Porque hoje temos a possibilidade de conseguir atingir as meias-finais de uma prova europeia, 16 anos depois da última vez, vamos recordar essa magnífica campanha na Taça das Taças de 1993/94, onde apenas por muito azar não conseguimos eliminar o Parma nas meias-finais e marcar presença na final da prova. Foi pena, porque tínhamos uma grande equipa. Mas a deste ano ainda é melhor, e de certeza que vamos conseguir passar hoje.
Depois de termos vencido a Taça de Portugal na época anterior (no célebre jogo do 5-2 ao Boavista), conquistámos o direito a participar na Taça das Taças da época seguinte. O 1º adversário que nos calhou em sorte foi o Katowice, actualmente na 2ª divisão polaca, na altura na primeira e que, tal como nós, havia vencido a taça do seu país. Não fizemos uma eliminatória brilhante. Vencemos por 1-0 na Luz, com golo do Rui Águas (um vídeo que lamentavelmente não consegui encontrar na net), mas na Polónia tivemos de sofrer para conseguir carimbar o passaporte para a fase seguinte. A equipa polaca marcou 1º, mesmo a fechar a 1ª parte, e teve mais uma oportunidade flagrante de golo a meio da 2ª parte. O Benfica acabou por empatar o jogo e passar para a frente da eliminatória por Vítor Paneira, a 20 minutos do fim, e num lance em que tem a sorte do defesa polaco escorregar.
Os golos desse encontro, aqui:
Na 2ª ronda calhou-nos em sorte o mais experiente CSKA de Sófia, da Bulgária. Não era uma equipa muito forte, mas tinha um avançado muito bom: o búlgaro Andonov, que deu água pela barba à nossa defesa nos 2 jogos. Ainda assim, esta eliminatória foi ultrapassada de modo mais tranquilo. Na Luz, na primeira mão, vencemos por 3-1 com um bis de Rui Costa ainda na 1ª parte. Na 2ª, Andonov reduziu para o CSKA, mas Schwarz, em cima do minuto 90, marcou um golo de antologia e recolocou mais tranquilidade (e justiça) ao marcador.
Na 2ª mão, o resultado foi idêntico. Rui Costa voltou a abrir o marcador na primeira parte, Andonov empatou já na 2ª, mas João Pinto e Yuran fizeram o marcador atingir os 3-1 e colocaram o Benfica nos quartos-de-final da competição.
Os golos da primeira mão em tempo real (num vídeo feito pelo Memória Gloriosa):
Benfica-3 CSKA Sofia-1 de 1993
O resumo dos dois jogos aqui:
Nos quartos-de-final, calhou-nos uma equipa forte, que contava com o defesa goleador Happe, o então jovem Paulo Sérgio, que haveria de jogar depois no Bayern de Munique e na Roma, mas as figuras da equipa eram mesmo o alemão Bernd Schuster, já na fase descendente da carreira mas ainda com muito talento nas pernas, e o avançado Ulf Kirsten, um verdadeiro matador. Ainda assim, de certeza que nunca ninguém esperaria o desfecho que esta eliminatória havia de ter.
A primeira mão foi jogada na Luz, mais uma vez. Os alemães marcaram primeiro, a meio da segunda parte, e o Benfica só chegou ao empate já ao minuto 90, por Isaías.
Mas o melhor estava para vir na 2ª mão. Kirsten adiantou o Bayer no marcador aos 24 minutos e foi com esse resultado que se foi para os balneários. Aos 57, Schuster fez o 2-0 e tudo parecia irremediavelmente perdido. Pura ilusão. No minuto seguinte, Abel Xavier, à bomba, devolveu as esperanças aos encarnados, e outra vez no minuto seguinte, João Pinto recolocou o Benfica à frente na eliminatória. Aos 77, Kulkov fez o 3-2 e parecia já só haver razões para festejar. Nada mais errado. 3 minutos depois, Kirsten empatou para o Leverkusen, e no minuto seguinte, Hapal, fez o 4-3 para os alemães, parecendo arrumar o Benfica. De novo, nada mais falso. Aos 85, Kulkov bisou e fechou a contagem num 4-4 de loucos. O Benfica estava nas meias-finais da Taça das Taças pela 2ª vez no seu historial, depois da presença no mesmo patamar em 80/81.
O resumo da primeira mão aqui:
A antevisão do jogo da segunda mão aqui:
Os golos do jogo da 2ª mão em tempo real, aqui:
A festa benfiquista:
O resumo global:
Nas meias-finais, apanhámos o Parma, clube recém-criado mas com um poderio económico impressionante. Na época anterior, o Parma já havia ganho a mesma competição e a Supertaça Europeia e na temporada seguinte venceria a Taça UEFA. A equipa deles? Bem, era muito boa. Mesmo. Bucci na baliza (a defender tudo o que havia para defender), Sensini na defesa/meio-campo a chegar para tudo e o sector onde eram realmente fortes: o ataque, com Zola, Asprilla e Brolin.
Na 1ª mão voltámos a jogar em casa, com um estádio da Luz lotado (120 000 pessoas). Começámos a ganhar logo aos 7 minutos, depois de um trabalho magnífico de Rui Costa (foi aqui que se mostrou verdadeiramente aos italianos) a isolar Isaías, que não perdoou. Zola empatou pouco depois, mas o endiabrado Rui Costa (que fazia 22 anos nesse dia) recolocou o Benfica em vantagem aos 60 minutos. A eliminatória podia ter ficado quase sentenciada para o Benfica, não fosse Vítor Paneira ter falhado um penalty apenas 3 minutos depois do 2º golo do Benfica. A verdade é que o aí capitão do Benfica falhou, e na 2ª mão o Parma deu o golpe de misericórdia a apenas 15 minutos do fim, por Sensini. Isto já depois de Mozer ter sido expulso logo nos primeiros minutos do encontro, obrigando-nos a jogar quase o tempo todo com 10. O Parma acabaria por perder a prova para o Arsenal, na final, por 1-0. Hoje, se tudo correr bem, o Benfica voltará a uma meia-final de uma competição europeia. E desta vez, será para vencer.
Os golos em tempo real da 1ª mão, aqui:
O resumo do jogo, aqui:
Fora de Jogo: 90+3' - S02E10 - João Diogo Manteigas
Há 23 minutos
1 comentário:
Depois de uns dias estou de volta à lide «blogueira»!
Grande campanha, a última grande campanha, se bem que a do Koeman já deu um cheirinho ao que poderá vir a ser o futuro, como todos esperamos!
E o futuro, esperamos, começa já hoje!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
http://Bimbosfera.blogspot.com
Enviar um comentário