Dimas não foi um portento de técnica, não foi dos melhores executantes que já passou pelo Benfica, não foi sequer dos melhores laterais esquerdos do nosso clube. Mas, nos últimos 20 anos, só Léo o superou. Minto atingiu um nível razoável, Fyssas e Dos Santos também, mas Dimas rubricou 2 épocas e meia muito positivas num período terrível da nossa história, acabando por conseguir uma transferência fantástica para a Juventus.
No Benfica Dimas fez um total de 68 jogos e 2 golos no campeonato, 12 jogos na Taça de Portugal (que venceu em 95/96), e 16 jogos e um golo na Europa (na Liga dos Campeões, Taça UEFA, competição onde conseguiu esse golo, em Munique, frente ao Bayern, e na Taça das Taças).
Chegou à Luz para a época de 94/95. Tinha 25 anos. Antes, já tinha passado pela Académica (onde se estreou como profissional, em 87/88, com 18 anos), Estrela da Amadora e Vitória de Guimarães. A meio da época de 96/97, rubricou a transferência da sua vida. Foi jogar para a toda-poderosa Juventus de Turim. Esteve lá 2 épocas e meia e depois saiu para o Fenerbahçe, da Turquia, onde aguentou uma época e meia. Para não perder o comboio do Euro 2000 mudou-se a meio da época 99/00 para a Bélgica. Destino: Standard Liège. No fim do Euro 2000 decidiu, tal como Paulo Bento (aliás, todo o percurso dos 2 é muito similar: ambos jogaram juntos no Estrela da Amadora, Vitória de Guimarães, Benfica e Sporting, sem falar da selecção), regressar a Portugal, onde representou o Sporting. Já não era novo e Rui Jorge era o dono do lugar. Ficou uma época e meia em Alvalade e a meio de 01/02 foi para o Marselha, onde acabou a sua carreira, com 33 anos.
Pela selecção de Portugal jogou 44 vezes, tendo participado nos Euros 96 e 2000, onde era o dono do lugar.
Dimas chegou na época em que tudo se desmoronou, à semelhança do seu antecessor nesta rubrica, Caniggia. Artur Jorge operou uma revolução numa equipa campeã nacional e, derivado a muitas circunstâncias, a mesma não carburou como pretendido. O 3º lugar final (assim como a eliminação nos quartos-de-final da taça às mãos do então defunto Vitória de Setúbal) demonstra as insuficiências de uma equipa que acabou a época devastada e sem confiança em si mesma. O único factor positivo da época foi a chegada aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, onde fomos derrotados pelo então campeão europeu AC Milan.
Na época seguinte a revolução foi quase total, mas os resultados foram ainda mais desastrosos e Artur Jorge foi despedido à 3ª jornada. No seu lugar ficou Mário Wilson e a época acabou por ser muito mais aceitável, culminado com um 2º lugar e a taça de Portugal ganha ao arqui-rival Sporting, com uma exibição de luxo de João Pinto.
Nova época, nova revolução. Veio Paulo Autuori para fazer do Benfica de novo uma equipa campeã, trouxe os seus jogadores e os seus métodos e os resultados foram... 0. A meio da época despediu-se com o Benfica em 2º a 2 pontos do Porto. Mário Wilson fez a transição para Manuel José levar a cabo uma das piores épocas de sempre do Benfica. Mesmo assim conseguiu o 3º lugar final e repetir a presença na final da taça, que perdeu contra o Boavista. Dimas saiu a meio desta época para Itália, não participando na pior fase da mesma.
Não foi um portento, não foi um virtuoso, mas podemos dizer que deixou algumas saudades, muito devido (diga-se em abono da verdade) à escassez de laterais esquerdos de qualidade que tem proliferado desde então no Benfica.
Aqui ficam alguns momentos de Dimas com a camisola do Benfica:
ONZE PARA A TAÇA
Há 3 horas
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