Depois do interregno motivado pela dupla jornada da selecção (que felizmente se revelou vitoriosa), o Benfica voltou a jogar, e novamente o resultado final se traduziu num triunfo. Desta feita robusto, mas também não estávamos a jogar novamente contra o Braga. O adversário, embora respeitável e em claro crescendo na sua existência, está obviamente muitos furos abaixo do Benfica, e caso a História não seja suficiente para se perceber isso, o jogo de ontem comprovou-o por completo.
A entrada no jogo não foi demolidora, como aliás não o foi toda a exibição no seu cômputo geral. O Benfica controlou o encontro como quis e o Arouca nunca deu mostras de ter qualidade para poder sequer discutir o resultado. Percebeu-se desde cedo que estávamos perante um daqueles jogos em que só custa marcar o primeiro; a partir daí, é sempre a abrir. Foi o que aconteceu. Quando Kardec marcou o primeiro, num grande gesto técnico, praticamente acabou com a incerteza que poderia pairar nas cabeças de todos (afinal, já não seria a primeira vez que podia acontecer "Taça", como o post anterior tão bem exemplifica). Realce para o bom passe de Gaitán (o melhor jogador em campo).
O segundo surgiu poucos minutos depois, com Saviola a nem ter de rematar: a bola ressaltou-lhe simplesmente nas pernas, depois de mais um grande cabeceamento de Kardec, e acabou por entrar tranquilamente na baliza arouquense. Começava a odisseia triunfal encarnada das bolas paradas (o golo nasceu de um livre de Aimar). O avançado brasileiro, que se estreou a marcar pelo Benfica em provas nacionais (ainda só havia facturado a nível oficial frente ao Marselha, na Liga Europa da época passada), completou o seu bis na sequência de um canto, e novamente de cabeça (bate Cardozo aos pontos neste item).
Com 3-0 ao intervalo, a dúvida era apenas saber até onde chegaria o Benfica. Acabou por marcar apenas mais 2 golos, devido a ter abrandado bastante o ritmo (talvez já a pensar no jogo de Terça-feira em Lyon, importantíssimo para as contas do apuramento na Liga dos Campeões). As alterações entretanto produzidas na equipa também podem ajudar a explicar o rendimento pouco exuberante na segunda parte: Luís Filipe, apesar de 2 ou 3 bons cruzamentos, voltou a demonstrar não ter nível para jogar de águia ao peito; Weldon nem se viu e Nuno Gomes, ao contrário do primeiro suplente a entrar, voltou a demonstrar que ainda pode ser muito útil, ao fazer uma triangulação perfeita para o grande golo de Gaitán.
Antes, Luisão, na sequência de mais um livre lateral, cabeceou de forma perfeita, fazendo o 4-0.
Com o jogo feito, o Arouca conseguiu o golo de honra, também através de uma bola parada (canto) onde Luís Filipe fica terrivelmente na fotografia (na verdade, fica horrível: é que não se mexe um milímetro para marcar Diogo, jogador do Arouca que concretiza o golo; é exasperante...). No Arouca, o jogador que mais me chamou a atenção foi o médio cabo-verdiano Babanco. Tem potencial para estar numa equipa bastante superior.
Uma vitória tranquila, folgada mas que já foi. Agora, todos os pensamentos da equipa terão de estar voltados para a Liga dos Campeões. O Lyon, apesar da época miserável que tem feito a nível interno, é uma equipa fortíssima (ainda hoje voltei a comprovar isso, ao ver o seu triunfo frente ao Lille), tem jogadores de grande nível e é primeiro do grupo apenas com vitórias. Além disso, o Schalke vai certamente vencer em Israel, o que significa que ficará com 6 pontos. Teremos de, no mínimo, conseguir trazer um empate de França. Caso contrário, a nossa vida na prova não ficará nada fácil. Como disse o Jorge Jesus no fim do jogo de ontem, conseguir seis ou quatro pontos nesta dupla jornada com o Lyon colocar-nos-á muito perto do apuramento. Se perdermos, as contas já ficarão muito difíceis. Mas quero acreditar que somos perfeitamente capazes de trazer pelo menos um ponto de França. Quanto à Taça, resta esperar pelo sorteio para saber quem nos vai calhar, sabendo que de Porto, Sporting e Braga, um deles poderá ser o próximo obstáculo a ultrapassar. Por mim, tudo bem: se queremos ganhar a Taça (e queremos), temos de ser capazes de ganhar a qualquer um (e somos). Portanto, vamos em frente, rumo à 25ª!
Os golos do jogo aqui:
Reportagem: À Margem do Jogo
Há 20 minutos
3 comentários:
Vit´ria natural do Benfica, num jogo sem muita história. O Sporting teve muita dificuldade em passar não só porque o seu jogo era o menos acessível, mas porque a sua equipa é pouco mais que banal.
Foi preciso o Arouca assustar...Acredito que se estava a pensar mais no Lyon...Agora quarta feira não se pode facilitar.
http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/10/continuam-as-farpas-para-desestabilizar.html
Portaram-se bem, com atitude e dignidade, respeitando o adversário. Quando assim é, mesmo que se perca, está-se de parabéns! Se ganharmos, porque é esse o nosso objectivo, tanto melhor, que é por isso que o pessoal gosta do Benfica, pelas vitórias!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
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