sexta-feira, 22 de outubro de 2010

JVP


Lyon-Benfica

1- É preciso ter muitas cautelas e aproveitar meia oportunidade

O Benfica é uma boa equipa e muito vocacionada para atacar, mas os seus responsáveis não se podem esquecer que nesta competição há equipas muito fortes, com grandes jogadores e mais experiência nestas andanças. Quando nos referimos ao Lyon estamos a falar de um dos semifinalistas da Liga dos Campeões da época passada, que entre outros eliminou o Real Madrid. Frente a adversários deste valor é preciso ter mais cautelas defensivas, segurando e estabilizando o jogo e só depois usar as muitas qualidades ofensivas que a equipa é capaz de desenvolver, além de que neste tipo de jogos é preciso ser eficaz quer no último passe quer no reduzido número de oportunidades que esta prova permite. É necessário ser capaz de aproveitar meia oportunidade e fazer golo.

2 - Há zonas do campo onde não se pode perder a bola

O jogo começou com um ritmo forte. Desde cedo deu para perceber que ambas as equipas estavam dispostas a jogar de olhos nos olhos, e aqui o Lyon levava alguma vantagem, porque se apresentou mais bem organizado em termos defensivos. Quando defendia concentrava um elevado número de jogadores atrás da linha da bola, esperando pelo erro do Benfica. Como esses erros se sucederam no meio-campo, o Lyon criou uma série de lances de perigo, porque é muito rápido nas transições. Nos primeiros três minutos, o Benfica apanhou dois sustos devido a passes laterais de Maxi Pereira e Javi García que o Lyon interceptou. Pouco depois foi David Luiz a perder uma bola em zona perigosa, para culminar com uma perda de Carlos Martins também em zona proibida que deu golo à equipa da casa. E o Carlos Martins até esteve bem, tirando esse lance… Mas há zonas do campo em que toda a gente sabe que não se pode perder a bola, sobretudo estando a defrontar um adversário experiente e que se sabe de antemão que é perigoso.

3 - Benfica pôs-se a jeito

O Benfica foi atrevido, jogou para marcar, principalmente na primeira parte, mas quando perdia a bola não conseguia acompanhar defensivamente a velocidade que o Lyon imprimia ao contra-ataque. As acelerações feitas nas transições causam sempre embaraços à defesa benfiquista.
A equipa da Luz conseguia levar a bola até a entrada da área do adversário, mas no último terço a definição do último passe nunca foi boa. E o problema é que mesmo quando o Benfica equilibrava o jogo, percebia-se que o Lyon estava mais perto de marcar. Fiquei com a sensação de que Carlos Martins e Gaitán entusiasmavam-se excessivamente e depois não conseguiam recuperar da mesma forma. Pode afirmar-se que apesar da excelente organização do Lyon e da boa estratégia que tinha para este jogo, o Benfica pôs-se a jeito. Apesar de ter demonstrado coragem, cometeu erros a mais, foi pouco cauteloso. E o adversário parecia estar mesmo à espera disso.

4 - Lyon muito forte

O Lyon mostrou ser uma equipa mais compacta e mais agressiva a defender, com um colectivo muito forte, tanto a defender como a atacar. Ali não houve estrelas, apenas um bloco unido. Daí que após a expulsão de Gaitán - no meu ponto de vista o momento do jogo - se tenha percebido que muito dificilmente o Benfica conseguiria chegar sequer ao empate. Se com 11 de cada lado estava a ser muito difícil parar os franceses, com 10 a missão tornava-se impossível. A entrada forte do Lyon na segunda parte, atacando o flanco esquerdo do Benfica, onde faltava Gaitán, acabou bem cedo com as ilusões. Jorge Jesus ainda meteu César Peixoto para reforçar a ala esquerda, mas o resultado já estava em 2-0 e pouco havia a fazer. É que o Lyon circulava a bola e imprimia um ritmo tal que cansava o Benfica. É muito difícil jogar com menos um.

5 - Roberto e Coentrão em destaque

O Lyon só desacelerou nos últimos 10 minutos, sabendo que tinha o jogo ganho. As entradas de Jara e Sálvio, a par das iniciativas de Coentrão - foi o melhor do Benfica, a par de Roberto, que parece ter afastado definitivamente os fantasmas -, permitiu ao Benfica estender-se um pouco mais no terreno, mas nessa altura já pouco havia a fazer. Antes da expulsão, sim, estou convencido de que o Benfica poderia ter discutido a partida.

3 comentários:

Anónimo disse...

Bons comentários... Porque não faz como o Jorge Costa e se dedica ao trabalho de campo?

http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/10/o-levantar-da-cabeca.html

sloml disse...

VHugo, de acordo com palavras do próprio, não pretende abraçar uma carreira tão pouco segura. Já lhe chegou a carreira de futebolista, que já de si pressupõe ser-se quase um saltimbanco. Como treinador ainda é pior, como todos sabemos, e ele quer estabilidade para a família.

Abraço

Bimbosfera disse...

Boas! Estou por aí, também. Na generalidade é coerente, só discordei mais foi da tal altura em que não quis falar de arbitragens, e ainda não faz, mas para o ter feito logo de seguida, uma semana ou duas, noutro caso. Não gostei, mas de resto, força nisso!

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com