sábado, 31 de julho de 2010

Será que ainda havia dúvidas?

Caso ainda restassem algumas, penso que o Harry Redknapp as dissipou facilmente com estas palavras.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Morreu um dos nossos

1954 - 2010

Não foi jogador do Benfica, mas foi um dos melhores actores/artistas que Portugal já viu e era adepto incondicional do nosso clube. Uma vez, questionado sobre o porquê de ser benfiquista, apenas respondeu: "Sou benfiquista porque me apetece e ninguém tem nada a ver com isso". Faço minhas as suas palavras. Descansa em paz, grande campeão!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vergonha da Sport Tv

Por diversas vezes já referi aqui no blog que não comento jogos de pré-época, pois os mesmos não são oficiais, razão pela qual não me dizem grande coisa (embora os tente ver a todos, obviamente). Sobre o jogo com o Sunderland também não vou dizer grande coisa, mas terei de falar obrigatoriamente sobre isto:


Como muitos saberão (os que não souberem podem ver isso no meu perfil), eu sou jornalista, mas mesmo que não o fosse condenaria sempre isto que aqui aconteceu. Como jornalista, ainda critico com mais veemência, pois isto demonstra uma total falta de profissionalismo pela parte destes 2 jornalistas e o comentador que por acaso até já jogou no Benfica (mas que ao que parece é portista de coração). Depois disto, o Benfica enviou um comunicado a exigir um pedido de desculpas e a Sport Tv emitiu outro, comunicando a instauração de inquéritos disciplinares aos 3 "profissionais". Do mal o menos: a entidade portou-se melhor e mais rapidamente do que eu esperava (embora tivesse tentado por todos os meios apagar os vídeos da net para que o vissem o menos pessoas possíveis). Felizmente a blogosfera benfiquista é incansável na defesa do clube e não deixa estas coisas passarem despercebidas. Que continue sempre assim.

sábado, 24 de julho de 2010

Apresentação do Campeão Nacional versão 2010/11

Teve lugar esta noite a apresentação oficial do Benfica versão 2010/11. Uma época que se pretende ainda mais vitoriosa que a anterior, em que teremos a obrigatoriedade de conquistar pelo menos 2 títulos - o campeonato e a Supertaça -, tendo sempre em vista as 2 Taças nacionais - de Portugal e da Liga. Em relação à Liga dos Campeões, bem, iremos até onde for possível. Destaque ainda para o aniversário de Jorge Jesus, o grande obreiro da campanha triunfal do Benfica em 2009/10. Espero que viva muitos mais, e sempre ao serviço do Glorioso. Parabéns também aos 3 distinguidos pelo CNID pela época passada: o técnico, eleito melhor treinador do ano; David Luiz, eleito o melhor jogador do campeonato; e Fábio Coentrão, distinguido como a Revelação do campeonato.

Muito orgulho tenho no nosso capitão

Apesar de ver o 5 Para a Meia-Noite todas as noites, não é por isso (obviamente) que estou a postar este programa em específico. Acontece que o nosso capitão, Nuno Gomes, foi ao programa na Quinta-feira e mostrou mais uma vez todas as suas qualidades humanas, além da qualidade como jogador que todos conhecemos. Destaco a parte em que ele se refere à camisola do Benfica como "o manto sagrado". Confesso que me arrepiei todo ao ouvi-lo dizer isso. Os adeptos referirem-se assim à camisola é normal e absolutamente perceptível. Mas ouvir um jogador da equipa falar assim... é o Benfica em todo o seu esplendor no coração do nosso capitão. E é um prazer para mim tê-lo como capitão do Benfica.









sexta-feira, 23 de julho de 2010

(Também) por coisas destas é que sou do Benfica

Ao contrário de outros clubes que assim que sucedeu o que sucedeu, anunciaram com pompa e circunstância acções de solidariedade que nunca chegaram a acontecer (pelo menos até agora), o Benfica cumpriu o prometido e entregou, através dos fundos da Fundação Benfica, 3 casas a famílias que haviam ficado desalojadas na Madeira, já depois de ter tido um papel importantíssimo na recuperação do Haiti, com o jogo de beneficência organizado no Estádio da Luz. É disto que o meu povo gosta, como diria o saudoso Jorge Perestrelo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reforços 2010/11 - Roberto

Hoje é a vez de apresentar o quarto (e até agora último) reforço do Benfica para a nova época, depois de Fábio Faria, Jara e Gaitán. Falo do guarda-redes espanhol Roberto.


Roberto estreou-se como "profissional" com 18 anos na equipa B do Atlético de Madrid, na época 04/05. Com a baliza da equipa principal entregue ao internacional argentino Léo Franco, o guardião espanhol teve de evoluir na equipa secundária dos colchoneros, onde actuou até ao fim da época 06/07 - segundo a Wikipédia, disputou 39 jogos pelo Atlético B nesses 3 anos. Pelo meio, estreou-se pela equipa principal em 05/06, beneficiando de uma série de lesões e castigos que vitimaram os seus concorrentes. Actuou apenas num jogo - derrota por 2-1 com o Osasuna -, tinha então 19 anos - a título de curiosidade, o Atlético terminou essa temporada em 10º.


Em 07/08 foi emprestado ao Nástic, da II Liga espanhola, assumindo a baliza do clube em 28 jogos. Terminaria em 14º.


Sem lugar no plantel do Atlético, pois para a baliza havia Léo Franco, Coupet e o ex-júnior Bernabé, Roberto foi dispensado para o Recreativo de Huelva (envolvido no negócio que levou o actual sportinguista Sinama-Pongolle para Madrid), onde foi colega do português Beto, mas com opção de recompra por parte do Atlético. Tapado pelo espanhol Asier Riesgo, Roberto acabou por actuar apenas em jogos da Taça do Rei, num ano em que o clube terminou em último lugar a Liga espanhola.


Roberto, contudo, veria novamente as portas do Atlético de Madrid abertas. Os colchoneros, depois de verem partir Coupet e Léo Franco, accionaram a opção de recompra pelo espanhol e contrataram-no, juntamente com Asenjo. Este assumiu a titularidade, mas o facto de ter ido disputar o Mundial sub-20 com a selecção espanhola permitiu a Roberto ascender à titularidade, cumprindo 4 jogos na baliza colchonera. No entanto, uma lesão no Estádio do Dragão, em jogo da Liga dos Campeões, fê-lo perder o lugar para o jovem De Gea, acabando por sair por empréstimo em Janeiro para o Saragoça, que ocupava os últimos lugares na Liga espanhola.


Chegado ao clube aragonês (onde actuou com o português Eliseu), Roberto depressa tirou o lugar ao argentino Carrizo, jogando em 15 jogos e assumindo-se como um dos salvadores do clube, que acabou em 14º lugar.


Não sendo internacional A pela Espanha, Roberto tem passado nas selecções jovens do país vizinho: realizou 7 jogos pelos sub-17, 2 pelos sub-18, 3 pelos sub-19, 1 pelos sub-20 e 6 pelos sub-21. Actualmente com 24 anos, Roberto vem referenciado de Espanha como um guarda-redes muito promissor e com capacidade para, a médio prazo, se poder assumir como o titular da selecção de Espanha, sucedendo a Casillas.


Só pode ser, portanto, uma mais-valia para o Benfica. Pelas referências que traz, pelo preço que custou (8,5 milhões de euros) e pelas qualidades naturais que demonstra ter (agilidade, boa impulsão, reflexos apurados). Parece faltar-lhe, no entanto, alguma força a nível mental, o que acaba por miná-lo também no plano técnico. Denota, ainda, dificuldades nas saídas a cruzamentos (algo de que quase todos os guarda-redes em Portugal parecem padecer). No entanto, Jorge Jesus já fez questão de demonstrar por variadíssimas ocasiões que a baliza do Benfica vai estar destinada ao guarda-redes espanhol, com Júlio César e Moreira a partirem muito atrás nesta corrida. Roberto terá, ainda, a missão de fazer esquecer Quim, guarda-redes 2 vezes campeão pelo Benfica (e 2 vezes vencedor da Taça da Liga) e o guardião menos batido do último campeonato (a par de Eduardo, do Braga). Não será tarefa fácil aquela que Roberto vai ter de enfrentar, num ano em que o Benfica vai apostar forte na conquista de 4 troféus (o primeiro dos quais já a 7 de Agosto, frente ao Porto) e onde quererá fazer figura na Liga dos Campeões. Muito do sucesso do clube pode mesmo ter de passar pelas mãos - e pés - do espanhol. Esperemos que as qualidades que todos lhe reconhecem consigam aparecer e que o guarda-redes supere todos os traumas psicológicos que podem advir de exibições menos conseguidas. Se for feito esse trabalho junto de Roberto, o Benfica estará bem servido na baliza.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Reforços 2010/11 - Gaitán

Hoje será apresentado o terceiro reforço do Benfica para esta época. Depois de Fábio Faria e Jara, o senhor que se segue é o argentino Gaitán.


Gaitán é um esquerdino de 22 anos que pode jogar como nº 10, médio esquerdo ou mesmo segundo avançado, atrás do ponta-de-lança. O Benfica é o segundo clube da sua carreira: até aqui tinha actuado apenas no Boca Juniors, onde cumpriu duas épocas. Na primeira, em 08/09, Gaitán actuou por 39 vezes (15 no Apertura, 17 no Clausura e 7 na Libertadores), tendo marcado 5 golos (4 no Apertura e 1 no Clausura). Para um miúdo de apenas 20 anos que se estreava na primeira divisão argentina, não foi nada mau (e numa equipa onde constavam tão somente nomes como Abbondanzieri, Ibarra - lembram-se dele no Porto? -, Dátolo, Castroman, Lucho Figueroa, Martin Palermo e a estrela da companhia, Riquelme). Aliás, o Boca Juniors sagrou-se mesmo campeão do Apertura, tendo depois terminado num pobre 14º lugar no Clausura. Na época seguinte, disputou 10 jogos e marcou 4 golos no Apertura, sendo que os números do Clausura ainda não estão disponibilizados no Zero Zero; de qualquer forma, a Wikipédia atribui-lhe 66 jogos e 13 golos entre 2008 e 2010 ao serviço do Boca Juniors (que na época passada não esteve nada bem, tendo terminado em 11º no Apertura e 16º no Clausura).


De qualquer forma, o jogador destacou-se no La Bombonera, o que o levou a ser chamado à selecção argentina, onde já actuou por 3 ocasiões (uma delas como titular, no mesmo dia em que Jara se estreou - e logo com um golo). Tal como Jara, Gaitán também não foi chamado ao Mundial, mas a concorrência era, também neste caso, de enorme qualidade, pelo que se percebe totalmente a ausência da lista final.



Gaitán chega, portanto, à Luz com selo de qualidade. Contratado para substituir o compatriota Di María (supostamente), o médio argentino tem, todavia, características diferentes de Angelito. É um jogador menos veloz, menos móvel e de finta mais curta. No entanto, creio que poderá encaixar totalmente na posição onde o seu antecessor actuava. Isto porque será impossível pensar nele como um 10 - posição onde Aimar é inquestionável - e não me parece, sinceramente, que um jogador que custou 8,4 milhões de euros vá para o banco. Por isso creio que Gaitán ficará mesmo com o lugar de Di María, embora tenha, como já foi referido, características diferentes. Ainda assim, poderá beneficiar da locomotiva que terá atrás de si, que dá pelo nome de Fábio Coentrão. Se o português continuar com a mesma forma, é perfeitamente capaz de fazer todo o flanco, o que liberta Gaitán para uma posição mais perto da baliza - e em zona frontal -, permitindo-lhe ensaiar jogadas de ataque com Aimar e Saviola, servindo algum destes ou o ponta-de-lança de serviço. Ainda precisa de se adaptar ao futebol europeu e melhorar alguns aspectos do seu jogo, nomeadamente os cruzamentos e a definição no último passe, mas a qualidade técnica que denota mostra bem que o futuro nesta posição também estará assegurado.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Reforços 2010/11 - Jara

O segundo cliente da rubrica "Reforços 2010/11" será o avançado argentino Franco Jara, contratado pouco tempo depois do primeiro reforço para esta época, o defesa português Fábio Faria.


Jara começou a sua carreira profissional há duas épocas, no Arsenal de Sarandí, da Argentina. Avançado franzino, com características mais de apoiador que propriamente de goleador, Jara cedo deu nas vistas no seu clube, tornando-se a figura de maior destaque da equipa (onde o principal nome era o avançado argentino Facundo Sava, que passou - sem grande destaque - pelo futebol inglês - Fulham, em 02/03 e 03/04 - e espanhol - Celta de Vigo, em 04/05). Os resultados não foram os mais brilhantes (o Arsenal de Sarandí terminou o Apertura 2008 em 6º, o Clausura 2009 em 18º, o Apertura 2009 em 12º e o Clausura 2010 em 18º), mas Jara saiu claramente valorizado das duas épocas, em que somou 24 jogos e 7 golos marcados (tendo em conta as contas do Zero Zero, que podem sempre ser falíveis e só levam em consideração mesmo os jogos de campeonato; segundo a Wikipédia, Jara realizou 50 jogos e apontou 10 golos pelo clube de 2008 a 2010).


Essa notoriedade levou Diego Armando Maradona (o maior ícone de sempre do futebol) a convocá-lo para a selecção argentina, numa altura em que queria testar alguns jogadores que actuavam no país com o intuito de levá-los (ou não) ao Mundial. Embora não tenha ficado na lista final (onde estavam "apenas" os nomes de Messi, Tévez, Higuaín, Aguero, Diego Milito e Palermo para a mesma posição... e onde Saviola, Lisandro López e Lavezzi, entre outros, ficaram de fora...), Jara cumpriu muito bem, pois foi dele o golo da vitória no amigável com a Costa Rica, no dia em que se estreava pela selecção das Pampas. Acabou por actuar também frente à Jamaica, pelo que chega à Luz com 2 internacionalizações e 1 golo pela Argentina.


Como já foi referido anteriormente, Jara não é propriamente um matador. É um avançado muito móvel, perfilando-se como o substituto natural de Saviola e não um ponta-de-lança. Ainda assim, é visível que ainda vai precisar de algum tempo de adaptação ao futebol europeu e mais particularmente à forma de jogar da equipa. Não me parece que seja jogador para pegar de estaca no 11 titular (aliás, com Saviola na equipa isso será praticamente impossível) nem que já seja, por exemplo, um valor seguro para jogar frente a um Manchester United na Liga dos Campeões. É, no entanto, um jogador com grande potencial e que precisa de crescer e amadurecer (até porque ainda há Weldon, bem mais maduro e rodado, para a mesma posição). A exemplo do que foi dito para Fábio Faria, tem a seu favor a juventude e a elevada margem de progressão. Com paciência e oportunidades, poderá vir a ser uma figura futura do Benfica.

domingo, 18 de julho de 2010

Reforços 2010/11 - Fábio Faria

Inicio hoje no Gloriosa Chama Imensa a rubrica "Reforços 2010/11", destinada a dar a conhecer e simultaneamente fazer a análise dos reforços encarnados para esta época (rubrica que nasceu a pedido do leitor Vermelhusco, há uns meses). O primeiro cliente será também o primeiro jogador que foi contratado pelo Benfica para esta época: o defesa Fábio Faria.


Fábio Faria chega ao Benfica aos 21 anos, depois de apenas uma época de I Liga ao serviço do Rio Ave. Com efeito, o defesa já fazia parte da equipa sénior dos vila-condenses em 08/09, mas só na época seguinte se estrearia I Divisão. E que estreia! Em 30 jogos, Fábio Faria participou em 27, dando nas vistas pela sua consistência defensiva (especialmente na 1ª volta do campeonato, onde o Rio Ave esteve em melhor nível que na 2ª) e também ofensiva, onde marcou um golo, destacando-se pela apetência para marcar livres directos. Juntamente com os atacantes João Tomás (que só fez meia época) e Bruno Gama, Fábio Faria foi uma das figuras do Rio Ave em 2009/10.


O filho do antigo internacional português Chico Faria tem ainda outra particularidade: além de defesa central (posição que ocupou durante praticamente toda a época), pode jogar a defesa esquerdo, lugar que habitualmente ocupa na selecção nacional de sub-21, embora a posição de origem seja mesmo no centro da defesa.


No fundo, pode dizer-se que o Benfica adquiriu um jogador que pode matar 2 coelhos de uma cajadada só. No entanto, com 21 anos e apenas uma época ao mais alto nível, Fábio Faria está longe de poder ser visto já como um valor seguro. É um bom jogador, sem sombra de dúvidas, mas ainda terá de crescer e maturar algumas vertentes do seu jogo (especialmente como defesa esquerdo) para poder ser visto como uma alternativa realmente viável aos titulares (que são de peso: Luisão, David Luiz e Sidnei para o centro da defesa e Fábio Coentrão e César Peixoto para o lado esquerdo). A seu favor, tem a juventude, a elevada margem de progressão e o facto de ser esquerdino, pois há poucos de qualidade no futebol actual. Amparado por um treinador potenciador das qualidades dos jogadores e por colegas já muito rodados, Fábio Faria terá tudo para se tornar num grande defesa (especialmente central) e assumir-se como um grande valor para o futuro do Benfica. Para já, estar-lhe-á destinado um papel secundário na equipa.

Portugal em grande nas outras modalidades...

... como podemos ver aqui e aqui, Portugal está de parabéns nas outras modalidades que não o futebol. No futebol de praia, apurámo-nos para o Mundial que terá lugar no próximo ano, sendo que ainda podemos vencer a qualificação europeia. No voleibol, vencemos a Liga Europeia, algo que nunca havia acontecido antes. É caso para dizer que nem só de futebol vive o desporto português... e ainda bem! Parabéns aos internacionais portugueses destas 2 modalidades!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dois grandes intérpretes do nosso Glorioso...

... Jorge Jesus:

- O Benfica vai conseguir fazer uma melhor época do que o ano passado?
- Fazer uma época melhor do que o ano passado significa poder ganhar tudo, o que é extremamente difícil. No ano passado ganhámos dois títulos, o Campeonato Nacional e a Taça da Liga. Para fazer melhor teríamos de ganhar a Taça de Portugal, a Supertaça e a Liga dos Campeões. No futebol nada é impossível, mas, sim, temos o sonho de fazer melhor que o ano passado.

- Tem a convicção de que vai ser bicampeão nacional? O que pensa de um dia vir a treinar a selecção nacional?
- A minha convicção é exactamente a mesma de quando cheguei ao Clube e no primeiro dia disse que o Benfica ia ser campeão. Hoje estou numa situação mais segura, com melhor conhecimento dos jogadores. No futebol não há certezas, mas tenho uma confiança plena que o Benfica vai ser campeão novamente. Quanto à selecção, é um objectivo que tenho, mas neste momento durante os próximos dez anos ainda quero ser treinador de uma equipa, porque isso é que me dá adrenalina. Um treinador de uma selecção é um seleccionador e, na minha forma de pensa, esse cargo será sempre para um treinador que esteja numa faixa etária a partir dos 65 anos.

- Gaitán, o jogador contratado pelo Benfica para substituir Di María, está à altura das exigências?
- O jogador que procurámos que tivesse características semelhantes ao Di María é o Gaitán. Está numa fase evolutiva, numa fase onde há muita carga de trabalho e em que muitas das suas capacidades técnicas, em função daquilo que conheço dele, ainda não foram suplantadas. Tenho muita fé nele, como tenho em todos os outros. Acredito que muito que o Nico [Gaitán] possa estar à altura daquilo que o Di María fez no Benfica.

... e Fábio Coentrão:

- Sinto-me muito orgulhoso, pois estamos a falar do Real Madrid e do Bayern Munique. É sinal que estão atentos ao meu trabalho e dá sempre maior motivação para continuar a trabalhar. Mas só saio do Benfica caso chegue uma grande proposta que agrade a todas as partes. Caso contrário, estou muito feliz no Benfica, foi o clube que me deu a mão e proporcionou a grande mudança na minha vida.

- O ‘mister’ diz que posso vir a ser um dos melhores do Mundo, por isso vou continuar a trabalhar nesse sentido.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O nosso plantel XXXI - Jorge Ribeiro

Chegamos hoje ao fim da análise individual a todos os jogadores que compuseram o plantel do Benfica na época 2009/10, "o nosso plantel". Depois de 30 jogadores já analisados (Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes, Mantorras, Airton, Éder Luís e Alan Kardec), o último atleta a merecer honras de análise por parte do Gloriosa Chama Imensa é o lateral-esquerdo Jorge Ribeiro.


Jorge Ribeiro era, de todos os elementos do plantel, o segundo a ter-se estreado há mais anos na equipa principal encarnada, só suplantado pelo capitão Nuno Gomes. Formado nas escolas do clube e irmão mais novo do então também benfiquista Maniche, Jorge Ribeiro deu nas vistas na equipa B do Benfica e foi lançado às feras por Jupp Heynckes em 99/00, ainda com 19 anos, tendo actuado no último jogo do campeonato (vitória por 2-1 frente ao Marítimo) e nos 7-0 ao Amora para a Taça (apesar da concorrência não ser famosa - Bruno Basto e Rojas -, a verdade é que o jogador era ainda bastante jovem para reclamar maior protagonismo na equipa principal).


Por essa razão, acabou por ser emprestado na época seguinte ao Santa Clara, tendo regressado à equipa B encarnada a meio da temporada. Em 01/02, haveria de alternar entre a equipa A e B, realizando 4 jogos pela equipa principal no campeonato (era quase impossível jogar mais, pois para a sua posição o Benfica tinha mais 5!!! jogadores: Pesaresi, Caneira, Quim Berto, Cabral e Diogo Luís) e 1 na Taça.


Depois começou a travessia no deserto para Jorge Ribeiro. O jogador embarcou numa conversa de empresários, que lhe prometeram mundos e fundos, a ele, a Rui Baião e a Pepa (diz-se que iriam para o Varzim para uma época depois darem o salto para a primeira equipa do Porto) e mudou-se mesmo para a Póvoa, iniciando um trajecto vertiginoso que só se modificou em 07/08, época em que brilhou a jogar a médio interior-esquerdo no Boavista e garantiu bilhete para o Euro'2008. As boas prestações fizeram o Benfica voltar a interessar-se nos seus serviços e a contratá-lo para 08/09, onde à partida teria de enfrentar a dura concorrência de Léo. Curiosamente, acabou por ser David Luiz a relegar ambos os laterais-esquerdos de raiz para a prateleira nesse ano (Léo foi dispensado por Quique Flores em Novembro e Jorge Ribeiro pouco jogou na 2ª metade da época). Ainda assim, o internacional português conseguiu actuar em metade dos jogos do campeonato (15, sendo titular em 13), tendo marcado um golo, que por sinal deu a vitória encarnada (à terceira jornada, em Paços de Ferreira, no sofrido triunfo por 4-3). Venceu também a Taça da Liga, pois actuou em 2 dos 5 encontros (e até marcou num deles - vitória sobre o Olhanense por 4-1). Não sendo uma época fantástica (principalmente a segunda metade), acabou por ser aceitável.


O que é certo é que Jorge Ribeiro nunca foi visto pelo seu homónimo Jesus como opção para o Benfica versão 09/10. Tanto assim é que o jogador foi mesmo impedido durante algumas semanas de se treinar com o restante plantel (juntamente com Balboa) e acabou por nem ser inscrito no campeonato. A sua saída esteve iminente, tanto no mercado de Verão como na reabertura do mesmo, em Janeiro, mas a verdade é que o lateral-esquerdo acabou por não sair da Luz, mesmo sabendo que corria o risco de passar uma época inteira em branco em pleno ano de Mundial (não era de todo descabido pensar nesta questão, visto que apenas dois anos antes havia estado no Europeu). Neste cenário, o melhor que Jorge Ribeiro acabou por conseguir foi ser inscrito em cima do fecho do mercado, dado que havia uma vaga livre na equipa. Ainda assim, o jogador nunca contou verdadeiramente para Jorge Jesus (que via em César Peixoto e Shaffer, primeiro, e Fábio Coentrão, depois - e ainda havia David Luiz para fazer o lugar - opções mais capazes), razão pela qual não somou um único minuto em jogos oficiais em toda a época - foi competindo apenas na Liga Intercalar, prova em que era o capitão da equipa e se destacava por jogar quase a avançado (e pelos golos que marcou).


O facto de Jorge Ribeiro não ter jogado um minuto sequer em qualquer competição oficial, e de eu saber perfeitamente que ele não contava minimamente para Jorge Jesus, levou-me a hesitar em colocá-lo nesta lista, razão pela qual acabou por ficar para último, numa espécie de joker. E hesitei porque, à semelhança de Jorge Ribeiro, também Yebda chegou a estar inscrito e até foi convocado para o 1º jogo do campeonato, contra o Marítimo, algo que Ribeiro nunca conseguiu. E outros casos houve, como os de Balboa, Adu, Felipe Bastos e até Patric, que se treinaram algumas semanas com o plantel, fazendo parte dele, teoricamente. No entanto, considerei que o caso de Jorge Ribeiro era diferente de todos os outros por uma única razão: foi inscrito em Janeiro e ficou até ao fim da época, quase como se de um reforço se tratasse. No que respeita à opinião que tenho sobre o jogador em si, já a deixei expressa em vários posts durante a temporada: considero Jorge Ribeiro de igual ou até superior valia em relação a César Peixoto como lateral-esquerdo. Não me parece que seja um mau jogador, muito longe disso, se bem que o considero muito melhor médio interior esquerdo (posição onde fez a melhor época da carreira, no Boavista) do que lateral. Não é um jogador veloz (por vezes parece pesadão e lento), mas tem um remate potente e normalmente certeiro e também não cruza mal. Se aceitava claramente que fosse suplente de Léo, nunca percebi porque é que, depois de ganhar a titularidade ao brasileiro, a perdeu para o adaptado David Luiz no consulado de Quique Flores. Com a chegada de Jorge Jesus e dos reforços Shaffer e depois Peixoto (mais a felicíssima adaptação de Coentrão), percebi claramente que não haveria espaço para Jorge Ribeiro neste plantel, até porque Jesus nunca fez qualquer menção de testar o jogador. Por esta razão, é óbvio que Jorge Ribeiro vai continuar a não fazer parte das opções para a temporada que se avizinha e que a única solução (se quer relançar a carreira) será abandonar o Benfica, sob pena de passar 2 temporadas seguidas em branco se não o fizer.

Qual a opinião dos leitores em relação a Jorge Ribeiro?

terça-feira, 13 de julho de 2010

Entrevista de Roberto ao Record


Melhor guarda-redes do Mundo: Casillas
Melhor guarda-redes de sempre: Buffon
Melhor treinador que já teve: Aprendi com todos
Melhor defesa do Mundo: Piqué
Melhor avançado que já defrontou: Messi

Jogo que não esquece: Despedida do Saragoça (contra o Vilarreal), por ter sido um momento emotivo com os adeptos a gritar o meu nome.

Quais são as sensações depois dos primeiros dias a trabalhar no Benfica?
A verdade é que não estava preparado para a grandeza e para a dimensão do clube que vim encontrar. O Benfica é enorme e apesar de tudo o que me disseram antes de aqui chegar, o contacto com a realidade supera qualquer discrição que te tenham feito antes.

Há alguma coisa que o tenha impressionado mais nestes primeiros tempos?

As instalações, sem dúvida. Quer o estádio quer o Caixa Futebol Campus. Mas, mesmo assim, o Marquês de Pombal. Foi verdadeiramente uma coisa de loucos! Todo aquele mar de gente é algo que marca e que espero poder viver já esta temporada. Mas pelo que pude ver no Seixal e por estes primeiros dias aqui na Suíça, já deu para perceber bem a dimensão e o apoio humano que o Benfica tem.

E já consegue definir a forma de Jorge Jesus trabalhar e lidar com os jogadores?
Sim, claro. Percebe-se que é um apaixonado pelo que faz, muito cuidadoso com os pormenores e muito interventivo. Já deu para ver que é muito exigente, mas para qualquer jogador que chegue a este a exigência deve ser algo natural.


Afirmou que assume a responsabilidade de ser o guarda-redes mais bem pago da história do Benfica. Mas sente-se preparado para as críticas, num jogo que corra menos bem, tendo em conta que custou 8,5 milhões de euros?

Acho que os jogadores devem sempre valorizar as críticas e não ligar muito aos elogios. Errar é próprio do futebol e todos erramos, mas os guarda-redes devem ser aqueles que erram menos, porque é onde se sente mais. Estou preparado para ajudar o grupo a alcançar os seus objectivos. Os adeptos têm o direito de “cobrar” dos seus atletas, independentemente do custo, da idade, do percurso. Os adeptos têm esse direito e nós só temos de corresponder às exigências deles. Eles são os donos do clube. Podem e devem exigir.

Sabe que no Benfica existe a expectativa de ver a equipa fazer uma boa carreira na Liga dos Campeões. Não será um desafio demasiado alto e uma responsabilidade acrescida para os jogadores?

Quem conhece a história do Benfica também sabe que este é um clube habituado a estar na Liga dos Campeões. Anormal foi o que se passou nos últimos anos. O que vamos viver esta época deve ser a regra para um clube com a dimensão do Benfica. Temos de saber que a nossa responsabilidade é sempre ganhar, seja a prova que for. Quando falamos da Liga dos Campeões é evidente que o grau de dificuldade aumente, mas também temos de ter a ambição e a ilusão de querer ir o mais longe possível. Já percebi que no Benfica é preciso estar preparado para ganhar sempre.


Sente que terá que conquistar a maior parte dos adeptos, que eventualmente não o conhecem assim tão bem?

É como lhe disse, estou aqui para ajudar o Benfica e de certeza que é isso que os adeptos esperam de mim. Portanto, se fizer o meu trabalho de certeza que estarei a fazer o que me é exigido. Tens que fazer bem o teu trabalho, essa é sempre a prioridade. Se o fizeres de certeza que vais ser reconhecido por isso!


O facto de haver muitos jogadores a falar espanhol no plantel pode facilitar a sua rápida integração?

É evidente que isso é positivo para mim, mas o futebol tem uma linguagem universal. Aquilo que verdadeiramente ajuda a uma rápida integração é uma estrutura humana do clube, muito profissional e dedicada. É verdade que é agradável poder trocar algumas impressões com pessoas que conheces – caso do Javi – ou que alguém te traduza uma palavra ou uma indicação que nos primeiros tempos ainda não consegues perceber, mas já pude perceber que todo o grupo é muito solidário.

O Benfica inicia a época contra um rival directo. Promete estar à altura de defender as redes da equipa, frente ao FC Porto?
É para isso que aqui estou. Sinto que existe cultura de vitória, respira-se ambição por todos os lados e há uma ilusão muito grande em torno da equipa. Portanto, vamos tratar de começar bem a época trazendo o primeiro troféu do ano para o Estádio da Luz.

Júlio César pouco jogou na época passada e Moreira ainda menos. O que lhe parece a concorrência que irá ter na luta pela baliza do Benfica?

Creio que ambos são excelentes guarda-redes e partimos todos em condições de igualdade. Pela minha parte vou fazer aquilo que me compete, trabalhar diariamente nos limites e depois será o treinador a decidir quem vai ocupar o lugar na baliza. Vim para ajudar e para “somar”. O grupo é muito bom.

Conhece Quim, o guarda-redes titular do Benfica na época passada?

Teve uma grande infelicidade e quero por isso desejar-lhe que regresse o mais rapidamente possível à competição. Foi o guarda-redes menos batido na Liga portuguesa na última temporada e isso diz bem da sua qualidade.

Qual a principal razão por que aceitou trocar a melhor Liga da actualidade por campeonato de dimensão muito menor?

É interessante que desvalorizem dessa maneira o campeonato português, porque, na verdade, não tenho essa ideia. Quando o Benfica só consegue confirmar o título de campeão na última jornada é porque se trata de uma Liga muito competitiva. Quando se vê os estádios portugueses, a sua grande maioria tem melhores condições que muitos da Liga espanhola, se há tantos jogadores portugueses nas ligas europeias é porque foi a Liga portuguesa que os produziu! Não troquei nada, apenas aceitei um convite irrecusável.

Espanha tem hoje alguns dos melhores guarda-redes do Mundo: Casillas, Reina, Valdés, Almunia, para além de fortes promessas como De Gea ou Asenjo. Qual é o segredo?

Além de um bom trabalho de formação, creio que se concentraram num curto espaço de tempo muito bons talentos. De nada adianta ter bons métodos de trabalho se não existir qualidade, da mesma maneira que se houver qualidade sem o necessário trabalho de formação, essa qualidade vai-se perder. Parece que houve um encontro feliz destas duas variáveis.

Espanha joga amanhã a final do Mundial, na África do Sul. Como está a viver o omento?

É especial, de facto. Ficará para a história de Espanha. Repetir o sucesso do Euro’2008 no Mundial’2010 seria fantástico e poucos acreditavam que fosse possível, principalmente depois do jogo com a Suíça. Mas seria injusto isolar o sucesso do futebol do resto do desporto espanhol: ténis, basquetebol, automobilismo e por aí fora. Houve um investimento sério nas últimas décadas e agora os resultados estão à vista.

A Jabulani tem sido alvo de muitas críticas. Também se queixa?

É uma bola diferente, que nalgumas situações inverte a trajectória e dificulta-nos muito a vida. Mas é a que foi escolhida e não vale a pena ninguém se queixar. Todos jogarão com a mesma bola…

Por que motivo ainda não chegou a guarda-redes de primeiro plano no futebol espanhol?

É sempre uma questão de oportunidade, mas jogar na primeira Liga de Espanha é estar nas opções de primeiro plano. Ter contribuído para que o Saragoça não tivesse descido de divisão é algo de que me orgulho e que motivou o interesse do Benfica. Faço parte da equipa do Benfica e isso é o que realmente importa. É verdade que tive momentos de alguma infelicidade, nomeadamente quando estava no Atlético Madrid e me lesionei, o que correspondeu à oportunidade do De Gea, que a agarrou e muito bem. O futebol é o momento e eu espero corresponder à aposta que fizeram em mim.

Por falar em momento, como é que encarou a recente proposta que o Benfica recebeu do Arsenal para a sua transferência? Ficou surpreendido pelos valores em causa?

Isso é um tema que deixo ao cuidado do meu empresário e do clube. Sei que antes de aparecer o Benfica havia clubes ingleses interessados, mas a partir do momento em que soube que podia vir para Lisboa, nem houve hesitação, foi imediato. Cheguei ao maior clube do Mundo e não quero sair!

Mas aposta numa passagem longa pelo futebol português ou admite que este passo pode ser apenas um trampolim para campeonatos mais competitivos?

O Benfica não é trampolim, o Benfica é a piscina! É um clube onde qualquer jogador ambiciona jogar. Quando se chega a um clube como este a nossa vontade só pode ser uma, ficar cá o maior número de anos que for possível. Tenho um contrato de cinco épocas que espero poder cumprir. Pelos poucos dias que aqui levo já verifiquei que o presidente coloca a componente desportiva acima da financeira e, portanto, só tenho de fazer bem o meu trabalho e ajudar o Benfica a ganhar.

Viu algum jogo do seu novo clube em 2009/10?

Nomeadamente o jogo de apresentação, porque estive no Estádio da Luz (n.r.: Benfica-Atlético Madrid). É sempre um jogo especial, mas o ambiente de festa que presenciei, confesso que me impressionou.

Sabe que o Benfica teve a defesa menos batida da última época. Pergunto-lhe que opinião tem dos centrais que vão poder estar à sua frente, Luisão e David Luiz?

São dois excelentes jogadores. Um deles é opção da selecção brasileira, o que só por si diz tudo, e o outro dentro em breve também pode lá chegar, mas sei que todo o plantel é muito homogéneo.

Que mensagem final gostaria de deixar aos adeptos do seu novo clube?

Que acreditem no nosso trabalho e nos apoiem como sei que apoiaram o ano passado. Podem ter a certeza que vou trabalhar para honrar a camisola do Benfica.

(retirada do Apanhados Quânticos)

PS: O discurso do Roberto é brilhante, no meu entender. Se for tão bom guarda-redes como é com as palavras, temos o futuro da baliza assegurado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Priceless...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O nosso plantel XXX - Alan Kardec

Quando estamos a dar os primeiros passos numa nova época que se quer ainda mais gloriosa que a anterior, o Gloriosa Chama Imensa vai concluindo a análise d'"O nosso plantel" da época que passou, de modo a poder começar a analisar os novos integrantes do nosso Benfica. Assim, e depois de Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes, Mantorras, Airton e Éder Luís, temos hoje o outro avançado contratado em Janeiro: Alan Kardec.


Alan Kardec veio ocupar a vaga de Keirrison como suplente de Cardozo. Seria, à partida, o jogador que teria a missão de fazer o papel do Tacuara sempre que Jorge Jesus entendesse ser necessário ou aconselhável. Sendo ainda muito jovem (chegou à Luz com apenas 20 anos), Kardec já havia jogado no Vasco da Gama e no Internacional, tendo dado nas vistas pelos muitos golos marcados no Mundial sub-20 de 2009 (onde foi dos melhores marcadores). Era, por isso, visto como uma grande promessa do futebol brasileiro, mais do que uma certeza. Ainda assim, o Benfica não hesitou em contratá-lo para fazer o lugar do ponta-de-lança titular nos últimos 3 anos.


E foi basicamente o que Kardec fez, com relativo sucesso. Realizou 13 jogos (8 no campeonato, 3 na Taça da Liga e 2 na Liga Europa), 11 dos quais a entrar nos últimos 20 minutos das partidas. Nas 2 ocasiões em que foi titular, os adversários foram de peso (Sporting e Porto, nas meias-finais e final da Taça da Liga, respectivamente). Pode dizer-se que não esteve mal em nenhuma das suas aparições, se bem que também não tenha deslumbrado. A sua melhor exibição terá sido mesmo nesse jogo com o Porto, em que, apesar de não ter marcado, deu muito trabalho à defesa contrária (e foi agredido pelo menos 3 vezes por Bruno Alves). A sua coroa de glória com a camisola encarnada, contudo, conseguiu-a num encontro em que actuou nem 7 minutos. Aos 86 minutos do Marselha-Benfica, com a eliminatória empatada e a poucos minutos do prolongamento, Jorge Jesus lançou Kardec. 4 minutos depois, o brasileiro tornou-se no novo herói encarnado ao apontar o golo que colocou o Benfica nos quartos-de-final da Liga Europa e finalmente silenciou os franceses com a história da mão do Vata. Com esse golo, Kardec praticamente pagou a sua transferência e, mais importante que isso para nós, adeptos, ganhou um lugar no coração da massa adepta do clube. Não marcou mais nenhum golo nos restantes jogos, mas já tinha cumprido a sua parte.


Não conhecia o futebol de Kardec a fundo (assim como não conhecia o de Airton e Éder Luís) e dele só tinha visto alguns resumos dos jogos onde marcou pelo Brasil no Mundial sub-20. Não me pareceu mau jogador aí, aliás, fiquei com muito boa impressão, mas confesso que quando ficou certa a sua transferência para o Benfica falei com várias pessoas no Brasil que me disseram que o Benfica estava a enfiar um grande barrete, ao contrário das contratações de Airton e Éder Luís. Fiquei um pouco desconfiado e preferi esperar para ver por mim as suas qualidades. Do que já mostrou na Luz, Kardec não deslumbrou mas também não me parece que seja jogador para deslumbrar. Acho que se movimenta muito melhor (para um ponta-de-lança) do que Keirrison, por exemplo, e que se aproveitar os ensinamentos de Jesus se pode tornar num grande avançado. Não precisa de ser muito tecnicista ou virtuoso para o ser: basta mostrar um faro de golo bastante apurado e ir sempre melhorando as movimentações na área (neste ponto, o entrosamento com os colegas também ajuda). Se for tendo, aqui e ali, oportunidades e as souber aproveitar (o que espero que aconteça), poderemos ter no plantel o futuro substituto de Cardozo - no limite, que continue a ser um bom suplente para o paraguaio ou para outro ponta-de-lança de classe mundial que chegar ao plantel para titular. Por enquanto, prevejo-lhe um bom futuro.

E os leitores: qual a vossa opinião?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O capitão quer o mesmo que todos nós...


... quer começar a época a ganhar. Assim é que é falar. Nuno Gomes é o verdadeiro capitão desta equipa. Que continue a ser assim até ao fim e a levantar todas as taças que puder como verdadeiro capitão encarnado.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O nosso plantel XXIX - Éder Luís

Cada vez mais perto do fim da análise aos jogadores que compuseram "O nosso plantel" em 2009/10, e depois dos já analisados Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes, Mantorras e Airton, chegamos hoje ao primeiro dos avançados brasileiros contratados em Janeiro: o "Chico Bento" Éder Luís.


Éder Luís chegou ao Benfica como o reforço que mais rapidamente se imporia na equipa. Devido à idade (24 anos) mas principalmente à experiência que já detinha (já tinha sido campeão pelo São Paulo em 2008, com o qual disputou a Taça dos Libertadores - Liga dos Campeões da América do Sul). Estes factos, a juntar à boa reputação que tinha no Atlético de Mineiro, pareciam ser garante de sucesso do avançado brasileiro no Benfica, onde teria a missão de ser o substituto de Saviola sempre que necessário. Foi, de resto, o primeiro reforço a ser inscrito e também o primeiro a jogar oficialmente com a camisola das águias.


No entanto, o jogador brasileiro nunca conseguiu demonstrar em Portugal as qualidades por que era conhecido no seu país. Estreou-se em Guimarães, para a Taça da Liga, num terreno quase impróprio para a prática do futebol. Não deu nas vistas, mas naquelas condições ninguém lho exigia. Foi tendo depois oportunidades nas segundas partes dos 5 jogos seguintes, até que Jorge Jesus lhe concedeu a titularidade em Alvalade, nas meias-finais da Taça da Liga. Éder Luís não aproveitou a oportunidade, mas continuou a merecer a confiança do técnico, que não hesitou em colocá-lo novamente a titular na visita ao terreno do Leixões, e curiosamente para jogar a 10, posição em que não se sentiria, à partida, muito à vontade. Acabou por ser nesse dia, contudo, que o brasileiro marcou o seu único golo oficial com a camisola encarnada, num remate de longe que bateu num central leixonense antes de entrar na baliza. Mas nem nisso o avançado teve sorte: é que esse revelou-se o dia de glória de... Di María, em que o argentino apontou 4 golos (só 3 é que contaram). Curiosamente, depois desse jogo Éder Luís só voltou a jogar 3 vezes, uma delas a titular e novamente frente ao Sporting, desta feita na Luz (e mais uma vez não deu resultado, tendo saído ao intervalo para dar lugar a Aimar, que acabaria por virar por completo o rumo do encontro). O avançado brasileiro voltou a jogar na última jornada, entrando ao intervalo mas novamente sem deslumbrar. Acabou por cumprir 10 jogos pelos encarnados: 6 (e um golo) no campeonato, 3 na Taça da Liga e uma única aparição (em que jogou apenas 2 minutos, em casa frente ao Marselha) na Liga Europa.


Esta contratação não me encheu nunca as medidas. Desconhecia por completo o jogador (embora tivesse boa reputação no Brasil), pelo que esperei para ver as suas exibições de águia ao peito na esperança de ser surpreendido pela sua qualidade. Não fui. Éder Luís, de todas as vezes que jogou, não mostrou nada de novo (e nada que muitos outros não fossem capazes de fazer, com destaque para muitos portugueses e, porque não, até o nosso Nélson Oliveira). Embarcando um pouco na onda dos muitos adeptos que pedem uma equipa mais portuguesa (e eu até nem sou muito "fanático" dessa teoria), penso que muitas vezes mais vale contratar jogadores em Portugal (muitas vezes há-os nas divisões secundárias com muita qualidade) do que dar milhões por estrangeiros que até podem ter qualidade (Éder Luís tem-na, não tenho dúvidas) mas que nem sempre se adaptam na perfeição a novas realidades. Isto já para não falar na componente mental de cada um, que como Jesus disse na entrevista à Bola, é impossível de conhecer na visualização do jogador a jogar no Brasil. De resto, depois dessas declarações do nosso treinador, fiquei com a clara certeza de que Éder Luís não iria contar nesta nova época, razão pela qual não me espantou minimamente o seu empréstimo ao Vasco da Gama. Aliás, não querendo parecer pessimista ou adivinho, não me parece que o jogador volte a vestir a camisola do Benfica. No entanto, reconheço que pode ter qualidade e espero que, caso um dia volte à Luz, tenha um papel mais activo no plantel, de modo a ficar no coração dos adeptos. Títulos já conquistou (2), coisa que muitos nunca conseguiram no nosso clube.

Qual a opinião dos leitores?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Grandes declarações do capitão


«Benfica é uma paixão que se entranha no corpo e não se consegue explicar»

- Chegou ao Benfica em 1997. Ainda se recorda desse momento, passado tanto tempo? O que sentiu?
- Sim, lembro-me perfeitamente. Foi dos momentos mais marcantes da minha carreira porque foi o concretizar de um sonho que passava por jogar no Benfica e dar o salto para um clube grande, depois de ter feito praticamente toda a formação no Boavista, que representei também os seniores. Tal como todos os jovens deste País que jogam em clubes mais pequenos do que os chamados três grandes, ambicionava melhor para a minha carreira e assim aconteceu.

- Certamente não imaginava é que passaria onze anos no Benfica. Inicia agora o 12.º...
- Quando vamos para um clube nunca fazemos grandes projecções em relação ao futuro. E hoje em dia isso ainda acontece mais do que naquela altura, pois num dia estamos num clube e no dia seguinte estamos noutro. Quando cheguei ao Benfica o meu objectivo era cumprir o contrato que tinha, ficar o máximo de tempo possível porque vir para o Benfica significava muito. Para mim era chegar ao topo. Mas não imaginava ficar tanto tempo, nem sair e voltar. O futebol é o momento.

- Sente-se hoje um símbolo do Benfica?
- Talvez me possa sentir uma referência pelos anos que levo de casa, mas infelizmente não conquistei assim tantos títulos como gostaria. Quando falamos em referências do Benfica vêm à cabeça nomes como Eusébio, Coluna, Humberto Coelho, Nené, Chalana, Bento, Shéu, Pietra, Carlos Manuel... Podia continuar a citar nomes de jogadores cujos currículos têm uma grande diferença com o meu em termos de títulos conquistados. Mas também é um facto que os tempos eram outros, o Benfica dominava praticamente a cem por cento a nível nacional e quando cheguei o clube atravessava um mau momento. Dizer que sou uma referência olhando para esses nomes, parece... [risos]

- Está a ser humilde, toda a gente concorda que é uma referência. De que forma lida com isso, dentro e fora do campo?
- É algo que eu noto nos adeptos, pelo carinho deles, e nos meus companheiros, pelo respeito que me têm por ser um dos jogadores mais antigos da casa. Procuro, ao mesmo tempo, transmitir tudo o que me foi passado.
- O quê?
- O sentimento que um jogador deve ter por este clube. Depois de estar ao seu serviço durante muito tempo, não é possível explicar. É uma paixão que se entranha no corpo e que é difícil de explicar, de colocar em palavras. Quem chega fica impressionado por ver benfiquistas espalhados pelo País, pelo mundo fora. Este é de facto um clube único. Para os novos jogadores, que se calhar não conheciam tão bem o Benfica como pensavam, há que transmitir o que é este clube, a sua verdadeira dimensão.

Nuno Gomes, in A Bola

sábado, 3 de julho de 2010

Abram alas, que vai passar El Diego

Foi o melhor jogador de futebol de sempre e faço votos para que continue a somar sucessos neste desporto, nomeadamente com a conquista deste campeonato do mundo. Já esteve às portas da morte, já pagou por todos os erros que cometeu, e neste momento está a um pequeno passo de entrar na galeria dos imortais também como treinador. E ainda por cima ontem veio defender Portugal de uma forma que ainda não tinha visto um único português fazer. Vejam a partir dos 2.30 minutos e tenham especial atenção à última frase. É de ir às lágrimas. Abram alas, que vai passar El Diego de la gente. O grande Diego Armando Maradona.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O nosso plantel XXVIII - Airton

Depois de já terem sido analisados os 27 jogadores que compuseram "O nosso plantel" no início da época (Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes e Mantorras), começaremos hoje a análise dos que reforçaram a equipa em Janeiro. O primeiro a merecer esse destaque é o médio brasileiro Airton.


Airton chegou à Luz com o título de campeão brasileiro no bolso, conquistado ao serviço do Flamengo, onde era titular indiscutível (o que não é normal num miúdo de apenas 19 anos). Vinha referenciado como um trinco possante e duro mas com boa técnica e capacidade de passe, no fundo o substituto ideal do titularíssimo Javi García, que no Benfica contava apenas com a (ténue) ameaça de Ruben Amorim, que nunca pareceu contar verdadeiramente para Jorge Jesus nessa posição. E o brasileiro teve mesmo de esperar algum tempo para lograr a sua estreia oficial ao serviço das águias, muito por culpa da extraordinária época do trinco espanhol.


Com efeito, Airton estreou-se oficialmente com a camisola encarnada quase 2 meses depois de ter chegado, e devido a castigo de Javi. Foi em Matosinhos, num terreno tradicionalmente muito complicado para nós, mas Jesus não teve medo de arriscar e em boa hora o fez. Nessa partida, Airton demonstrou todas as qualidades com que vinha rotulado e mais ainda (como uma maturidade acima do normal), o que lhe valeu a manutenção da titularidade na jornada seguinte, na recepção ao Paços de Ferreira (ainda pelo castigo de Javi). Airton acabaria por ceder novamente o lugar a Javi, mas quatro jogos depois apareceu, surpreendentemente, no 11 titular para defrontar o... Porto na final da Taça da Liga, relegando o espanhol para o banco. E o melhor elogio que se pode fazer ao médio brasileiro é que não se deu pela falta de Javi García, dada a tremenda eficácia com que a função foi desempenhada. Percebeu-se aí que o Benfica tinha neste jogador uma aposta ganha e totalmente segura tendo em vista o futuro do clube. Seguiram-se 2 aparições a entrar nos últimos minutos (uma na Liga Europa e outra em casa com o Sporting) e nova titularidade, desta feita no jogo do título, frente ao Rio Ave, novamente por castigo de Javi. Ao todo, Airton realizou 6 jogos pelo Benfica: 4 no campeonato, 1 na Taça da Liga e 1 na Liga Europa. O suficiente para vencer os 2 troféus conquistados pelo Benfica e sagrar-se assim campeão nacional de 2 países diferentes no mesmo ano (Flamengo, no Brasil, e Benfica, em Portugal), proeza também conseguida por Urreta, que se sagrou campeão uruguaio no Peñarol.


Confesso que, à chegada de Airton, desconfiei desta contratação. Não pelo valor do jogador (que desconhecia em absoluto), mas sim por alguns relatos e mesmo vídeos de que tive conhecimento que davam conta da sua extrema dureza na forma como se fazia aos lances. Temi que estivéssemos a contratar um jogador "mau como as cobras", em bom português, um jogador muito agressivo e que iria ver vermelhos em Portugal com muita facilidade. Mas enganei-me. O Airton que se exibiu aqui foi totalmente diferente: mostrou ser um trinco de vastos recursos, com pouca propensão para fazer faltas (e muito menos duras), jogando simples e, o mais importante, de forma extremamente eficiente. Penso que o melhor elogio que lhe poderei fazer é aquele que já fiz acima: nos jogos que disputou, fez-me esquecer por completo o Javi García, que na minha opinião foi o jogador mais importante do Benfica esta temporada. E quando se faz esquecer assim um jogador de tão grande valia, penso que está tudo dito sobre a qualidade deste trinco brasileiro. O problema para Airton é que Javi parece estar (e espero que esteja durante muitos anos) de pedra e cal no Benfica, o que significa que o brasileiro continuará a ser apenas suplente esta época. Um suplente muito bom, é verdade, mas apenas isso. Espero que Jorge Jesus saiba gerir muito bem a situação dos 2 jogadores para que Airton também vá somando minutos e ritmo competitivo nas pernas. A qualidade do seu futebol assim o exige.

Que pensam os leitores sobre o médio brasileiro?