um com o outro de olhos fechados. Juntando-lhes a explosão de Di María e a eficácia de Cardozo, o Benfica criou um cocktail molotov a que os adversários nunca poderiam fazer frente. Como não fizeram. E Saviola foi um dos maiores artífices das conquistas que o Benfica conseguiu este ano. Espero sinceramente (e tudo leva a crer que venha a ser assim) que o avançado argentino continue no Benfica esta época e, se possível, nas seguintes. E com Aimar atrás. Ao lado... bem, pode ser o Cardozo como pode ser outro avançado ainda de melhor valia. Se assim for, de certeza que Saviola não sentirá a diferença. Desde que uma palavra esteja sempre presente: classe.
Que pensam os leitores sobre El Conejo?
ONZE PARA A TAÇA
Há 4 horas
4 comentários:
Saviola Maravilha. Pézinhos de lã, incrivel o entendimento com Aimar, os pormenores, chega a parecer futsal tal é a velocidade das tabelinhas ao primeiro toque com o seu amigo. Fantástico na primeira epoca ao serviço do Benfica, penso que ainda tem mais para mostrar. E que tal aquela obra de arte no Restelo?! Para mim foi a sua apresentação em Portugal. Foi BRUTAL estar naquelas bancadas. O golo á académica foi outro exemplo do que é a mais pura classe e me faz lembrar: É UM PREVILÉGIO VER DOIS IDOLOS DE INFANCIA (E POR SINAL AMIGOS) NO MEU CLUBE DO CORAÇÃO. INESQUECIVEL.
Para mim o melhor jogador do campeonato. E também o mais decisivo.
Concordo plenamente com tudo e todos!
Abraço.
Ainda me lembro de quando era adolescente e jogava CM3 e ia sempre buscar o Saviola e o Aimar para irem jogar juntos nas minhas equipas.
Por isso foi quase um sonho tornado realidade ter estes dois artistas de primeira linha jogarem juntos no Benfica. Faz lembrar aqueles jogos perfeitos do CM. :D
O Saviola esteve de facto abaixo das expectativas na Europa mas eu acho que ele foi prejudicadoo pelo momento em que chegou ao Barcelona. Quando ele jogou no Barca o clube encontrava-se a deriva e a passar maus momentos. Contudo tanto no Monaco como no Sevilha esteve a um grande nivel.
Aqui no Benfica considero que ele e o Cardozo fazem uma dupla quase perfeita. Complementam-se um ao outro na perfeicao! Um e lento, grande mas com grande capacidade de finalizacao, o outro e pequeno, rapido, matreiro e faz de ligacao entre o Cardozo e o Aimar.
Espero que esta dupla continue no Benfica por mais uns anos pois na minha opiniao nao e boa ideia vermo-nos livres de um jogador que vale sempre mais de 20 golos por epoca (o Cardozo). O Saviola obviamente que e para ficar ate ao fim de contrato!
E um deleite para a vista ve-lo a combinar com o Aimar. Os dois juntos conseguem imprimir uma velocidade estonteante ao jogo do Benfica e para mim o segredo do grande arranque de epoca do Benfica foi a quimica entre eles os dois. O Di Maria comecou a destacar-se numa fase posterior enquanto que o Cardozo mostrou que era decisivo em momentos fulcrais mais no final de epoca (com o Nacional, com o Rio Ave, com o Sporting entre outros).
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