Ganhámos mais uma (talvez a mais difícil) das finais que tínhamos pela frente. O Braga era, por todas as razões e mais algumas, o adversário mais duro que teríamos de enfrentar. Este jogo era aquele que tinha mesmo de ser ganho. Podia ter sido por 2 golos de diferença, para ficarmos em vantagem no confronto directo, mas esse objectivo não alcançámos. Ainda assim, ficámos com 6 pontos de avanço sobre os bracarenses e agora já só precisamos de fazer 13 pontos (4 vitórias e um empate, portanto) para sermos campeões. Se o Braga por acaso deslizar entretanto e nós não, até podemos já chegar ao Dragão com o título. A luta continua e está longe de estar ganha. Hoje demos apenas mais um passo para a concretização do grande objectivo.
Foi um jogo muito complicado, como já se previa. Apesar disso, a 1ª parte foi dominada por completo pelo Benfica, com o Braga a remeter-se à sua defesa e a apostar apenas no contra-ataque. De qualquer forma, e fruto dos muitos cuidados defensivos dos bracarenses, acabou por haver muito poucas oportunidades de golo nos 45 minutos iniciais. Ainda assim, as únicas iniciativas atacantes foram do Benfica. A melhor oportunidade acabou por ser a oferta de Filipe Oliveira a Saviola, que o argentino desperdiçou incrivelmente. Depois de um mês de Janeiro em cheio, Saviola tem vindo a cair a pique. Parece estar completamente estafado. Espero que Jorge Jesus coloque El Conejo a fazer exercícios específicos de recuperação, para que consiga voltar à forma a que nos habituou. Apesar disso, a sua mobilidade lá na frente é completamente essencial para o bom funcionamento das jogadas da equipa em frente às balizas contrárias. Já nos descontos, chegou o golo do Benfica, marcado pelo homem das grandes decisões: Luisão. Já havia sido assim em 2005, voltou a ser em 2010.
A segunda parte trouxe outro Braga (como seria de esperar, de resto, pois era a equipa em desvantagem no marcador), principalmente depois das entradas de Matheus e Luís Aguiar. O Benfica jogou mais na expectativa, nunca descurando o contra-ataque, embora com uma postura bem mais atacante que a do Braga na 1ª parte. As jogadas de perigo aumentaram de número, devido ao maior cansaço dos jogadores e consequentemente ao aumento do espaço para jogar. A melhor oportunidade nesta fase foi do Braga, num cabeceamento de Moisés que não levou a melhor direcção mas que podia perfeitamente ter dado golo, no que seria um frango monumental de Quim - continuamos a não ter um bom guarda-redes em bolas aéreas. Por muito que muita gente diga que estamos fantasticamente servidos de guarda-redes, continuo a achar que nos falta um "Schmeichel" na baliza, um guarda-redes de classe mundial para a equipa de classe mundial que já temos. De resto, destaque para a quantidade enorme (mais uma vez) de oportunidades desperdiçadas pelo Cardozo, que anda, estranhamente, com pouca confiança em si próprio. JJ, trabalha-me esse Tacuara a nível psicológico, que isso anda fraquinho! Do lado do Braga, o melhor em campo foi, para mim, o capitão Moisés. É um dos melhores defesas-centrais do campeonato. Já o colega Rodríguez (pretendido, supostamente, por Sporting e Porto)... bem, digamos que faz jus à sua alcunha no Perú: El Mono...
E assim continuamos na nossa senda de vitórias, direitinhos ao objectivo maior da nossa caminhada. Um último reparo, não à arbitragem, que hoje me pareceu, fora um outro erro naturais no futebol, muito boa; mas sobre as declarações do Mossoró. A minha opinião sobre o Mossoró é a de que é um bom jogador, muito tecnicista, veloz e por vezes decisivo para o Braga. Só que o considero também um jogador a que designo, na gíria, um "palhacinho". Ou seja, um jogador que reclama muito com os árbitros e que simula muitas faltas ou, no limite, que sofre um encosto e cai logo. No entanto, admito que as suas palavras sobre o Di María são legítimas e que ele tem razão. O Di María, infelizmente, também entra nessa minha definição de "palhacinho", não por ser um jogador duro, faltoso ou que proteste veementemente com os árbitros, mas sim por ser um apaixonado por simulações, que é algo que detesto ver um jogador fazer. Fico irritadíssimo quando isso acontece, admito. E quando é um jogador da minha equipa a fazê-lo, ainda mais irritado fico (basicamente, mando-o levantar-se e jogar à bola, e acho que todos os adeptos deviam ser assim, pedir para ver futebol e não simulações, mas é só a minha opinião). Esta é a parte das declarações do Mossoró com a qual concordo. As outras, que dizem que toda a equipa do Benfica faz isso, essas repudio-as, pois não me parecem minimamente verdadeiras. Além do que já disse do Di María, não vi mais nenhum jogador do Benfica a provocar nenhum adversário, a simular faltas, a semear confusão. Mas quando se perde obviamente há mais falatório em redor de tudo e mais alguma coisa, já sabemos que é assim. Quanto ao seu infortúnio, num lance obviamente completamente casual com o Carlos Martins, só posso desejar que não seja nada de grave. Tirando este aparte, o que interessa é que o Benfica ganhou bem, com justiça e que está cada vez mais perto de chegar ao título. Na próxima jornada jogaremos no terreno da Naval, mais um jogo complicado, mas para vencer, claramente. No entanto, o próximo compromisso é já 5ª feira: a recepção ao Liverpool, e é nesse jogo que todos os esforços têm agora de estar concentrados. Vamos mostrar que podemos repetir 2006. Rumo ao 32º (e à 1ª Liga Europa), eu acredito!
O resumo do jogo, aqui:
ONZE PARA A TAÇA
Há 2 horas
4 comentários:
Boas! Bela crónica, como é apanágio «desta casa», e com isso uma visão ainda que vermelha muito próxima do real, isto para quem não viu o jogo.
Poderia haver uma ou outra menção ao tempo do golo, ser o minuto 47 é diferente de ser aos 46 minutos e 7 segundos, e não 47 e 15, e, seja como for, a choraminguice é mesmo uma característica daquela casa, depois de terem o Menino da Lágrima como treinador, conforme eu já mencionei em alguns posts no meu próprio blog.
Isto, para mim, mais que choraminguice, é mesmo defeito de fabrico. O Villas-Boas, formado nos azuis, acha que 4-0 não é goleada, o Jesualdo acha que 3-0 é equilibrado, este, com 1-0, bem, acha que o correcto era o empate...
É assim, têm todos jeito para a comédia!
Seja como for... Está ainda tudo em aberto, mas, um bocadinho mais fechado para os outros! É tipo um corredor, vá, pode ser um túnel, que gostam tanto de túneis, em que o começo é largo, ou seja, cabem todos, mas ao fundo já é mais apertadinho, e só passa bem quem vai à frente. Neste momento ainda cabem 2 bem, um 3º já é difícil, e tinha que correr muito e os outros dois da frente esperarem por ele, e mesmo o que vai em segundo, devido ao facto de o túnel ficar cada vez mais apertado, já terá dificuldades em ultrapassar se não se despachar... O pior mesmo é que o primeiro não pára de correr... e esse somos nós!!!
Sou... Sou... Sou... Sou... Benfiiiiiiiiiica!!!
Sou... Sou... Sou... Sou...
Benfiiiiiiiiiica!!!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
P.s.- E já viram as novas notícias dos desacatos no Túnel da Luz? Tudo no meu blog! Abraço!
Olá, amigo sloml!
Depois de tanto tempo na luta contra os virus informáticos - deitaram-me tudo abaixo, tive de reinstalar - já consigo fazer algumas coisas.
Logo a primeira, deparar-me com mais uma bela crónica.
E comprazer-me com todos os Benfiquistas por mais uma grande conquista do nosso Glorioso.
Um abraço
Optima cronica. Infelizmente nao consegui ver o jogo porque tive um casamento nesse dia mas fiquei muito felz e aliviado por o Benfica ter conseguido vencer aquele que eu considerava o jogo crucial do mes de Marco!
Optima cronica, muito bem escrita.
Obrigado a todos pelas palavras e ao grande Gil Vicente um grande bem-haja. Sinceramente já tinha reparado na sua falta e dos seus posts, mas ainda bem que foi apenas um vírus e que agora já está de volta aqui às lides da blogosfera.
Abraço a todos
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