Voltando à rubrica "O nosso plantel", destinada a analisar os jogadores que compõem o plantel desta época do Benfica, e depois de já terem sido analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor e Roderick Miranda, o escrutinado será o defesa-esquerdo César Peixoto.
César Peixoto chegou ao plantel já com a preparação da época em andamento e a pedido de Jorge Jesus, que o havia treinado na época anterior, no Braga. Chegou com o rótulo de polivalente: um jogador que podia desempenhar igualmente bem as funções de defesa-esquerdo, médio/extremo esquerdo e até de número 10, posição que desempenhou no desastre de Poltava. A partir daí, teve utilizações residuais como médio esquerdo mas acabou por se fixar definitivamente como lateral. Foi a primeira opção para essa posição no primeiro terço da época.
No aquecimento do jogo com o Nacional, à 8ª jornada, Peixoto lesionou-se. Sem Shaffer (o seu concorrente directo) nos convocados, Jorge Jesus decidiu inovar e colocou Fábio Coentrão a lateral. Os resultados foram muito satisfatórios, o que fez com que o jovem natural das Caxinas passasse a ser o concorrente directo de Peixoto, perdendo Shaffer o lugar nas escolhas de Jesus. Desde então, Peixoto e Coentrão têm vindo a alternar na posição, embora o primeiro, já com quase 30 anos e notoriamente mais lento, tenha vindo a perder terreno nessa luta privada. Neste momento, Peixoto tem 28 jogos efectuados nesta época: 14 no campeonato, 1 na Taça de Portugal (em Monsanto, onde marcou o seu único golo ao serviço do Benfica), 10 na Liga Europa (só não jogou em Goodison Park com o Everton e em Marselha) e 3 na Taça da Liga, troféu onde inscreveu o seu nome na lista de vencedores. Pode ter sido o primeiro de 3 esta época...
Não gosto muito de César Peixoto. Nos primeiros anos da sua carreira, quando começou a dar nas vistas com grandes exibições a extremo-esquerdo no Belenenses, augurava-lhe um grande futuro. Depois, já no Porto, não teve a sorte do seu lado. As sucessivas lesões fizeram a sua carreira estagnar e nem os empréstimos a Vitória de Guimarães e Espanhol (onde não jogou um único minuto, por estar... lesionado) deram novo alento à sua carreira. Depois de uma época inactivo, e após ficar sem clube, o Braga acolheu-o e César Peixoto voltou a ser titular de uma equipa que joga para a Europa. No entanto, os seus predicados mudaram. Deixou de ser um jogador veloz e com uma técnica estonteante com a bola no pé para ser mais calculista, mais frio, mas também mais lento. A jogar variadíssimas vezes como médio interior esquerdo ou a lateral, Peixoto fez 2 épocas de bom nível, não suficientes (na minha opinião) para ganhar a transferência para novo grande, desta vez o Benfica, já com 29 anos. Porém, foi Jorge Jesus que assim quis, confiando na fiabilidade que lhe transmitia a polivalência do jogador. Como eu disse algumas vezes aquando da sua contratação, não fui a favor (e a minha opinião mantém-se inalterada), mas se formos campeões não me importo minimamente que ele jogue. E a verdade é que ele não tem deslumbrado (como eu nunca pensei que fizesse) mas vai cumprindo. Apesar de tudo, a sua lentidão e pouca simplicidade nos processos conseguem exasperar-me por completo. Escrevi isto na crónica ao jogo de Berlim, com o Hertha: "Esteve muito bem com o Sporting, mas foi uma nulidade com o Belenenses e hoje. Falhou tudo o que tinha para falhar, leva que tempos a voltar ao seu lugar cada vez que sobe no campo (vejam o resumo da primeira parte com o Belenenses: Peixoto é sempre o último a posicionar-se quando é para defender, já os seus colegas estão há que tempos nas respectivas posições), e não faz a mínima ideia do que significa o termo defesa em linha: hoje, nas duas flagrantes situações de golo do Hertha, foi ele a colocar o último jogador alemão em jogo. Não pode ser. Digam o que disserem, prefiro mil vezes o Jorge Ribeiro em campo. Mil vezes". E mantenho a minha opinião (disse preferir o Jorge Ribeiro porque é o outro lateral-esquerdo de raiz que está no plantel; preferir por preferir, preferia o Shaffer, mas isso fica para outro post). O que não me impede de dizer que Peixoto tem sido um jogador útil para o Benfica. Mas claramente não tem o mesmo estofo dos colegas. Arrisco-me a dizer com toda a segurança: do 11 habitual, quando está ele a lateral-esquerdo, é, sem dúvida, o elo mais fraco, o elemento que destoa. Mas só lhe desejo todo o bem do mundo, e que sempre que seja chamado à acção, me cale e dê alegrias a todos nós, benfiquistas.
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ONZE PARA A TAÇA
Há 1 hora
2 comentários:
É na minha opinião umm jogador talhado para grandes jogos, normalmente revela-se por vezes desplicente em jogos ditos com os pequenos, mas lembro que no Sporting - Benfica e no Benfica - Porto, foi só o melhor jogador em campo. Não é um bem amado, mas por vezes deveria ser mais valorizado do que aquilo que é.
Boas! Por acaso estou mais com o Jotas, caro Sloml... Opiniões, não é? Como dizia o outro, «são como as vaginas, e quer quiser dá-las, dá-las»...
Acho que trabalhados, sinceramente, qualquer um pode fazer bem a posição. Há factores que parecem melhores num, melhores noutros. O ideal seria fazer um com o melhor de todos eles, ehehhe!
Quando o vi despontar no Belenenses eras dos que queria para o Benfica.
Não veio, pois Mourinho pegou nele primeiro. Para mim a sua saída não se deveu a lesões, isto sair do Porto, para os empréstimos, mas sim por casmurrice, empresários, treinadores, enfim, até aceito feitio, mas não lesões, e posso estar enganado. Ele lesionou-se com Mourinho na primeira época e ficou para a segunda, pois ganharam a Champions e ele lá, já depois da Taça UEFA... Quem veio depois, Del Neri, Fernandez, esses, que parece que nunca estiveram no Porto, e que o campeonato só foi jogado no Algarve, sem nada a apontarem, apenas umas botas emprestadas ao árbitro por parte do Benfica, é que falam disso para desviar o mau que foi o Porto nessa época. Nessa altura Bruno Alves queria explodir, e andou emprestado, era um miúdo ainda, foi aos Jogos Olímpicos com o Ricardo Costa, dupla titular.
César, qual mal-amado, já aí, no FCP, foi para Guimarães, com o Marco Ferreira, outro que quis no Glorioso quando o vi no Setúbal, para ala direito, e só muito mais tarde, já queimado pelos adeptos, é que veio, depois de ganhar também tudo no Porto...
Com certeza foi por falta de valor de ambos... Por isso é que discordo, tal como a defesa em linha, e sem querer estar a discutir sem certeza, se bem que ele com Mourinho era médio/extremo jogava nesse modelo de defesa, mesmo que sem fazer parte dela.
São opiniões, lá está... Por mim tem lugar como jogador de grupo, não de vedeta, neste momento.
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
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