sexta-feira, 2 de julho de 2010

O nosso plantel XXVIII - Airton

Depois de já terem sido analisados os 27 jogadores que compuseram "O nosso plantel" no início da época (Quim, Moreira, Júlio César, Maxi Pereira, Luís Filipe, Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, César Peixoto, Shaffer, Javi García, Ruben Amorim, Ramires, Carlos Martins, Di María, Fábio Coentrão, Urreta, Aimar, Felipe Menezes, Saviola, Cardozo, Weldon, Keirrison, Nuno Gomes e Mantorras), começaremos hoje a análise dos que reforçaram a equipa em Janeiro. O primeiro a merecer esse destaque é o médio brasileiro Airton.


Airton chegou à Luz com o título de campeão brasileiro no bolso, conquistado ao serviço do Flamengo, onde era titular indiscutível (o que não é normal num miúdo de apenas 19 anos). Vinha referenciado como um trinco possante e duro mas com boa técnica e capacidade de passe, no fundo o substituto ideal do titularíssimo Javi García, que no Benfica contava apenas com a (ténue) ameaça de Ruben Amorim, que nunca pareceu contar verdadeiramente para Jorge Jesus nessa posição. E o brasileiro teve mesmo de esperar algum tempo para lograr a sua estreia oficial ao serviço das águias, muito por culpa da extraordinária época do trinco espanhol.


Com efeito, Airton estreou-se oficialmente com a camisola encarnada quase 2 meses depois de ter chegado, e devido a castigo de Javi. Foi em Matosinhos, num terreno tradicionalmente muito complicado para nós, mas Jesus não teve medo de arriscar e em boa hora o fez. Nessa partida, Airton demonstrou todas as qualidades com que vinha rotulado e mais ainda (como uma maturidade acima do normal), o que lhe valeu a manutenção da titularidade na jornada seguinte, na recepção ao Paços de Ferreira (ainda pelo castigo de Javi). Airton acabaria por ceder novamente o lugar a Javi, mas quatro jogos depois apareceu, surpreendentemente, no 11 titular para defrontar o... Porto na final da Taça da Liga, relegando o espanhol para o banco. E o melhor elogio que se pode fazer ao médio brasileiro é que não se deu pela falta de Javi García, dada a tremenda eficácia com que a função foi desempenhada. Percebeu-se aí que o Benfica tinha neste jogador uma aposta ganha e totalmente segura tendo em vista o futuro do clube. Seguiram-se 2 aparições a entrar nos últimos minutos (uma na Liga Europa e outra em casa com o Sporting) e nova titularidade, desta feita no jogo do título, frente ao Rio Ave, novamente por castigo de Javi. Ao todo, Airton realizou 6 jogos pelo Benfica: 4 no campeonato, 1 na Taça da Liga e 1 na Liga Europa. O suficiente para vencer os 2 troféus conquistados pelo Benfica e sagrar-se assim campeão nacional de 2 países diferentes no mesmo ano (Flamengo, no Brasil, e Benfica, em Portugal), proeza também conseguida por Urreta, que se sagrou campeão uruguaio no Peñarol.


Confesso que, à chegada de Airton, desconfiei desta contratação. Não pelo valor do jogador (que desconhecia em absoluto), mas sim por alguns relatos e mesmo vídeos de que tive conhecimento que davam conta da sua extrema dureza na forma como se fazia aos lances. Temi que estivéssemos a contratar um jogador "mau como as cobras", em bom português, um jogador muito agressivo e que iria ver vermelhos em Portugal com muita facilidade. Mas enganei-me. O Airton que se exibiu aqui foi totalmente diferente: mostrou ser um trinco de vastos recursos, com pouca propensão para fazer faltas (e muito menos duras), jogando simples e, o mais importante, de forma extremamente eficiente. Penso que o melhor elogio que lhe poderei fazer é aquele que já fiz acima: nos jogos que disputou, fez-me esquecer por completo o Javi García, que na minha opinião foi o jogador mais importante do Benfica esta temporada. E quando se faz esquecer assim um jogador de tão grande valia, penso que está tudo dito sobre a qualidade deste trinco brasileiro. O problema para Airton é que Javi parece estar (e espero que esteja durante muitos anos) de pedra e cal no Benfica, o que significa que o brasileiro continuará a ser apenas suplente esta época. Um suplente muito bom, é verdade, mas apenas isso. Espero que Jorge Jesus saiba gerir muito bem a situação dos 2 jogadores para que Airton também vá somando minutos e ritmo competitivo nas pernas. A qualidade do seu futebol assim o exige.

Que pensam os leitores sobre o médio brasileiro?

4 comentários:

Trapalhadas disse...

Tem uma meia distancia muito boa...coiso k nao falast:P

abraco

sloml disse...

Por acaso não reparei nessa característica nele...

Abraço

Bimbosfera disse...

É um miúdo espectacular. Javi, se fizer outra época deste nível, com Champions à mistura, creio que sai, mais época, menos época... E temos suplente, assim ele se mantenha motivado para cá continuar.
Sobre a dureza dele, já sabes o que a casa gasta. Tudo o que é de mau, contra nós, é empolado... Ainda bem que só jogou à bola, e que não deu muito pau, eheheh.

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com

Manuel Oliveira disse...

tem um bom remate sim senhor. Viu-se no jogo com o Rio Ave apesar de ter sido só um, mas também jogou pouco tempo.
Abraço.