sexta-feira, 9 de abril de 2010

JVP


Liverpool-Benfica

1 - Gás acabou cedo
O Benfica despediu-se de forma inglória da Liga Europa, tendo sido eliminado sem apelo nem agravo, mas por números que me pareceram exagerados. Mas a verdade é que no dia em que era preciso que todos dessem o máximo houve nítida falta de frescura física, mexidas na equipa que não terão resultado e, mais do que isso, jogadores importantes em sub-rendimento.

O Benfica até teve uma boa entrada em jogo, fez 15 minutos bastante personalizados, pressionando bem e remetendo o Liverpool para o seu meio-campo, dando a ideia de pretender discutir a eliminatória até ao fim. Enquanto teve gás as coisas correram bem, mas depois do primeiro golo tudo se precipitou. Dada a mudança tão radical, fiquei sem perceber se o Liverpool, de início, não saía porque não era capaz ou se por estratégia.


2 - Golo consentido e… as melhoras a Júlio César
Para manter um ritmo daqueles é preciso estar muito bem fisicamente e o Benfica está a passar por um ciclo terrível, tendo coleccionado jogos importantes desde Marselha. A falta de frescura terá ajudado o Liverpool a equilibrar o jogo e até a ficar por cima, principalmente depois do primeiro golo, consentido num lance de bola parada. O Benfica provou do seu próprio veneno, mas fiquei com a ideia de que houve no lance alguma passividade do Júlio César. Mesmo que tenha havido falta, ele deveria ser mais activo, em vez de ficar à espera que o árbitro marcasse. A propósito do Júlio César espero, sinceramente, que esteja melhor e que recupere rapidamente da lesão que o obrigou a sair e ir ao hospital. Afinal de contas o que ali se passou foi só um jogo de futebol e a saúde é mais importante do que tudo o resto.


3 - Mexidas, falta de rotinas e Di María em noite não
Em vantagem, o Liverpool endossou a responsabilidade para o Benfica, esperou pela reacção, manteve-se sempre muito bem posicionado no terreno e saía para o contra-ataque com a rapidez típica das equipas inglesas e com a qual as formações portuguesas tem quase sempre dificuldade em acompanhar.
Para além dos muitos méritos do Liverpool, o Benfica criou problemas a si próprio. Por exemplo, ao longo desta época, sempre que a equipa não consegue encontrar soluções ofensivas, espera que o Di María pegue no jogo e vá revolvendo os problemas, como aconteceu frente à Naval e em muitas outras ocasiões. Mas ontem o argentino não teve uma noite feliz e tudo se complicou. Também as mexidas na defesa não me pareceram ter resultado. Colocar David Luiz na esquerda não foi a melhor das apostas, primeiro porque Coentrão tem desempenhado bem o papel e depois porque entre os centrais faltaram rotinas e entendimento. Juntando a tudo isto o sub-rendimento de jogadores importantes como Luisão ou Aimar, percebem-se as dificuldades.


4 - Quando falta a força também falta a concentração
Frente a jogadores que são capazes de definir um passe na perfeição, como é o caso de Gerard, as tentativas de reacção adversárias não devem permitir que a equipa se desorganize, mas o Benfica cometeu esse erro. Atentemos no lance do segundo golo: quando Javi García ficou batido e a bola nos pés de Gerrard, percebeu-se logo que ia dar golo, porque o passe foi meio-golo. A falta de frescura física retirou à equipa a concentração evidenciada noutros jogos. Se o Benfica tem conseguido fazer um golo quando ainda estava 2-0, e Sidnei errou por pouco, o jogo poderia ter sido diferente, mas essa oportunidade desperdiçada pareceu marcar o resto da partida.


5 - Reentrar no jogo e cair outra vez
O Liverpool entrou para segunda parte mais forte e também mais tranquilo, nunca descurando o posicionamento, apostando nas falhas do adversário. Ou seja, quando ganhava a bola apanhava sempre o Benfica desequilibrado. Daí ter feito mais dois golos, ainda que contando com a sorte toda do seu lado. É que se aos 3-0 se pensou que o assunto estava arrumado, o golo de Cardozo relançou o jogo, podia até ter abalado as estruturas do Liverpool, mas quando era altura do tudo ou nada aconteceu a lesão do Júlio César, aquela quebra foi decisiva. Logo a seguir, uma falha de marcação ao Torres acabou com o jogo. Afinal esse foi só mais lance em que faltou organização defensiva, em que a defesa estava demasiado longe do meio-campo.

2 comentários:

ana_slb disse...

Concordo com o JVP. Foi uma noite não!
Foi bom enquanto nos fizeram sonhar. Agora centramos as atenções no campeonato. Esse sim tem que ser ganho. E espero que seja o mais breve possível!
Saudações Benfiquistas!

Bimbosfera disse...

Boas! Concordo, no geral. Houve uma coisa que eu apontei deste jogo que me pareceu muito importante e que foi pouco mencionada por todos os sítios que vi. Houve erros do árbitro, é certo, houve valor do adversário, é certo, houve mexidas do Jesus, também concordo, mas houve uma grande falha nossa que passou pela qualidade do passe, e assim sendo o que JVP fala sobre concentração, ainda que de uma forma mais geral, para mim foi bastante importante. Não conseguimos fazer 3 passes seguidos, e quando assim é, por falta de concentração, por azelhice, seja pelo que for, a equipa não consegue render, ao não fazer chegar a bola aos avançados, não sobe no terreno, e, ainda assim, graças ao valor geral empurrámos o Liverpool lá para trás, tenham eles ido por opção ou não também.

Por isso, para mim, esse foi o maior «pecado» da equipa de Jesus. Má, aliás, péssima qualidade de passe! No resto, ou até mesmo tudo, com isto incluído no grosso da crónica dele, concordo com JVP em tudo!

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

http://Bimbosfera.blogspot.com