Mais um jogo, mais uma derrota e as contas complicaram-se a sério. Aparte as incidências da partida, das quais falarei em baixo, a maior problemática prende-se agora com a passagem aos oitavos-de-final, que ficou agora mais difícil. Neste momento, teremos de vencer obrigatoriamente 2 dos 3 jogos que nos faltam, embora o ideal fosse mesmo ganhar os 3. E mesmo assim podíamos não nos apurar, porque ainda há a hipótese, ainda que remota, de ficarem 3 equipas com 12 pontos, e aí tudo se teria de decidir pelos golos. No entanto, não me parece que o cenário vá ser esse. Acredito que o embate entre o Lyon e o Schalke termine empatado, o que me leva a crer (sem os confrontos que ainda faltam com o Benfica) que o Lyon fará 13 pontos e o Schalke 10. Ora, isso significa que o Benfica terá obrigatoriamente de ganhar em Israel e na Luz ao Schalke, fazendo assim 10 pontos. O que quer dizer que, no mínimo, temos de empatar com o Lyon em casa, daqui a duas semanas. Quando perdemos com o Schalke eu disse aqui que, se perdêssemos também em Lyon, estaríamos arrumados. Fazendo as contas, percebo que ainda há uma esperança. Mas a atitude terá de ser totalmente diferente da que mostrámos ontem.
O início do jogo mostrou o que os mais atentos já sabiam: a posição que o Lyon ocupa na tabela em França é totalmente enganadora, pois estamos perante uma equipa fortíssima, que ainda no ano passado chegou às meias-finais da Liga dos Campeões. O guarda-redes é de classe mundial e o meio-campo e o ataque não lhe ficam atrás. A defesa é o sector mais permeável e era por aí que o Benfica poderia impor o seu jogo: pressionar os laterais e confiar na qualidade de Saviola e Kardec em relação aos centrais Cris e Diakhaté. O problema (ou um dos) é que o meio-campo encarnado nunca foi capaz de aguentar o meio-campo ofensivo do Lyon. Gonalons apagou por completo Aimar, o Briand (para mim o melhor em campo) não perdeu uma única iniciativa atacante, o Michel Bastos idem e o Gourcuff jogou com a classe que se lhe conhece. Do Lisandro nem vale a pena falar, já todos sabemos bem quem ele é e o que vale. A somar a tudo isto, tivemos mais uma vez um erro individual a trair o colectivo: o Carlos Martins, qual David Luiz, entendeu que havia de brincar perto da baliza e deu origem ao primeiro golo do Lyon, marcado pelo Briand. Começava o descalabro.
E depois subiu ao papel de protagonista, dentro deste enredo trágico, a questão da inexperiência da nossa equipa. O Maxi Pereira, o David Luiz, o Javi García, o Gaitán, o próprio Carlos Martins e o Kardec não têm a mínima experiência destas andanças (o Coentrão também não, mas a sua qualidade nem nos faz lembrar disso). E isto paga-se caro numa competição deste género. Ontem vi o Javi fazer a pior exibição desde que está no Benfica, o Martins idem e o Maxi está uma sombra do que nós conhecemos. Para piorar tudo, apenas um nome: Gaitán. O resto vocês viram por vós próprios. O erro de principiante do argentino precipitou o desastre que veio a seguir, com o Benfica a sofrer até aos 55 minutos um verdadeiro vendaval de ataques do Lyon, uns atrás dos outros. Por sorte (e por um espanhol chamado Roberto) só sofremos mais um golo, mas podíamos ter saído de Lyon vergados a uma goleada absolutamente histórica. Sem surpresas, Lisandro aumentou a vantagem, na recarga de um remate já de si muito bom, detido por uma defesa fantástica de Roberto (que minutos depois faria outra ainda mais sensacional).
Por esta altura, o Jesus finalmente acordou e percebeu que tinha de fazer alguma coisa para reforçar o meio-campo. Embora eu não goste dele, tal como a maioria dos benfiquistas, tenho de admitir que a entrada de César Peixoto, naquele contexto, foi o melhor a fazer. A questão é que aquela substituição devia ter acontecido no intervalo, pois a avalanche que se deu nos primeiros dez minutos da segunda parte já se estava a prever. Parece que só o nosso treinador não o percebeu. Assim, Como já disse acima, esta derrota deixa tudo mais negro. Mas pronto, o cenário para a Champions já foi traçado no primeiro parágrafo. Agora temos de pensar na deslocação a Portimão e desengane-se quem acha que vai ser fácil: não vai. O Portimonense tem um ataque jovem e irreverente, que pode complicar a vida à nossa defesa. No entanto, a defesa é o seu calcanhar de Aquiles. Se os nossos atacantes (e médios) estiverem concentrados, atentos e empenhados, pode ser essa a chave do triunfo. Tendo em conta que o Porto já tem os 3 pontos certos (com o União de Leiria em casa, menos de 3 é derrota para aquela equipa), o Benfica só pode vencer para manter a distância pontual em "apenas" 7 pontos. Porque o 33º ainda é possível, vamos lá, Benfica!
Os golos do jogo aqui:
🏓 Ping-Pong Challenge: Lara Martins vs. Joana Silva
Há 14 minutos
3 comentários:
Onde anda a equipa campeã e a vontade de vencer?
http://forcamagicoslb.blogspot.com/2010/10/taxa-de-basofia.html
Jesus tinha razão numa coisa, na Champions a "música é outra".
Mas, tal como dizes, parece-me que as possibilidades do Benfica mantêm-se intactas.
O bom teria sido empatar (pelo menos) na Alemanha.
Mas vencer os 2 jogos em casa (parece-me normal) e com a possibilidade de vencer em Israel, o Benfica vai lá.
O Lyon já se sente apurado e isso pode ser bom para o Benfica, já no próximo jogo.
É (mais que) possível.
Ao meio-campo falta-lhe uma coisa. Mas essa é irreparável, o Ramires. O resto está lá.
Um grande abraço.
Foi a greve, meu amigo, foi a greve!
Solidarizaram-se, como está bem explicadinho no meu... cantinho!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
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