terça-feira, 28 de setembro de 2010

JVP


Marítimo-Benfica

1 - Benfica mostrou ansiedade

Vimos um Benfica muito perdulário, e isso revela uma ansiedade própria de quem corre atrás do prejuízo. Uma coisa é estar na frente, quando tudo sai bem e com naturalidade; outra, completamente diferente, é estar a nove pontos do líder e ter a responsabilidade de lutar pelo título. Jogar na Madeira, criar as oportunidades que o Benfica criou e ganhar apenas 1-0 é tornar o jogo mais complicado do que realmente foi, até porque o Marítimo não esteve particularmente perigoso. Ganhar pela margem mínima é sempre um risco, em especial para uma equipa sem margem de erro.

2 - Não entra a matar, mas está mais perigoso

Este Benfica não entra a matar como na época passada, precisa de mais tempo, mas nota-se que está melhor. Ontem, por exemplo, o jogo esteve equilibrado até aos 13 minutos, quando um lance em que Maxi e Saviola perderam demasiado tempo para rematar foi o clique que fez a equipa acelerar mais, tornar-se mais pressionante e mais perigosa. Fruto disso foi o elevado número de oportunidades criadas. Essa boa dinâmica e agressividade obrigou o Marítimo a recuar, apenas criando lances de perigo quando se libertava do primeiro momento de pressão. Danilo Dias foi o seu homem mais perigoso.

3 - Coentrão melhor em campo

Coentrão foi o melhor em campo, mas Carlos Martins e Saviola são jogadores muito importantes, inteligentes, pensam bem o jogo. Se Saviola tivesse concretizado uma das várias ocasiões que teve, teria sido o mais destacado. Depois do golo de Coentrão - metade deste deveu-se a um bom controlo de bola - e das saídas de Martins e Saviola, o jogo mudou. O Benfica preocupou-se mais com a organização defensiva para não se repetirem alguns desequilíbrios verificados na primeira parte e início da segunda. Isso mostrou-nos um Jorge Jesus mais pragmático, à semelhança da fase final do campeonato passado.

4 - Cardozo, Salvio e Gaitán

Depois de dois golos a uma equipa como o Sporting, seria normal que Cardozo surgisse moralizado e que tivesse marcado, dadas as oportunidades de que dispôs, algumas delas flagrantes. Não o fez porque estava desinspirado, não me parecendo necessário procurar mais explicações. Quanto a Salvio, gostei da sua entrada em campo, embora numa fase em que o Benfica estava mais preocupado em manter a vantagem. Tem condições para crescer no Benfica, mas veremos o que sucede daqui para a frente. Por fim, Gaitán, cujo posicionamento na direita do meio-campo não me pareceu o mais adequado. Ele tem tendência para fugir para o meio, pelo que apenas se via Maxi a atacar por aquele flanco. Dado que o lado esquerdo do Benfica é habitualmente mais forte, teria sido mais equilibrado colocar Martins pela direita.

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